O governo da Guiné-Bissau tem em marcha um plano de desenvolvimento e modernização do porto comercial de Bissau, disse esta sexta-feira à imprensa fonte da secretaria de Estado dos Transportes e Comunicações.
O porto de Bissau é considerado pelo governo guineense como a principal porta de entrada e saída de toda a actividade económica no país, mas nos últimos anos tem apresentado debilidades em termos de infraestruturas envelhecidas ou inadequadas.
De acordo com o plano a que a imprensa teve hoje acesso, o porto de Bissau situa-se no estuário do rio Geba com acesso de 40 milhas de canal praticamente sem sinalização e sem balizagem e em que a ultima dragagem aconteceu em 1969.
Nessa altura, enfatiza ainda o documento, o porto podia receber navios que tivessem até 14 metros de calado (profundidade a que se encontra o ponto mais baixo da embarcação), quando actualmente não passa dos 11 metros.
O porto foi concebido para atracagem de navios motores de carreiras regulares, transportando carga convencional, e hoje recebe principalmente porta-contentores com mercadoria diversa. Além da diminuição do calado admitido e do assoreamento, o acesso ao porto de Bissau é ainda dificultado devido ao facto de nas suas profundezas se encontrarem 14 navios afundados há vários anos. Dos quatro terminais que constituem o chamado porto comercial de Bissau, apenas o Cais Novo, construído em 1989, consegue suportar a atracagem de navios de grande porte, embora um de cada vez, assinala-se no documento.
Para resolver estes e outros problemas, o governo está a negociar com o Banco Oeste Africano de Desenvolvimento (BOAD) um empréstimo de 22 mil milhões de francos CFA (35 milhões de dólares). Parte substancial desse dinheiro será usado para pavimentação das vias interiores e de acesso ao porto, dragagem, sinalização, balizagem, reposição das defesas no cais principal e ainda aquisição de equipamentos e organização da gestão. Se tudo isso for feito, o porto de Bissau passará a ter a capacidade de manuseamento de 72 mil contentores por ano.
O documento de orientação para o desenvolvimento e modernização do porto de Bissau propõe ao Governo, logo que seja possível, o estabelecimento de uma parceira estratégica com uma instituição que possa injectar capital e conhecimento na gestão do porto comercial.
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