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quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Trabalhadores da rádio e televisão cabo-verdianas manifestam-se por melhores condições laborais

A manifestação, organizada pela Comissão de Trabalhadores da RTC, a Associação Sindical dos Jornalistas cabo-verdianos (AJOC) e o Sindicato de Transportes, Telecomunicações, Hotelaria e Turismo (SITHUR), aconteceu na Cidade da Praia, com destino ao Palácio do Governo, e na Cidade do Mindelo, em São Vicente.


Os trabalhadores querem que questões relativas a reclassificações, promoções e progressões na carreira sejam resolvidas antes da entrada em vigor da fusão entre a Rádio e Televisão Cabo-verdiana, que congrega a Televisão de Cabo Verde (TCV) e a Rádio de Cabo Verde (RCV), com a agência de notícias Inforpress. 

O diploma, aprovado em Conselho de Ministros, já foi enviado ao Presidente da República para promulgação ou veto. A nova empresa, que deverá começar a funcionar ainda este ano, se chamará Rádio Televisão Cabo-verdiana & Inforpress, Sociedade Anónima (RTCI).
Segundo a presidente da AJOC, Carla Lima, quadro da RTC, a empresa tem um Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS) aprovado em 2010 que determina que as promoções e progressões deveriam acontecer em 2014, mas até agora isso não aconteceu. 

"Do PCCS anterior, herdamos vários problemas, nomeadamente de enquadramentos mal feitos, tempo de serviço que não foi contado como deve ser e estas questões têm estado a arrastar-se há muito tempo", lamentou a jornalista.

Por sua vez, Carlos Santos, jornalista da comissão de trabalhadores, criticou a falta de diálogo e o "silêncio total" do Conselho de Administração relativamente às reclamações dos trabalhadores desde que o plano que regula os cargos, carreiras e salários entrou em vigor.
Carlos Santos, também quadro da RTC, pediu mais respeito pelos direitos dos trabalhadores e garantiu que a luta será levada "até ao fim", admitindo a possibilidade de recurso à greve.

Em declarações aos jornalistas, o presidente do Conselho de Administração da RTC, Emanuel Moreira, recordou que o PCCS foi aprovado em 2010, mas com a fusão dos órgãos públicos numa única empresa, que terá novas valências, será necessário a aprovação de um novo PCCS.

Afirmando que será um assunto a ser discutido em plenário com os trabalhadores da RTC, Emanuel Moreia lembrou as condições económicas e financeiras da empresa, dizendo que se deve debater a sua sustentabilidade, por causa das dívidas existentes com outras empresas.


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