Em declaração presidencial, órgão da ONU disse que insistiu para que as autoridades tomem as providências necessárias para aprofundar o diálogo político e assegurar um pleito credível, transparente e inclusivo.
(foto ONU) |
O Conselho de Segurança das Nações Unidas emitiu uma declaração
presidencial exigindo a realização imediata das eleições gerais na
Guiné-Bissau.
A votação, marcada para 24 de novembro, corre o risco de ser adiada
por falta de acordo das autoridades locais sob a logística e a
organização do pleito.
Diálogo
A declaração do Conselho de Segurança foi divulgada na noite desta
quarta-feira, em Nova York. Os 15 países-membros do Conselho afirmaram
que as autoridades da Guiné-Bissau devem tomar as providências
necessárias para aprofundar o diálogo político no país.
O órgão da ONU se pronunciou após uma reunião, na semana passada,
onde foi analisado o relatório do Secretário-Geral sobre a situação no
país africano de língua portuguesa. O encontro contou com a presença do
representante de Ban Ki-moon na Guiné, José Ramos Horta.
Nesta entrevista à Rádio ONU, antes da reunião, Ramos Horta falou sobre a alguns casos isolados de tensão.
Imprevisibilidade
"Na área de direitos humanos, a situação está calma. Há alguma
tensão, continua a haver medos, inquietações devido à imprevisibilidade
do comportamento dos militares, segundo alguns. Mas de uma maneira
geral, posso dizer, a situação está calma, tranquila."
A resolução 2048 prevê a restauração da ordem constitucional na
Guiné-Bissau. O país sofreu um golpe de Estado em 12 de abril do ano
passado, e desde então conta com um governo de transição.
O Conselho de Segurança afirmou que as eleições presidenciais e
legislativas precisam ocorrer de forma credível, transparente e inclusiva.
Para o órgão, autoridades guineenses também têm de se esforçar para
promover um processo de reconciliação nacional.
Impunidade
Os membros do Conselho voltaram a expressar preocupação com o que
chamaram de uma "cultura prevalecente de impunidade e falta de prestação
de contas" no país lusófono.
Eles também afirmaram que é preciso realizar uma supervisão eficiente
das forças de segurança e da área de defesa na Guiné-Bissau.
O Conselho pediu aos militares guineenses, envolvidos na maioria de
golpes de Estado do país, que não pratiquem actos que possam prejudicar o
processo de diálogo e reconciliação nacional.
Estabilização
O órgão das Nações Unidas elogiou iniciativas da Comunidade Económica
dos Estados da África Ocidental, Cedeao, para implementação de reformas
no sector de segurança além de apoio sócio-económico para a
estabilização do país.
O Conselho de Segurança destacou ainda medidas do Escritório das
Nações Unidas em Bissau, Uniogbis, para restabelecer uma presença
internacional que possa combater o tráfico de drogas na Guiné-Bissau
também com a ajuda do Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, Unodc.
( Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU)
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