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sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Depois de escolas e uma biblioteca, ONG portuguesa cria primeiro guia turístico da G-Bissau

A Afectos com Letras, sediada em Pombal, vai criar o primeiro guia turístico da Guiné-Bissau, numa parceria com a secretaria de Estado do Turismo da Guiné-Bissau e com financiamento da União Europeia (UE), com o objetivo de promover um setor “pouco ou nada explorado” no país, disse ao REGIÃO DE LEIRIA a presidente da organização não governamental (ONG).


A ideia surgiu quando Joana Benzinho foi confrontada “com a inexistência de guias”.

As 90 ilhas dos Bijagós que são reserva natural ou as matas de Cantanhez, que são um santuário de chimpazés, seriam razões mais do que suficientes para dar a conhecer o país a turistas mas também aos guineenses. “Este ano decidimos avançar com o projecto. O entusiasmo foi imediato”, sublinha.

Para a portuguesa que decidiu criar a ONG em 2009, o turismo “é um dos grandes trunfos da Guiné-Bissau para potenciar o seu desenvolvimento”. O maior ponto de interesse? O arquipélago dos Bijagós, frisa, considerando-o “o maior tesouro natural da África Ocidental”, com uma beleza intocada, uma “população tribal e cheia de misticismos”, e uma zona onde ocorre a desova das tartarugas verdes - “um momento mágico a registar”.

O guia turístico vai ter edição em formato livro e “vai estar igualmente disponível em formato digital “na página da Delegação da UE em Bissau e da secretaria de Estado do Turismo”.

Apesar do projecto em torno do turismo, o trabalho da Afectos com Letras continua a centrar-se na educação na Guiné-Bissau, que se encontra na cauda da lista de países em termos de índice de desenvolvimento humano.

A ONG tem três escolas a funcionar, garantindo a educação a mais de 500 alunos. Para além das três escolas, abriu a primeira biblioteca do país em 2012, com 13.500 livros doados. Hoje tem “mais de mil leitores assíduos na consulta e requisição de livros”, apontou.

A Afectos com Letras ajudou ainda na entrega de medicamentos, ofereceu um consultório oftalmológico e uma descascadora de arroz, e apoia um orfanato.

No futuro, quer abrir mais “uma escola na região fronteiriça com o Senegal, onde mais de uma centena de crianças estuda numa barraca feita de caniço” e em que um professor faz “milagres com o único livro que tem para ensinar as primeiras letras e números”.
 
 
 
 

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