O aumento de ataques violentos ao longo da fronteira entre a Nigéria e o Níger está causando um amplo deslocamento e prejudicando os esforços para fornecer assistência humanitária na área, disse a porta-voz do Programa Mundial de Alimentos da ONU (PMA) nesta terça-feira (10).
Desde a segunda metade de 2014, o número de recém-chegados à região de Diffa, no sudeste do Níger, tem aumentado progressivamente. Enquanto apenas 15 mil pessoas tinham cruzado a fronteira até outubro, esse número agora ultrapassa 125 mil espalhados por mais de 140 localidades e vilarejos, disse a representante do PMA, Elisabeth Byrs.
A chegada dessa população a Diffa aumenta a pressão nos meios de subsistência e estoques de alimentos, já que essa área vem sofrendo há anos com secas. O PMA começou a distribuir alimentos em um campo de refugiados que o governo de Níger concordou em abrir para acomodar os nigerianos que chegam à região.
A agência da ONU fornece alimentos suplementares para todas as crianças menores de cinco anos. Essa medida é particularmente importante porque uma em cada três crianças deslocadas é afectada por desnutrição aguda.
O PMA e seus parceiros também realizaram uma avaliação da segurança alimentar e vulnerabilidade no Níger em novembro, que mostrou que um total de 52,7% dos domicílios de deslocados e as famílias que os hospedam sofrem de forma grave (14%) ou moderada (38,7%) de insegurança alimentar e precisam de assistência alimentar.
Além da distribuição de alimentos no Níger, o PMA quer alcançar 238 mil pessoas em Camarões, Chade e Níger com assistência alimentar. Para isso, a agência precisa de 50,1 milhões de dólares adicionais para essa operação de emergência, além de necessitar financiamento para suprir o actual déficit de 41,4 milhões.
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