O REPRESENTANTE das Nações Unidas na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, considerou, segunda-feira, que não há razão para impedir que o candidato do PAIGC, José Mário Vaz, concorra às eleições presidenciais no país, marcadas para 13 de Abril próximo.
A
Procuradoria-Geral da República guineense entregou na passada
quinta-feira, no Supremo Tribunal de Justiça (STJ), um pedido de
impugnação da candidatura, sobre o qual se aguarda uma decisão daquela
instância judicial.
O
pedido baseia-se no facto de o candidato, ex-ministro das Finanças,
também conhecido como Jomav, estar sob investigação num caso de alegado
desvio de verbas públicas.
No
entanto, “segundo a lei na Guiné-Bissau, o facto de alguém ser acusado
pelo Ministério Público, sem um veredicto do tribunal, não invalida a
sua elegibilidade. É uma questão académica”, referiu Ramos-Horta à
agência Lusa.
“Não me parece que constitua problema”, acrescentou.
O
representante das Nações Unidas em Bissau realça que “José Mário Vaz
ganhou a maioria dos votos no comité central do PAIGC” (Partido Africano
da Independência da Guiné e Cabo Verde).
“É preferível deixá-lo candidatar-se tranquilamente porque é o que a lei diz”, concluiu.
Depois de receber o pedido de impugnação, o STJ notificou o partido, que já respondeu.
“Recebemos
uma notificação e respondemos a essa notificação, acreditamos que o
acórdão (do Supremo) vai trazer clareza e vai assegurar aquilo que já
sabemos, que o nosso candidato é elegível”, referiu Domingos Simões
Pereira, presidente do PAIGC, numa conferência de imprensa realizada no
sábado.
Aguarda-se agora que o STJ se pronuncie sobre o pedido do Ministério Público.
Também
segunda-feira, Ramos-Horta, alertou para a necessidade de a comunidade
internacional começar a preparar um fundo de pensões para realizar a
reforma das forças armadas guineenses.
As
autoridades militares guineenses já entregaram “uma lista de 1700
elementos que voluntariamente se inscreveram para sair e há ainda mais
200 que, por idade ou saúde, devem retirar-se”, acrescentou Ramos-Horta.
No
entanto, a liderança armada “passa a bola” para a comunidade
internacional na hora de criar o fundo de pensões, um tema que “é
preciso ver com rapidez”, alertou.
Sem comentários:
Enviar um comentário