A residência do vice-procurador-geral da República da Guiné-Bissau foi hoje alvo de uma tentativa de assalto por homens armados e encapuçados, disse à agência Lusa o presidente do sindicato dos magistrados do Ministério Público.
De acordo com Bacari Biai, desconhecem-se os motivos, mas presume-se
que a tentativa de assalto à casa de Rui Sanha estará ligada aos
"processos quentes" em fase de inquérito no Ministério Público.
"Não sabemos o que se passa, mas estamos preocupados, pois é uma
situação gravíssima de atentado contra os responsáveis máximos do poder
judicial", admitiu Bacari Biai.
Na última semana, o sindicalista denunciou ameaças à integridade
física feitas por desconhecidos, via telefone, contra os magistrados
que conduzem o inquérito sobre alegada corrupção na administração dos
Portos de Bissau.
Tal como na altura, o sindicato voltou hoje a alertar para a situação
em carta endereçada aos representantes da Comunidade Económica dos
Estados da Africa Ocidental (CEDEAO), da Comunidade de Países de Língua
Portuguesa (CPLP) e da União Africana (UA).
A preocupação só não foi entregue hoje na sede da União Europeia (UE)
e gabinete das Nações Unidas para a consolidação da paz na
Guiné-Bissau (Uniogbis) devido ao adiantado da hora no momento em que
os magistrados se deslocaram às sedes das duas representações.
"Pedimos segurança para os magistrados", disse Bacari Biai.
O presidente do sindicato dos magistrados do Ministério Público
sublinhou que o documento representa um "grito de alerta" assinado
pelos magistrados judiciais e oficiais de justiça.
"Se não houver segurança ponderamos mandar parar o trabalho de todos
os magistrados", ou seja, ficarem "em casa até que haja segurança",
disse Bacari Biai, citando parte da carta entregue às representações
diplomáticas.
Questionado sobre a situação do vice-Procurador Geral, cuja
residência foi atacada, Bacari Biai assinalou que Rui Sanhá encetou
diligências junto do Governo de transição que lhe garantiu proteção com
elementos da Guarda Nacional.
Em janeiro o Procurador-Geral da República, Abdu Mané, anunciou
publicamente que estava a ser alvo de ameaças que o fizeram reduzir
consideravelmente a circulação pelas ruas de Bissau.
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