Os 11 médicos oftalmologistas e enfermeiros são voluntários, pagaram as viagens de avião de Portugal para a Guiné-Bissau, bem como todas as outras despesas para ficar 11 dias a dar consultas e a realizar cirurgias no Hospital de Cumura, nos arredores de Bissau.
Onze médicos e enfermeiros voluntários, pagaram as viagens de avião de Portugal para a Guiné-Bissau, bem como todas as outras despesas para ficar 11 dias a dar consultas e a realizar cirurgias no Hospital de Cumura, nos arredores de Bissau.
Bainhe Chaque ri-se às gargalhadas quando lhe perguntam como está, porque vai poder voltar a ver o que o rodeia: "já não tenho idade para me meter com mulheres, mas se passarem por mim vou poder olhar para elas".
Aos 64 anos e sem gastar um tostão, o guineense acabou de ser operado às cataratas, já em estado agravado, como quase todos os casos diagnosticados na Guiné-Bissau: acabam em cegueira, mas podem ser revertidos.
No país é muito difícil ter acesso a serviços de saúde.
São raros e quando há poucos têm dinheiro para os pagar ou informação para lá chegar - a maioria da população é analfabeta.
"Muitas pessoas ficam cegas por causa de problemas para os quais já há solução", explica à Lusa o médico oftalmologista Dionísio Cortesão.
É a quinta Missão Visão que funciona sob a alçada da fundação católica João XXIII e que, ano após ano, angaria consumíveis e reúne médicos e enfermeiros através do "passa a palavra".
Em oito dias de voluntariado, a equipa já tinha operado cerca de 70 pessoas e prestado quase 700 consultas - com mais dois dias pela frente.
"Cerca de quatro quintos dos doentes que operamos têm menos de 10% de visão em cada olho ou são totalmente cegos", descreve Dionísio Cortesão.
Aos médicos portugueses juntam-se profissionais guineenses
As intervenções são feitas num bloco operatório do Hospital de Cumura, no mesmo piso térreo das consultas, duas portas ao lado, onde à equipa portuguesa se juntam médicos guineenses.
"Aprendemos a usar esta tecnologia mais avançada", refere Seco Indjai, médico da Guiné-Bissau que não perde a oportunidade de trabalhar com os colegas portugueses. "Temos muita cegueira evitável e acho que isso pelo menos vamos conseguir resolver" graças às indicações que recebeu, realçou.
A formação no exercício da actividade poderá fazer com que um dia se cumpra o sonho do líder da missão, o oftalmologista Luís Gonçalves.
"O meu sonho era daqui a algum tempo poder vir cá, à Guiné, e não precisar de fazer cirurgia nenhuma por estarem os colegas de cá a trabalhar. E eu venho passar umas férias", descreveu.
Enquanto isso não acontece, outras missões repletas de trabalho diário vão seguir-se. Esta quinta-feira à tarde é tempo de fazer o balanço e um inventário que servirá para preparar a missão do próximo ano. Os médicos oftalmologistas prometem regressar para "transformar vidas", conclui Luís Gonçalves.
As intervenções são feitas num bloco operatório do Hospital de Cumura, no mesmo piso térreo das consultas, duas portas ao lado, onde à equipa portuguesa se juntam médicos guineenses.
"Aprendemos a usar esta tecnologia mais avançada", refere Seco Indjai, médico da Guiné-Bissau que não perde a oportunidade de trabalhar com os colegas portugueses. "Temos muita cegueira evitável e acho que isso pelo menos vamos conseguir resolver" graças às indicações que recebeu, realçou.
A formação no exercício da actividade poderá fazer com que um dia se cumpra o sonho do líder da missão, o oftalmologista Luís Gonçalves.
"O meu sonho era daqui a algum tempo poder vir cá, à Guiné, e não precisar de fazer cirurgia nenhuma por estarem os colegas de cá a trabalhar. E eu venho passar umas férias", descreveu.
Enquanto isso não acontece, outras missões repletas de trabalho diário vão seguir-se. Esta quinta-feira à tarde é tempo de fazer o balanço e um inventário que servirá para preparar a missão do próximo ano. Os médicos oftalmologistas prometem regressar para "transformar vidas", conclui Luís Gonçalves.
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