A investigadora Cláudia Sousa (1975-2014) dedicou-se ao estudo da cognição dos primatas não humanos, não apenas em laboratório mas também no terreno, quer na Guiné-Bissau quer na Guiné-Conacri.
É em sua memória que foi agora criada uma bolsa destinada a estudantes portugueses de licenciatura, mestrado ou doutoramento – por ano, será escolhido um dos candidatos, que terá a oportunidade de passar até três meses, com as despesas pagas, no Instituto de Investigação de Primatas da Universidade de Quioto, no Japão.
As candidaturas ao Fundo Memorial Cláudia Sousa para o Avanço da Primatologia em Portugal estão abertas até 31 de Março (a próxima terça-feira), até às 16h de Portugal. O fundo é financiado pelo japonês Tetsuro Matsuzawa, director do Instituto de Investigação de Primatas da Universidade de Quioto e uma autoridade mundial em primatologia. Cláudia Sousa doutorou-se precisamente sob orientação de Tetsuro Matsuzawa, em 2003, no mesmo Instituto de Investigação de Primatas da Universidade de Quioto onde agora um bolseiro português poderá ter uma estadia.
Na sua tese de doutoramento, ela estudou a capacidade cognitiva de os chimpanzés acumularem capital – ou seja, de fazerem um mealheiro. Para tal, em experiências no Instituto de Investigação de Primatas, Cláudia Sousa deu aos chimpanzés tokens (objectos que têm um valor simbólico) para pedirem frutas em troca — e que eles guardavam e só trocavam por alimentos quando queriam. Mostrou assim que o sistema dos tokens era uma nova metodologia para avaliar as capacidades cognitivas dos chimpanzés, tendo observado a emergência de um comportamento único, que é o “economizar”, e que revela que os chimpanzés compreendem e têm noção do valor simbólico de certos objectos. Tal como nós.
Também estudou os chimpanzés no seu habitat natural, viajando diversas vezes à Guiné-Conacri, onde existe uma estação de investigação de primatas na aldeia de Bossou, dirigida por Tetsuro Matsuzawa. Por várias vezes, foi também à Guiné-Bissau fazer o levantamento da distribuição dos chimpanzés no território. Entre as suas preocupações estava ainda a conservação destes primatas no habitat natural e a sua interacção com as populações humanas.
Desde 2001 que Cláudia Sousa, que morreu de cancro, era docente do Departamento de Antropologia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. E é também uma antropóloga biológica desta faculdade (e da Universidade Oxford Brookes, no Reino Unido), a britânica Kimberley Hockings — que fez vários trabalhos com Cláudia Sousa e que vai dar continuidade a projectos da primatóloga portuguesa —, que vai gerir o fundo agora criado.
Os candidatos, com especialização em primatologia ou áreas relacionadas, como antropologia, psicologia ou biologia, terão de escrever um texto (até 1000 palavras) sobre as contribuições de Cláudia Sousa para o estudo dos primatas e como é que ela os inspirou a seguir uma carreira nesta área científica. O objectivo desta bolsa, justificam os seus promotores no texto de apresentação, é “a continuação da visão e missão de Cláudia Sousa de encorajar e inspirar o estudo da primatologia entre os estudantes portugueses”.
As candidaturas ao Fundo Memorial Cláudia Sousa para o Avanço da Primatologia em Portugal estão abertas até 31 de Março (a próxima terça-feira), até às 16h de Portugal. O fundo é financiado pelo japonês Tetsuro Matsuzawa, director do Instituto de Investigação de Primatas da Universidade de Quioto e uma autoridade mundial em primatologia. Cláudia Sousa doutorou-se precisamente sob orientação de Tetsuro Matsuzawa, em 2003, no mesmo Instituto de Investigação de Primatas da Universidade de Quioto onde agora um bolseiro português poderá ter uma estadia.
Na sua tese de doutoramento, ela estudou a capacidade cognitiva de os chimpanzés acumularem capital – ou seja, de fazerem um mealheiro. Para tal, em experiências no Instituto de Investigação de Primatas, Cláudia Sousa deu aos chimpanzés tokens (objectos que têm um valor simbólico) para pedirem frutas em troca — e que eles guardavam e só trocavam por alimentos quando queriam. Mostrou assim que o sistema dos tokens era uma nova metodologia para avaliar as capacidades cognitivas dos chimpanzés, tendo observado a emergência de um comportamento único, que é o “economizar”, e que revela que os chimpanzés compreendem e têm noção do valor simbólico de certos objectos. Tal como nós.
Também estudou os chimpanzés no seu habitat natural, viajando diversas vezes à Guiné-Conacri, onde existe uma estação de investigação de primatas na aldeia de Bossou, dirigida por Tetsuro Matsuzawa. Por várias vezes, foi também à Guiné-Bissau fazer o levantamento da distribuição dos chimpanzés no território. Entre as suas preocupações estava ainda a conservação destes primatas no habitat natural e a sua interacção com as populações humanas.
Desde 2001 que Cláudia Sousa, que morreu de cancro, era docente do Departamento de Antropologia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. E é também uma antropóloga biológica desta faculdade (e da Universidade Oxford Brookes, no Reino Unido), a britânica Kimberley Hockings — que fez vários trabalhos com Cláudia Sousa e que vai dar continuidade a projectos da primatóloga portuguesa —, que vai gerir o fundo agora criado.
Os candidatos, com especialização em primatologia ou áreas relacionadas, como antropologia, psicologia ou biologia, terão de escrever um texto (até 1000 palavras) sobre as contribuições de Cláudia Sousa para o estudo dos primatas e como é que ela os inspirou a seguir uma carreira nesta área científica. O objectivo desta bolsa, justificam os seus promotores no texto de apresentação, é “a continuação da visão e missão de Cláudia Sousa de encorajar e inspirar o estudo da primatologia entre os estudantes portugueses”.
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