ACTIVISTAS PORTUGUESAS FAZEM 24 HORAS DE GREVE DE FOME
EM SOLIDARIEDADE COM TEKBAR HADDI
Em
frente à Assembleia da República
Início
- dia 1 de julho às 15h
Fim
– dia 2 de Julho às 15h
As activistas portuguesas Isabel Lourenço e Helena Brandão irão
realizar das 15h00 de dia 1 de julho às 15h00 de dia 2, 24 horas de
greve de fome, em frente à Assembleia da República, na sequência
de um apelo internacional lançado pelo movimento de apoio a Tekbar
Haddi, uma mãe saharaui que esteve 36 dias em greve de fome.
No
passado dia 15 de maio, a cidadã saharaui Tekbar Haddi iniciou uma
greve de fome, em Las Palmas, reivindicando que o governo marroquino
lhe devolvesse o corpo do seu filho, de forma a poder enterrá-lo
condignamente, exigindo também uma autópsia e a investigação dos
acontecimentos que levaram à morte do jovem. Tekbar Haddi reiterou
que está disposta a morrer se não conseguir recuperar os restos
mortais do filho, mas teve que interromper a sua greve de fome uma
vez que os seus órgãos vitais estão severamente afectados.
Foi
na sequência destes acontecimentos que o movimento de solidariedade
lançou esta «Greve de Fome em Cadeia», que envolve já vários
países. Dezenas de deputados, actores, atletas, investigadores,
sindicalistas, activistas aderiram a esta iniciativa apoiada por mais
de 400 organizações.
A
força e a dimensão desta iniciativa tem sido de tal forma inédita
que no dia 20 de maio Tekbar Haddi, ainda em greve de fome, foi
recebida por um grupo de eurodeputados em Estrasburgo e mais
recentemente, a 25 de Julho, esteve em Genebra a expor o seu caso
perante a 29ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações
Unidas.
As activistas portuguesas compreendem que nem todos possam ou queiram
fazer greve de fome mas agradecem todo o apoio de quem esteja
solidário com esta causa, como a presença junto à Assembleia nos
dias 1 e 2 de Julho, ou ajuda na divulgação da iniciativa. Da sua
parte, além deste gesto simbólico, irão também entregar na
Assembleia da República um documento aos deputados dos vários
grupos parlamentares.
O
CASO TEKBAR HADDI E DO SEU FILHO MOHAMED HAIDALA
A
31 de janeiro de 2015, Mohamed Lamin Haidala, de 21 anos, foi atacado
de forma violenta por colonos marroquinos, em El Aiun, capital do
Sahara Ocidental ocupado, tendo sido esfaqueado no pescoço. As
autoridades marroquinas detiveram Haidala e não lhe foi prestado
auxílio médico: o ferimento do pescoço foi cozido por um
enfermeiro, sem anestesia, sem que fosse desinfectado; as restantes
feridas e lesões não foram tratadas. Passou dois dias na esquadra,
no chão, sem cobertores. No dia 2 de fevereiro ainda foi levado de
novo ao hospital mas como não recebeu tratamento, acabou por falecer
no dia 8 desse mesmo mês.
Os
médicos recusaram-se a fornecer qualquer documento escrito à
família e Tabkar Haddi assegura que as autoridades marroquinas lhe
ofereceram 90.000€ para ficar em silêncio, sem reclamar o corpo do
seu filho. A casa da família em El Aaiun permanece cercada pelas
autoridades marroquinas, tendo sido alvo de vários ataques e até
agora os colonos que agrediram mortalmente Haidala não foram presos.
Este acontecimento não é um caso isolado e é consequência directa
da grave violação de direitos humanos a que são sujeitos os
saharauis residentes nos territórios ocupados.
Apesar
das inúmeras resoluções das Nações Unidas, a ocupação ilegal
do Sahara Ocidental persiste. É urgente que a comunidade
internacional honre definitivamente os compromissos que assumiu com
este povo e que sejam implementados os mecanismos necessários
(nomeadamente o referendo) para que a sua independência seja
alcançada o mais rapidamente possível.
EXIGÊNCIAS
DA FAMILIA DA VÍTIMA
ÀS
AUTORIDADES OCUPANTES MARROQUINAS
“Después
del asesinato de mi hijo en circunstancias muy confusas a manos de
colonos marroquís y con el respaldo de las autoridades de ocupación
y la negligencia médica intencionada, me trasladé al Aaiún para
conocer los hechos de primera mano.
Al
conocer la magnitud de la injusticia de las circunstancias de su
asesinato y muerte, decidí investigar y esclarecer los hechos hasta
las últimas consecuencias: me dirigí al Ministro de Justicia y al
Procurador General del Rey en El Aaiún sin obtener ninguna
respuesta, y luego volví a escribir al mismo Procurador solicitando
información sobre el destino de las denuncias y reivindicaciones.
