O ministro das Relações Exteriores cabo-verdiano indicou, por outros lado, que os 15 chefes da diplomacia oeste-africanos abordaram também as situações na Guiné-Bissau e Mali, bem como o estado do processo relativo aos Acordos de Parceria Económica (APE) entre a CEDEAO e a União Europeia (UE).
"Debruçámo-nos sobre aspetos políticos e de segurança, como a
situação no Mali e na Guiné-Bissau, mas o importante é que foi aprovado o
projeto estratégico de segurança marítima, precisamente para combater a
pirataria marítima, que preocupa os países da região", referiu.
Sobre a Guiné-Bissau, Jorge Borges disse que o Conselho de Ministros
lançou um apelo à realização das eleições gerais (presidenciais e
legislativas) de 13 de abril, que a CEDEAO irá acompanhar.
"Mas o importante foi o apelo e a decisão da CEDEAO de acompanhar a
Guiné-Bissau na fase pós eleições, para garantir a efetivação das
reformas em curso, principalmente na área social e económica",
explicitou.
Mais aprofundada foi a questão da situação no Mali, em que os "15"
defenderam uma estratégia conjunta com o Governo "legítimo e eleito"
maliano para manter a integridade territorial em todo o país, estendendo
a autoridade do Estado ao norte, para o que foi pedido ao executivo que
apresente uma plataforma negocial.
"É uma situação que nos preocupa porque continua a ser uma zona de
trânsito de todo o tipo de tráfico", acentuou, salientando a necessidade
de haver uma resposta "consensual e articulada" para garantir a
segurança no norte do país.
"Também falámos da integração regional e passámos em revista o estado
dos acordos assumidos com a UE relativamente aos APE, que era o
elemento mais importante até agora para justificar a integração
regional", salientou.
Na segunda-feira, a UE confirmou um apoio de 6,5 mil milhões de euros
aos países oeste-africanos no quadro do Programa de Desenvolvimento do
Acordo de Parceria Económica (PAPED) com a África Ocidental para
2015/20, montante que vai "melhorar consideravelmente" os fluxos
comerciais e de investimento para a sub-região.
Os APE visam reforçar as economias da África Ocidental, alargando a
gama de bens produzidos e exportados e reforçando as trocas comerciais
inter-regionais entre o Benim, Burquina Faso, Cabo Verde, Costa do
Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné-Conacri, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger,
Nigéria, Senegal, Serra Leoa, Togo, bem como a Mauritânia, que
abandonou a organização.
Cabo Verde estará representado na cimeira, na sexta-feira e no
sábado, pelo primeiro-ministro José Maria Neves, que inicia, depois, uma
visita oficial de dois dias à Costa do Marfim.
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