O Governo português saudou hoje a conclusão do acordo de paz e reconciliação no Mali, assinado em Argel a 01 de março, instando todas as partes do processo a aplicá-lo num contexto de paz e desenvolvimento.
Em comunicado hoje enviado à Lusa pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, o executivo português apelou "a todas as partes envolvidas no processo para que se comprometam com a sua assinatura e implementação, construindo em conjunto um quadro de paz e desenvolvimento, com repercussões positivas para toda a região do Sahel".
No domingo, 01 de março, o Governo do Mali assinou com grupos armados do norte do país um "acordo de paz e de reconciliação", em Argel, para pôr fim à violência.
No entanto, o acordo não foi ainda assinado pela coordenação dos movimentos
de Azawad, que inclui vários grupos rebeldes, como o Movimento Nacional de Libertação de Azawad (MNLA), que pediu um "prazo razoável" para consultar a população que representa.
de Azawad, que inclui vários grupos rebeldes, como o Movimento Nacional de Libertação de Azawad (MNLA), que pediu um "prazo razoável" para consultar a população que representa.
Este acordo destina-se a concluir as negociações iniciadas em julho de 2014 em Argel, o primeiro a reunir todas as partes no conflito no norte do Mali, onde foi lançada uma intervenção internacional em 2013 iniciada por França.
O Governo português aproveitou também "a oportunidade para reiterar o seu empenho em continuar a contribuir activamente para os esforços da comunidade internacional visando a paz e a estabilidade no Mali, designadamente através da participação de militares nacionais nas missões no terreno das Nações Unidas e da União Europeia", lê-se no documento.
"Pela sua liderança na mediação deste processo negocial", o executivo português felicitou ainda o Governo argelino, que tinha recentemente apresentado às partes em conflito um novo projeto de acordo, que apelava para a "reconstrução do país assente em bases inovadoras, no respeito da integridade territorial, tendo em conta a diversidade étnica e cultural".
As diferentes partes em conflito assinaram a 19 deste mês, sob os auspícios da Argélia e da ONU, uma declaração que previa o fim imediato "de todas as formas de violência".
Os grupos signatários foram o Movimento Nacional de Libertação de Azawad (MNLA), o Alto Conselho para a Unidade de Azawad (HCUA, sigla em francês), o Movimento Árabe do Azawad (MAA), o Movimento Árabe do Azawad-dissidente (MAA-dissidente), a Coordenação para o Povo de Azawad (CPA) e a Coordenação dos Movimentos e Frentes Patrióticas de Resistência (CM-FPR).
O Governo maliano e estes seis grupos iniciaram em meados deste mês, em Argel, a quinta ronda de negociações.
As duas partes realizaram, desde julho do ano passado, em Argel, quatro séries de negociações, as primeiras a reunir todas as partes em conflito.
Em 18 de junho de 2013, os mesmos interlocutores concluíram um acordo intermédio em Ouagadougou, no Burkina Faso.
Os grupos ligados à rede terrorista Al-Qaida e inicialmente aliados do MNLA foram excluídos das negociações. Durante mais de nove meses, estes grupos ocuparam o norte do Mali, tendo sido parcialmente repelidos da zona na sequência de uma intervenção internacional lançada em 2013 por França.
Em agosto do ano passado, começou a operação "Barkhan" contra o terrorismo na zona do Sahel.
Desde o verão passado, registou-se um recrudescimento dos ataques, nomeadamente 'jihadistas', contra as forças do Mali ou estrangeiras, mas também contra alvos civis.
A situação política no Mali é de instabilidade desde que em 2012 o país foi palco de um golpe de Estado.
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