A COMUNIDADE internacional reuniu-se sábado com o Presidente de transição da Guiné-Bissau para dirigir um aviso aos militares do país: as agressões ocorridas a um candidato a deputado são um acto “inaceitável”, referiu José Ramos-Horta, representante das Nações Unidas.
“É
um acto totalmente inaceitável para o secretário-geral das Nações
Unidas e para o Conselho de Segurança”, que está a seguir a situação
atentamente, sublinhou Ramos-Horta, numa declaração subscrita pelos
restantes representantes das organizações internacionais presentes na
reunião.
Aquele
responsável falava no final do encontro no Palácio da Presidência em
que participaram também a Comunidade Económica dos Estados da África
Ocidental (CEDEAO), União Africana (UA), Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP) e a União Europeia (UE).
Mário
Fambé, dirigente do Partido da Renovação Social (PRS) e candidato a
deputado nas eleições de 13 de Abril, foi sequestrado na quarta-feira
por homens armados, detido nas instalações do Estado-Maior General das
Forças Armadas e sujeito a agressões, antes de ser libertado na
sexta-feira.
As estruturas militares não comentam o assunto, nem foi dada qualquer justificação para o sucedido.
A
situação ocorre numa altura em que o PRS, principal força da oposição,
está dividido. Nas eleições de 13 de Abril, figuras internas apoiam
outras três candidaturas à presidência além do candidato oficial do
partido, Abel Incada, que denunciou o sequestro.
O
fundador do PRS e ex-presidente Kumba Yalá apoia Nuno Nabiam, enquanto
outros dois membros da força política, Jorge Malú e Sori Djaló, avançam
com as suas próprias candidaturas.
Por
entre estas divisões, Abel Incada referiu na quinta-feira que há mais
casos de perseguição a militantes do PRS, que não quis explicar.
Para
Ramos-Horta, o ataque a Mário Fambé tratou-se de um “incidente de
agressão e prepotência contra um candidato dirigente de um partido que
foi levado ao quartel da Amura (instalações do Estado-Maior General das
Forças Armadas), espancado e que agora está no Hospital Militar”.
PAIGC CRITICA INTERFERÊNCIAS
O
PAIGC, partido maioritário no Parlamento da Guiné-Bissau, avisou sábado
que não vai tolerar interferências de “entidades estranhas” na campanha
eleitoral para o escrutínio do dia 13 de Abril próximo.
O
aviso foi feito por Baciro Djá, um dos vice-presidentes e director de
campanha do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde
(PAIGC) na abertura da campanha eleitoral do partido sábado em Bissau.
“Neste
momento estamos numa luta política no quadro democrático, o PAIGC não
vai tolerar a interferência de entidades estranhas a este jogo”,
declarou Baciro Djá, ministro da Defesa no Governo deposto pelo golpe
militar em Abril de 2012.
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