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Joseph Pulitzer

quinta-feira, 2 de abril de 2015

O país pretende exportar 200 mil toneladas da castanha de caju

O governante foi interpelado pelos deputados no Parlamento na terça-feira aos quais deu conta de um conjunto de medidas para fazer face "ao abaixamento da exportação" da castanha de caju nos últimos anos.


Bissau quer subir das 150 mil para 200 mil toneladas, tendo como mercados, além da Índia, o Vietname e a China.

O ministro do Comércio admitiu ter havido "muito contrabando" na campanha de 2014, como cerca de 60 mil toneladas da castanha a serem escoadas "em circuitos paralelos" para o Senegal, através "de esquemas montados" pelos próprios operadores económicos do país.

"Como no Senegal há mais facilidades de exportação e os preços mais altos alguns dos nossos empresários montam escritórios lá e passam a operar, lesando a economia nacional", declarou Serifo Embaló.

Na campanha de comercialização da castanha do caju deste ano qualquer operador apanhado no contrabando terá confiscado, a favor do Estado, o camião, a mercadoria e ainda terá que pagar uma multa, adiantou o ministro.

Os serviços de Segurança do Estado e a Guarda Nacional serão chamados a vigiar a fronteira com o Senegal durante a campanha, que este ano decorrerá de abril a setembro.

Até agora havia uma única báscula para pesar toda a castanha que era exportada, mas a partir deste ano o Governo vai abrir mais quatro locais de pesagem em Bissau, para evitar filas de camiões na baixa da capital junto ao porto comercial.

Também a partir deste ano passa a ser obrigatório que o exportador apresente ao Governo o seu boletim de exportação antes de embarcar o produto no navio e ainda só será dada licença para exportar o operador que tiver um contrato de venda ao comprador estrangeiro de pelo menos 1.100 dólares por tonelada.

Para ajudar na obtenção de toda a documentação e informação sobre a campanha de caju, o governo vai abrir um local de atendimento em Bissau, mas vai exigir "boas práticas" a todos os intervenientes na cadeia, desde o produtor ao exportador.

"Este ano o Governo vai emitir certificado de qualidade do nosso caju antes de sair do porto", afirmou o ministro, adiantando também que o executivo está a conversar com os bancos comerciais para que possam financiar, "pelo menos dar garantias bancárias", aos operadores do sector.

Na semana passada, Rómulo Pires, director-geral do Banco da África Ocidental (BAO), um dos quatro bancos comerciais existentes na Guiné-Bissau e detido maioritariamente pelo grupo português Geocapital, disse que vai ser difícil financiar a campanha deste ano por causa da dívida "mal parada" a todo o sistema bancário, que ascende a 28 mil milhões de francos CFA (42,6 milhões de euros).
 

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