COM O TEMPO UMA IMPRENSA CÍNICA, MERCENÁRIA, DEMAGÓGICA E CORRUPTA, FORMARÁ UM PÚBLICO TÃO VIL COMO ELA MESMO

Joseph Pulitzer

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Moçambique e Timor na plataforma comum da língua portuguesa

Desde quarta-feira, estão disponíveis quatro vocabulários nacionais - de Portugal, Brasil, Moçambique e Timor-Leste - na plataforma Vocabulário Ortográfico Comum (VOC), disponível para consulta pública através do portal do IILP, organismo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).



Em declarações à Lusa, à margem do seminário "Projeção Internacional da Língua Portuguesa: presente e futuro", que hoje se realizou na sede da CPLP, em Lisboa, a diretora executiva do IILP adiantou que o vocabulário de São Tomé e Príncipe "já está parcialmente elaborado", mas precisa ainda da "validação das autoridades nacionais".

Marisa Mendonça destacou "a inexistência de recursos humanos" para "o trabalho profundo de lexicografia" necessário à construção do VOC, para justificar os ritmos "diferentes" dos países lusófonos.

Trata-se de "um processo em desenvolvimento", frisou. "Não sabemos dar informações" sobre Angola, disse, realçando, porém, que o governo de Luanda "disponibilizou fundos" para que o projeto "fosse levado avante".

O VOC -- que será "permanentemente atualizado" - é a plataforma que alberga os instrumentos que determinam legalmente a ortografia da língua portuguesa e foi oficialmente reconhecido pelos Estados-Membros da CPLP nas conclusões finais da X Conferência de chefes de Estado e de Governo da CPLP, em julho de 2014, em Timor-Leste.

O VOC -- explicou Marisa Mendonça -- "mostra a singularidade dos vocabulários nacionais" e, simultaneamente, "a pluralidade da língua portuguesa", tentando uniformizar a escrita, por exemplo acabando com a dupla grafia de palavras.

Originária de Moçambique, Marisa Mendonça recorre à palavra "capulana" como exemplo. Comum em Moçambique, pois designa os panos coloridos que as mulheres atam à cintura, a palavra "capulana" é mais rara nos restantes países lusófonos.

"Este é um empreendimento gigantesco, inovador, pioneiro, sobretudo para os países africanos lusófonos, e que significa muito trabalho", destaca Marisa Mendonça, acrescentando que o VOC vai receber em breve também terminologias científicas.

Marisa Mendonça disse ainda que o IILP vai prosseguir com dois outros projetos: o Portal do Professor de Português Língua Estrangeira, plataforma eletrónica que oferece a professores recursos e materiais para o ensino e a aprendizagem do português; e a revista Platô, periódico semestral, em formato digital, de acesso público e gratuito.

"Esta direção continua a considerá-los como projetos bandeira do IILP, que foram muito bem pensados e bem iniciados. O nosso compromisso agora é conversar com as instituições parceiras a forma de desenvolver estes projetos", disse.

Presente no mesmo seminário, o presidente do Conselho Científico do IILP, Raúl Calane Silva, defendeu que os Governos dos países da CPLP "devem empenhar-se cada vez mais nos projetos, mesmo a nível financeiro".

As comissões científicas nacionais junto do IILP reuniram-se esta semana, em Lisboa, para discutir questões de ordem científica, técnica e burocrática.

"Um dos grandes propósitos agora é dinamizar as comissões nacionais do IILP em relação a estes projetos principais e também a outros para a consolidação e expansão da língua portuguesa", realçou Calane Silva.
 
 
 
 

Sem comentários:

Enviar um comentário