Veículos de carga 100% eléctricas Fuso Canter feitos no Tramagal (Portugal) bem-sucedidos num teste que durou um ano.
Oito camionetas 100% elétricas Mitsubishi Fuso Canter percorreram 50 mil quilómetros em Portugal durante um ano, trabalhando em meio urbano, rural ou industrial. Trata-se de uma experiência-piloto que, segundo responsáveis nacionais e internacionais da marca, correu bem e mostra as virtualidades deste novo tipo de motorização. “Um exemplo de colaboração entre o Governo e o fabricante”, disse Marc Llistosella, presidente da Mitsubishi Fuso Truck and Bus Corporation”. O balanço foi hoje (29 de Junho) feito em Lisboa no novo Museu dos Coches numa cerimónia onde esteve presente o vice-primeiro-ministro Paulo Portas.
Trata-se de modelos experimentais produzidos na fábrica da marca no Tramagal (Abrantes) e que diferem dos que saem da linha de montagem por trocarem a motorização a gasóleo por uma solução elétrica. Municípios e grandes empresas, tanto públicas como privadas, foram parceiros deste teste.
Estas camionetas, capazes de transportarem duas toneladas de carga e de se moverem a 90 km/h, desenvencilharam-se com brio nas sinuosas calçadas lisboetas ou portuenses, ao serviço dos departamentos de limpeza dos dois municípios. Carregaram resíduos agrícolas na Serra de Sintra para o Monte da Lua/Parques de Sintra. Entregaram correspondência na capital e em Coimbra e fizeram de tudo um pouco nos municípios de Abrantes e Cascais. E ainda distribuíram mercadorias para a empresa Transporta e movimentaram contentores de gás para a REN em Sines e Pombal.
Quem as guiou gostou da pronta disponibilidade de binário e da boa resposta do acelerador. Escusado será dizer que fazem muito pouco barulho e não poluem, o que as adequa ao meio urbano ou a áreas ambientalmente sensíveis. Tal como em todos os atuais veículos elétricos o maior estrangulamento é a autonomia: cerca de 100 km o que os limita às “voltinhas”.
Comparando os custos de utilização, a poupança relativamente à motorização a gasóleo é da ordem de dez cêntimos por quilómetro, ou seja mil euros por cada dez mil quilómetros percorridos.
Como se passa do protótipo ao veículo comercial? A grande limitação advém do estado atual da tecnologia das baterias: estas com uma potência de 110 kW (cerca de 150 cavalos) representam, no estado atual das coisas, um custo de € 75 mil por veículo.
À saída, após a cerimónia oficial, dois reboques vieram buscar as camionetas que iam para mais longe, já que a sua autonomia não lhes permitiria ir além de Torres Novas. A mobilidade elétrica teve a virtude de seduzir sucessivamente um primeiro-ministro (José Sócrates) e um vice-primeiro-ministro (Paulo Portas). Só lhe falta convencer os outros dez milhões de portugueses.
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