Os funcionários do parlamento da Guiné-Bissau decidiram suspender a greve que deveria decorrer a partir de hoje, para reclamar o pagamento de dois salários em atraso, entre outras regalias, disse à Lusa fonte dos trabalhadores.
A paralisação de três dias foi suspensa para permitir um "avanço nas 
negociações" com o Governo, anunciou Justino Sá, porta-voz da comissão 
de greve dos funcionários da Assembleia Nacional Popular (ANP).
Por outro lado, o parlamento não está reunido, pelo que a greve acabaria por não ter nenhum efeito, admitiu.
No
 entanto, Justino Sá deixa no ar a ideia de que os trabalhadores podem 
"retomar a greve" no reinício dos trabalhos parlamentares, porque o 
Governo ainda não prometeu nada no sentido de atender às reivindicações 
dos funcionários da ANP.
A paralisação ameaçava inviabilizar uma 
sessão extraordinária aguardada para esta semana sobre alterações à lei,
 necessárias para a realização de eleições gerais a 16 de março, no 
entanto, esse encontro ainda não foi anunciado.
Na Guiné-Bissau 
está em curso um recenseamento eleitoral, que devia decorrer durante 21 
dias, em dezembro, mas como foi registado um número reduzido de 
eleitores, as autoridades de transição decidiram prolongá-lo por mais 31
 dias - até final de janeiro.
Para haver mais dias de 
recenseamento, é necessário que o parlamento encurte o prazo que prevê 
que os cadernos eleitores devem ser definitivamente afixados, em locais 
públicos, 60 dias antes das eleições - ou seja, hoje.
Os 
principais representantes políticos, militares e da sociedade civil da 
Guiné-Bissau já haviam concordado numa reunião realizada a 04 de 
janeiro, em Bissau, em prolongar o recenseamento, segundo referiu na 
altura o porta-voz do Governo de transição, Fernando Vaz, mas a 
ratificação cabe à ANP.
Para além da lei eleitoral, na agenda 
parlamentar estão ainda a prorrogação do período de transição e a lei da
 amnistia para os militares e políticos autores do golpe de Estado de 12
 de abril de 2012.
 
  
 
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