Na República Centro-Africana (RCA), os agricultores precisam de sementes e de ferramentas de emergência para a próxima temporada de plantio que começa em abril, a fim de evitar uma maior deterioração das condições de vida das populações vulneráveis no país afectado por um grave conflito, disse nesta segunda-feira (23) a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Aproximadamente 1,5 milhão de pessoas sofrem de insegurança alimentar no país, e este número tende a aumentar na ausência de assistência imediata. Além disso, a escassez de alimentos que atinge todo o país pode piorar, os movimentos populacionais pode aumentar as tensões, o regresso das pessoas deslocadas e dos refugiados às suas aldeias pode ser adiado e, por fim, os custos da intervenção de emergência poderão aumentar ainda mais.
“Uma boa implementação das actividades da campanha agrícola é essencial para reduzir as tensões políticas, cuja causa principal é a pobreza extrema. A agricultura continua sendo a principal fonte de renda para a maioria da população do país”, disse o representante da FAO na RCA, Jean-Alexandre Scaglia. “Garantir o plantio da próxima safra, assim como as actividades de resiliência de longo prazo, é uma oportunidade única de contribuir para os esforços de paz na República Centro-Africana.”
Segundo a FAO, a produção agrícola ainda é inferior em quase 60% à média anterior à crise. Assim, o período de escassez deste ano deve começar quatro meses antes do que o habitual.
Parceiros da FAO na área de segurança alimentar identificaram 150 mil famílias afectadas pela crise – entre agricultores, deslocados retornados e famílias anfitriãs – que não haviam recebido qualquer apoio e precisam de ajuda imediata. A FAO já financiou 86.400 famílias, mas precisa de um adicional de 6,2 milhões de dólares para ajudar outras 63.600 famílias na próxima temporada de plantio.
Cada família receberá insumos agrícolas essenciais, como sementes e ferramentas agrícolas, para cultivar um terreno de meio hectare de terra, apoiando suas necessidades alimentares por até cinco meses. Segundo a agência da ONU, isso ajuda a reduzir a dependência da ajuda humanitária e a estabilizar a renda dessas famílias.
(República Centro-Africana. Foto: FAO/Riccardo Gangale) |
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