Segundo o ministro da Defesa, Jaques Wagner, “houve progresso nos últimos anos, mas muitos desafios ainda têm que ser enfrentados para que mais mulheres participem de operações de paz em postos decisórios”.
Wagner participou da abertura do Painel Independente de Alto Nível
sobre Operações de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU), iniciado
nesta segunda-feira (30/03), em Salvador.
Actualmente, o Brasil possui militares do sexo feminino apenas na
Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), onde
cerca de dez profissionais actuam como jornalistas, relações públicas e
assessoras jurídicas, entre outras posições.
Na abertura do encontro, que segue até a terça-feira (31), o titular
da Defesa enfatizou, também, a importância de se pensar em mecanismos
“para que menos mulheres e meninas sofram com a violência de género
relacionada a conflitos”.
No evento, representantes da América Latina e Caribe apresentam propostas e trocam experiências da temática, que servirão de subsídio para a actualização do manual de operações de paz da ONU.
No evento, representantes da América Latina e Caribe apresentam propostas e trocam experiências da temática, que servirão de subsídio para a actualização do manual de operações de paz da ONU.
“Precisamos saber o que mudar nessas missões, a começar por seus
mecanismos de financiamento, visando a ampliar sua eficácia e sua
legitimidade”, alertou Jaques Wagner.
A renovação do documento que baliza a atuação dos chamados capacetes
azuis das Nações Unidas, para o ministro, é fruto de uma mudança no
panorama político e de segurança mundial.
Abertura
O líder do Painel sobre Operações de Paz, José Manuel Ramos-Horta,
foi presidente do Timor-Leste, durante os anos de 2007 a 2012. Ele
ganhou o Prémio Nobel da Paz em 1996 pelo esforço em terminar com a
opressão no seu país.
Na mesa de abertura do evento, Ramos-Horta enfatizou que as missões
desta natureza devem permanecer como ferramenta eficaz de manutenção da
paz, mas ponderou que é preciso pensar em novas formas de se adaptar aos
desenhos políticos actuais.
O presidente do painel incentivou os participantes a enviar soluções “ousadas” e “criativas” para a reformulação do manual da ONU. Todos os debates do seminário serão enviados para o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, em maio deste ano.
O presidente do painel incentivou os participantes a enviar soluções “ousadas” e “criativas” para a reformulação do manual da ONU. Todos os debates do seminário serão enviados para o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, em maio deste ano.
Painel
O Painel Independente de Alto Nível sobre Operações de Paz da ONU foi
criado em outubro de 2014, pela ONU. Tem o objetivo de avaliar o estado actual das operações de paz das Nações Unidas e identificar as
necessidades que deverão emergir no futuro, como: maior protecção a civis
em áreas de conflito, melhoria do desempenho das tropas, igualdade de género, novas tecnologias em apoio às operações e parcerias
estratégicas, entre outros assuntos.
Durante cinco meses, o evento percorreu outros continentes, com
encontros em Genebra, Bangladesh, Nova Iorque e Adis Abeba. Para este
painel, estão reunidos no Brasil representantes de alto nível de quase
todos os países da América Latina e Caribe, da área de Defesa,
Segurança, Relações Exteriores, Academia e Sociedade Civil.
Ao todo, participam 6 países da América do Sul, 10 da América Central e Caribe e 1 da América do Norte.
(foto: Jorge Cardoso) |
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