Representantes da ONU continuam a mostrar sua preocupação nesta terça-feira (29) com a eclosão de violência na República Centro-Africana (RCA), onde mais de 30 pessoas morreram e 100 ficaram feridas nas últimas horas. Os novos embates levaram mais de 27 mil pessoas a buscar refúgio. Agentes humanitários não conseguem ter acesso à população devido a ataques e bloqueios.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, deplorou a violência no país, iniciada com o assassinato de um jovem muçulmano no sábado (26) na capital, Bangui. Segundo a missão da ONU no país (MINUSCA) os últimos dois dias foram marcados por assassinatos, violência entre as comunidades e ataques a agentes humanitários. Várias residências e escritórios de organizações humanitárias foram saqueados e a liberdade de circulação impedida, principalmente em hospitais.
A missão reforçou o patrulhamento das ruas e muitas vias principais foram reabertas e barricadas retiradas, o que facilita o trabalho de entrega de ajuda humanitária à população recentemente deslocada. No entanto, Ban Ki-moon advertiu sobre a fuga de mais de 500 detentos da prisão de Ngaragba em Bangui e mostrou sua preocupação especialmente com as vítimas e testemunhas de crimes cometidos pelos condenados, além de uma possível deterioração das condições de segurança no país.
O porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Rupert Colville, pediu que as autoridades do governo de transição e a MINUSCA trabalhem em conjunto com outras forças internacionais para restabelecer a ordem no país, no que aparenta ser um “ataque deliberado para descarrilar o processo de paz e importantes progressos feitos na RCA nos últimos 18 meses.”
(Crianças em uma localidade em Bangui onde muitos se encontraram refúgio após a escala de violência. Foto: ACNUR/A. Fouchard) |
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