O deputado João Soares apela ao Presidente da República para que trave a entrada da Guiné Equatorial na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Em declarações à Renascença, João Soares revela que pediu a Cavaco Silva para que se opusesse ao alargamento, apesar de este merecer o apoio do Governo português.
“Estou aqui a dizê-lo pela primeira vez. Fiz um apelo directo ao senhor Presidente da República, na última reunião do Conselho Superior de Defesa, para que ele se opusesse a isto e tenho ainda alguma esperança que o senhor Presidente da República Portuguesa se oponha a isto que é um disparate inenarrável, é um erro político absolutamente lamentável", diz.
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu que Portugal ficaria isolado se não defendesse a entrada do novo membro, um argumento que não convence João Soares.
"Esse argumento não colhe, porque não acredito que os outros países não pudessem ter sido mobilizados para aquilo que é, do meu ponto de vista, a defesa da dignidade e do papel internacional que a CPLP não pode deixar de ter", defende o deputado do PS.
Subscrever a adesão da Guiné Equatorial, governada há quase 40 anos por Teodoro Obiang, considerado o oitavo governante mais rico do mundo, “é uma vergonha para Portugal e para a CPLP”, acusa João Soares.
"A Guiné Equatorial é uma ditadura, a mais longa em temos de poder no mundo, é um país onde se pratica sistematicamente a tortura em relação aos opositores e dissidentes, onde se fuzilam e executam as pessoas que são opositoras. É um país que tem petróleo, tem recursos financeiros, onde grassa a maior das corrupções e não há o domínio da língua [portuguesa]", conclui.
A adesão da Guiné Equatorial à CPLP deverá efectivar-se esta quarta-feira, durante a cimeira de chefes de Estado e de Governo em Díli, Timor-Leste, depois de uma década de solicitação daquele país, antiga colónia espanhola em África.
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