Doença de pobre
Até o momento o governo da Guiné não solicitou o soro, segundo uma fonte oficial.
O grupo farmacêutico americano que produz o ZMapp anunciou na segunda-feira que enviou todas as doses disponíveis para o oeste da África, sem revelar os países, e destacou que isto aconteceu de forma gratuita.
Diante da magnitude da epidemia, um comitê de especialistas reunidos pela OMS na terça-feira concluiu que é "ético oferecer tratamentos - cuja eficácia ainda não foi demonstrada e dos quais os efeitos colaterais são desconhecidos - como potencial tratamento ou de carácter preventivo".
A directora-geral adjunta de organização, Marie-Paule Kieny, admitiu, no entanto, a falta de estoques do tratamento, pois o ebola é "uma doença de pobres, em países pobres, nos quais não há mercado para os grupos farmacêuticos".
O presidente de Serra Leoa, Ernest Bai Koroma, fez um apelo à comunidade internacional para obter 18 milhões de dólares de ajuda necessários para financiar a luta contra a epidemia.
Na região, o primeiro-ministro de Guiné Bissau, Domingos Simões Pereira, anunciou o fechamento das fronteiras com Guiné, outro país afectado, até nova ordem.
A Confederação Africana de Futebol (CAF) solicitou à Federação Guineana (FGF) a mudança de local dos jogos da selecção do país até meados de setembro.
Na entrada do continente europeu, no estreito de Gibraltar e no território espanhol de Melilla, os membros da Guarda Civil, que enfrentaram nos últimos dias uma grande chegada de imigrantes, estavam equipados com luvas de borracha e máscaras médicas para evitar um eventual contágio.
A epidemia de ebola, a mais grave desde o surgimento da febre hemorrágica em 1976, provocou 1.013 mortes na África Ocidental, incluindo 373 na Guiné, 323 na Libéria e 315 em Serra Leoa, segundo o balanço da OMS de 9 de agosto.
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