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quinta-feira, 16 de abril de 2015

Sidney Cerqueira alerta para a violência doméstica através da pintura

Artista guineense mostra os seus trabalhos até 3 de Maio no Centro Cultural do Bom Sucesso, em Alverca, e quer abordar temas sérios “com alegria”.


O guineense Sidney Cerqueira encontrou na pintura uma forma de alertar para temas sérios na sociedade como a violência doméstica. É isso mesmo que se pode contemplar na exposição “Djumbai”, patente até 3 de Maio no Centro Cultural do Bom Sucesso, em Alverca. A mostra de trabalhos dá a conhecer ao público um artista em ascensão, que já expôs em países como Guiné Bissau, Cabo Verde, Luxemburgo, Senegal e Portugal.

“A exposição está no Bom Sucesso porque gostei bastante da galeria. Djumbai (crioulo da Guiné) significa conviver, partilha... E nas minhas exposições é precisamente isso que acontece. Gosto de criar várias histórias dentro de uma história. Portanto, nesta exposição temos um Sidney Cerqueira, artista plástico, e uma Anabela Ferreira, escritora, a conviver e a partilhar um pouco do mundo de cada um”, explicou o artista a O MIRANTE.
A pintar desde 2014, Sidney sempre teve contacto com a arte. A sua família sempre esteve nessa área. “Enquadro a minha pintura dentro do realismo espontâneo. Uma técnica criada pelo artista plástico Voka”, refere. Os temas abordados variam, mas é nítida uma preocupação social em toda a sua obra patente no Bom Sucesso.

“Quero mostrar um pouco de mim. As minhas preocupações, aspirações, a minha terra Guiné-Bissau, principalmente a cultura e a alegria. Mas preocupa-me muito a violência doméstica e a situação das crianças desfavorecidas na Guiné e

Cab o Verde. Por isso, vou tentando pintar essas situações com o objectivo de chamar a atenção do público em geral para esse problema”, alerta.

Neste âmbito, Sidney encabeça um projecto chamado “Cores da Esperança”, o que dá ainda mais visibilidade ao seu cariz social. “O projecto tem quase cinco anos. É um atelier itinerante onde as crianças desfavorecidas criam obras de arte que vão para uma exposição colectiva comigo e em vez de vender, faço uma troca. 30 cadernos por uma tela, por exemplo. “Cores da Esperança” já esteve em Portugal, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Senegal. “O que pretendo é cumprir com a minha responsabilidade social, tentar motivar os outros a fazerem o mesmo e a entenderem que, realmente, não é preciso muito para fazermos alguém sorrir”, lembrou.


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