O cônsul honorário de Portugal na Guiné Equatorial afirma que desconhece problemas de direitos humanos no país, elogiando o esforço de abertura do regime, que deve aderir quarta-feira à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
«Eu, pessoalmente desde que cá estou, nunca senti nada. Também a gente veio para trabalhar e não para ver a situação dos direitos humanos, apesar de gostarmos de ver os direitos humanos respeitados», diz, em entrevista à agência Lusa, Manuel Azevedo, comentando as críticas à situação do país, feitas por vária organizações internacionais.
«Se há problemas de direitos humanos não se devem fechar os países, antes pelo contrário», afirma, acrescentando: «Nunca senti aqui na Guiné Equatorial problemas de direitos humanos. Mas se calhar também nunca andei à procura deles», até porque esse «não é o meu trabalho».
No país, diz, «contam-se muitas histórias» e «lê-se na internet muitas coisas», acrescenta Manuel Azevedo, empresário no país desde 2008.
«Não digo que não haja problemas», mas «cada vez mais sinto aqui uma mudança para que haja respeito pelas pessoas, pelos direitos, por as pessoas poderem falar» e «nunca vi ninguém que não possa falar» contra o governo, explica.
No entanto, admite, trata-se de uma «democracia musculada mas com as suas características africanas».
«Não acredito em democracias europeias em África, pelo menos por enquanto», até porque os «exemplos da Europa não são todos muito bons», salienta Manuel Azevedo.
Presente na Guiné Equatorial desde 2008, Manuel Azevedo é cônsul honorário mas pede a instalação de uma embaixada de Portugal, algo reclamado há muitos pelos empresários.
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