Cabo Verde cumpre todos os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) no domínio da Educação e é considerado pela Organização das Nações Unidas um caso de sucesso na África Subsaariana.
A reportagem começa por revelar que o país possui uma população de meio milhão de habitantes e mais de um terço está a frequentar o sistema de ensino, o que mostra a importância dada à educação e à formação pelos cabo-verdianos. Diz ainda que o programa de cantinas escolares oferece pelo menos uma refeição quente por dia aos alunos, o que evita o abandono escolar por parte das crianças mais carenciadas.
Segundo a ministra da Educação, Fernanda Marques, Cabo Verde atingiu os Objectivos do Desenvolvimento do Milénio no sector que dirige, “a todos os níveis”. “Desde o ensino primário universal – que é uma realidade anterior à própria definição dos ODM – passando pela proporção de crianças em idade escolar que termina o 6º ano até à taxa de alfabetização dos 15 aos 24 anos, que também foi alcançada”.
Também o objectivo “promoção da igualdade de género e empoderamento das mulheres, no rácio rapariga/rapaz no ensino básico e secundário” foi alcançado. A governante refere ainda que as taxas do ensino básico e de alfabetização são superiores a 95 por cento, pelo que o país tem “a população de 25 anos toda escolarizada”. “A universalização do ensino secundário é uma realidade. Temos uma média de 3 escolas secundárias por concelho”.
Trabalhar para atingir o "ideal"
Cabo Verde fez muito para a universalização do ensino. A ministra da Educação considera que esta é “uma aposta que começou há 40 anos, com a independência de Cabo Verde”. Para Fernanda Marques, o segredo do país reside no trabalho. “É preciso trabalhar muito, trabalhar em equipa, acreditar que somos capazes e que continuaremos sempre a vencer e a desenvolver Cabo Verde”, afirma.
Com uma taxa de desemprego de 15,6 por cento, segundo o Instituto Nacional de Estatística, e a atingir sobretudo os jovens, o professor reformado Ulisses Pereira entende que as autoridades devem apostar num ensino virado para o mercado de trabalho. “Penso que há necessidade de rever o tipo de ensino secundário que queremos para Cabo Verde?Os liceus já cumpriram as etapas do seu percurso. Penso que estamos agora numa era em que devemos pensar em formações profissionais, viradas para o mercado e para a produção”, considera.
Cabo Verde avança também em outros ODM
A coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas na Cidade da Praia, defende que, globalmente, Cabo Verde tem feito progressos em todos os Objectivos de Desenvolvimento de Milénio e em todas as metas que têm pertinência para o país. Ulrika Richardson-Golinski afirmou que, em comparação com a maioria dos países africanos, Cabo Verde destaca-se como um dos melhores progressos do continente. Por isso, considera Cabo Verde como um “case study” no continente africano.
A redução da pobreza (Objectivo 1) foi alcançado - a pobreza baixou de 47% para 26%. Nota positiva para o acesso universal ao ensino primário. Na promoção da igualdade do género (Objectivo 3), destaca-se a paridade entre rapazes e raparigas no ensino básico. “Na redução da mortalidade infantil (Objectivo 4) Cabo Verde está no bom caminho. Mas, aqui, dificilmente atingirá o objectivo. O país atingiu a meta 5, relacionada com a saúde materna e, no combate ao HIV, malária e outras doenças (Objectivo 6), está também no bom caminho”, enumera.
No objectivo, garantir a sustentabilidade ambiental, Ulrika Golinski destacou o avanço na protecção do ambiente. A meta do saneamento, integrada ainda no 7º objectivo, foi já ultrapassada. No último objectivo, criar uma parceria mundial para o desenvolvimento, aponta a eficácia da cooperação entre Cabo Verde e os parceiros internacionais.
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