Entidades e personalidades da Guiné-Bissau vão criar uma Rede Nacional dos Defensores dos Direitos Humanos para dar mais condições de trabalho e proteção a quem lida com o assunto, disse hoje à agência Lusa fonte da organização.
A rede vai ser apresentada no 1.º Fórum das Organizações da Sociedade
Civil, que decorre na quinta e na sexta-feira, no Hotel Azalai, em
Bissau.
Este encontro acontece depois de a Organização das Nações Unidas
(ONU) ter condenado os recentes interrogatórios de forças de segurança e
militares a figuras públicas.
O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Luís Vaz
Martins, um dos organizadores do fórum, foi intimado e questionado pela
Policia Judiciária no final de agosto por causa de um comunicado em que
desmentiu informações dadas pelo chefe das Forças Armadas, António
Indjai.
Já este mês, um comentador da Rádio Bombolom FM, em Bissau, foi
interrogado pelos serviços de contra-inteligência e levado a tribunal
militar depois de ter criticado as recentes promoções de oficiais.
Em ambos os casos, os inquiridos foram ouvidos durante várias horas até serem dispensados pelas autoridades.
O fórum de quinta e sexta é promovido por organizações da sociedade
civil guineenses em colaboração com o sistema das Nações Unidas e com a
Agência Suíça para o Desenvolvimento e Cooperação (Swissaid).
A apresentação e discussão dos termos de referência e dos estatutos
da Rede Nacional dos Defensores dos Direitos Humanos estão marcadas para
a manhã de sexta-feira.
Outros temas serão discutidos já a partir de quinta-feira, tais como
"participação política da sociedade civil no processo eleitoral" e
"experiência internacional no domínio das eleições e direitos humanos".
A abertura do fórum contará com intervenções do representante da ONU
em Bissau, do coordenador nacional da Swissaid, do presidente da
Assembleia Nacional Popular e ainda de um representante das organizações
da sociedade civil guineense.
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