Amigos de Moçambique em Timor-Leste saudaram hoje os 40 anos de independência do país, recordando o seu papel crucial no apoio à resistência timorense e à luta contra a ocupação indonésia.
"O 25 junho invoca sacrifícios de todos os heróis moçambicanos, conhecidos e anónimos, e também o apoio do povo moçambicano à causa maubere. Moçambique abriu as suas fronteiras, acolheu a causa da luta do povo maubere", disse em Díli Manuela Igreja, presidente da Associação de Moçambicanos e Amigos de Moçambique em Timor-Leste (AMAMOTIL).
"Congratulamos o povo moçambicano pela celebração do 40.º aniversário da independência nacional. Nesta data conquistou a sua identidade e direito de se afirmar como Estado", disse a responsável da organização, criada há um ano.
Num curto encontro com jornalistas hoje afirmou que esse apoio se baseou "nos laços históricos dos dois povos" mas também no facto do primeiro Presidente moçambicano, Samora Machel, ter "entendido que a independência moçambicana estava incompleta sem a independência de Timor-Leste".
O apoio de Moçambique a Timor-Leste durante a ocupação indonésia foi particularmente importante com Maputo a tornar-se um dos principais pontos de ação da resistência diplomática no exterior, acolhendo grande parte da liderança da FRETILIN no exilio.
Crucial para Timor-Leste, este apoio começou desde o primeiro contacto entre os dois partidos que ocorreu em maio de 1975 quando o então líder da FRETILIN, Nicolau Lobato, esteve em Maputo para contactos com a Frelimo.
A delegação de Timor-Leste às celebrações da independência moçambicana, durante a qual se reuniram com o Presidente Samora Machel, incluía Francisco Xavier do Amaral, Nicolau Lobato, Mari Alkatiri e Roque Rodrigues.
A 28 de novembro de 1975, Roque Rodrigues, então representante da Fretilin em Maputo, foi o responsável por informar o Governo da República Popular de Moçambique, de que a Fretilin tinha declarado unilateralmente a independência da República Democrática de Timor-Leste.
Moçambique foi dos primeiros países a reconhecer essa independência e na primeira quinzena de dezembro desse ano há o primeiro contacto formal entre o Governo da República Democrática de Timor-Leste (RDTL) e o Governo moçambicano.
Uma delegação liderada por Mari Alkatiri e que incluía Roque Rodrigues que se encontrou com o então ministro dos Negócios Estrangeiros Joaquim Chissano.
Considerado um "farol" e até uma "retaguarda segura" de Timor-Leste e essencial par ao apoio timorense nas Nações Unidas e outros fóruns internacionais, Moçambique acabou por ter um papel crucial também na formação dos quadros do primeiro Governo.
Mari Alkatiri primeiro primeiro-ministro depois da restauração da independência, completou a sua formação em Moçambique, com o fizeram outros quadros timorenses.
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