A União Europeia declarou oficialmente a guerra contra os traficantes de seres humanos. Os chefes da diplomacia dos 28 Estados membros deram luz verde ao lançamento da primeira fase da missão naval militar para combater o tráfico de migrantes no Mediterrâneo. Objetivo: a luta contra a rede de traficantes, como salientou a Alto Representante para a política externa europeia, Federica Mogherini:
- Vou ser muito clara: os alvos não são os clandestinos mas os que ganham dinheiro com as suas vidas e, muitas vezes, com a morte. O nosso objetivo é salvar vidas.
Batizada de “EU NAVFOR Med”, a força de intervenção vai ter sede em Roma. Integra cerca de mil homens, cinco navios de guerra, dois submarinos, três aviões de patrulha marítima, três helicópteros e dois aviões.
Os primeiros meios devem ser implementados no espaço de uma semana. O objetivo final da missão será parar o lançamento de mais operações de embarcações de clandestinos na costa líbia. No entanto, para iniciar a operação ainda é preciso esperar por uma resolução do Conselho de Segurança, o consentimento da Rússia e do consentimento de um governo de unidade nacional da Líbia (há dois parlamentos que não mantêm relações), o que parece muito difícil, já que o país está em plena guerra civil.
A segunda fase da missão irá abranger a captura de traficantes em águas internacionais e a terceira fase em águas territoriais da Líbia.
O caos actual permite às redes de passadores prosperarem na líbia, onde estarão cerca de 300 mil pessoas prontas para partir mas onde se espera cerca de um milhão da África subsariana.
A criação desta missão naval foi decidida em abril, depois da tragédia do naufrágio de um barco de pesca ao largo da costa da Sicília, que matou cerca de 900 imigrantes ilegais.
Segundo a Organização Internacional para as Migrações, de janeiro até o final de maio, foram mais de 100 mil imigrantes os que cruzaram o Mediterrâneo em embarcações, barcos da vergonha. Sem contar as vítimas, quase 2.000.
Apesar de haver unanimidade quanto às medidas de segurança na fronteira mediterrânica da Europa, principalmente em países como a Itália e a Grécia, não é tão linear o acordo sobre a partilha dos refugiados entre os diversos parceiros europeus.
Até final de Março de 2015 foram comunicados ao CPR, pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, 224 pedidos de protecção internacional apresentados em Portugal, o que consubstancia uma média de 74,6 pedidos mensais.
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