Por
respuesta no obtuve más que el refuerzo del asedio policial y los
asaltos a la casa de mi familia y las calles que llevan a ella, con
lo que conllevó de torturas dentro de la casa y destrucción de
bienes. Todo esto por no doblegarnos ante el diluvio de presiones y
ostentosos sobornos (90.000 euros) a cambio de firmar el entierro de
nuestro hijo en silencio y abstenernos de cualquier demanda de
autopsia, investigación u otra.
Por
todo esto, anuncio mi entrada en UNA HUELGA DE HAMBRE INDEFINIDA
HASTA CONSEGUIR MIS MÍNIMOS Y LEGÍTIMOS DERECHOS como persona o
MORIR EN EL INTENTO:
1º
Solicito la apertura de una investigación independiente sobre este
crimen y aclarar las circunstancias que le rodearon, debido a que las
autoridades de ocupación, con este método, pretenden secuestrar la
verdad y enterrarla con la víctima.
2º
Detener a los tres colonos Bouchaaib Dinar, Abderrahim Dinar y Yassin
Al-Marbouh, que aún quedan en libertad sin ningún seguimiento por
parte de la acusación pública ni el juzgado de instrucción.
3º
Apertura de una investigación sobre un conjunto de sus demandas
expresadas en la querella número 09/3104/2015 entregada el 12 de
febrero de 2015 al llamado procurador del rey de la corte de
apelación en El Aaiún ocupado que reclama la detención de los
cinco colonos que participaron en el asesinato de mi hijo Mohmed
Lamine Haidala
4º
Investigar las causas de la negligencia médica en el trato de mi
hijo en el hospital y juzgar a los responsables, sobre todo al doctor
El Hachmi Naoufal.
5º
Exijo Investigar la detención e interrogatorio y tortura de mi hijo
en una comisaría por la policía marroquí sin considerar su estado
de salud.
6º
Exijo la exhumación y autopsia del cadáver de mi hijo por médicos
especialistas e imparciales, para aclarar las causas
7º
Entregar los restos mortales a la familia para tener un entierro
digno
8º
Detención de los responsables de la policía judicial de la llamada
wilaya de seguridad de El Aaiún.
9º
Indemnizar a la familia tanto por la muerte de su hijo como por los
daños físicos, psicológicos y materiales sufridos por los
familiares a manos de la policía.
10º
Levantar el estado de sitio que entra ya en el cuarto mes cercando la
casa familiar con tres salvajes asaltos al interior de la vivienda
con todo lo que ha conllevado de torturas y destrucción de
pertenencias.”
BREVE
CRONOLOGIA
14
de maio - Tekbar Haddi dá conferência de imprensa anunciando a
greve de fome.
15
de maio - Começa a greve de fome.
20
de maio - Tekbar é recebida em Estrasburgo por um grupo de
eurodeputados (sem interromper a greve de fome)
3
de junho – A mãe de Tekbar inicia uma greve de fome de 3 dias em
frente à sua casa em El Aaiun, em solidariedade com a sua filha. A
polícia ataca a casa e obrigando- a refugiar-se no seu interior. A
casa fica sitiada
7/8
de junho - A Rede Internacional de Trabalhadores, aprova uma
resolução de apoio a Tekbar Haddi.
8
de Junho - O Partido Ecologista Os Verdes de Portugal condena as
graves violações de direitos humanos nos territórios ocupados e
manifesta a sua solidariedade com Tekbar Haddi.
12
de junho - 165 eleitos políticos espanhóis apoiam a petição de
Tekbar Haddi
13
de junho - Greve de fome colectiva de 24h na Galiza em apoio a Tekbar
Haddi.
16
de junho - Tekbar Haddi é levada ao hospital pela quarta vez desde
que iniciou a greve de fome: vomita e cospe sangue.
17
de junho - Presos políticos saharauis iniciam greve de fome
solidária de 48h. Tekbar Haddi denuncia que vários membros da sua
família estão a ser agredidos pelas autoridades marroquinas nos
territórios ocupados.
18
de junho - A policia espanhola sugere que Tekbar Haddi saia de frente
do consulado marroquino e prossiga a greve de fome noutro local. Ela
recusa.
19/20
de junho - Tekbar suspende a greve após ser novamente hospitalizada,
mas o movimento solidário de imediato lança a «Greve de Fome em
Cadeia» com Teresa Rodriguez do partido Podemos.
20
de junho - Manifestação de apoio a Tekbar Haddi em Las Palmas.
22/23
de junho - Hassana Aalia prossegue a greve de fome nem Cadeia.
25
de junho – Tekbar Haddi é recebida pela 29ª Sessão do Conselho
de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra
MAIS
INFORMAÇÕES EM:
-
https://www.facebook.com/events/946503752080385/ (Evento em Portugal)
-
http://justiciaparahaidala.blogspot.pt/ (Informação sobre a greve de fome de Tekbar Haddi, os participantes na «Greve de Fome em Cadeia», as Associações que apoiam, etc.)
CONTACTOS:
Isabel
Lourenço – 964270980 (marcação
de entrevistas)
Helena
Brandão - 966616753
labadil.pt@gmail.com
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