Questionada pela Lusa sobre se Portugal tem um subsolo rico ou pobre a presidente do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), Teresa Ponce de Leão, sorri: "é diversificado, temos um bocadinho de tudo. Temos ouro, tungsténio, ferro, cobre, lítio...".
Ter um "bocadinho" pode significar que o país não é mais rico por baixo da terra do que por cima, embora a responsável não seja nisso explícita. "Temos recursos mas é preciso que haja investimento. Nós estimamos o potencial, identificamos oportunidades, mas depois é preciso haver empresários que arrisquem e que invistam em análises mais profundas. Mas isso exige algum investimento e algum risco associado", diz em entrevista à Lusa.
Mas não fala de um filão de qualquer minério, pelo menos com base nas centenas de caixas arrumadas na Litoteca (arquivo de amostragem geológica) do LNEG, em Alfragide. São o resultado de milhares de sondagens, de furos (alguns a mais de quatro mil metros) e levantamentos, começados há 75 anos.
Se postas em fila as pedras chegariam de Caminha a Vila Real de Santo António, por estrada. E não seria olhando-as assim que se obteria um conhecimento do território geológico do país. Para isso estão as quatro dezenas de investigadores/especialistas do LNEG e os seus conhecimentos. "É com isto que as pessoas lavam os dentes", diz um, apontando uma pedra.
O edifício em Alfragide não guarda todo o conhecimento do subsolo. Há outra litoteca em S. Mamede de Infesta, para a zona norte, e está outra em construção em Aljustrel, para guardar o conhecimento geológico da zona sul. Mas é o LNEG "o único repositório do conhecimento do território nacional, a única entidade que tem litotecas", diz Teresa Ponce de Leão.
Além de identificar o potencial de exploração geológica os investigadores detectam também riscos geológicos. E colaboram ainda nas prospecções marítimas. Teresa Ponce de Leão fala por exemplo da "crista central do Atlântico" onde "há uma grande oportunidade para hidratos de metano".
Hidratos de metano são moléculas de metano em cristais de água e para especialistas de vários países serão o combustível do futuro. Teresa Ponce de Leão lembra que esse potencial ainda necessita de investigação e diz que o LNEG participa num grupo de trabalho europeu sobre a matéria.
E participa também, diz, em trabalhos conjuntos com países africanos de língua portuguesa, até pelo conhecimento "herdado" do tempo colonial. Em Angola por exemplo o LNEG está com o Governo de Luanda num projecto de investimento de cerca de 30 milhões de dólares (27,6 milhões de euros) de cartografia geológica.
"Fomos abordados pelo Governo da Guiné-Bissau para com eles colaborarmos quer na área da energia quer da geologia", diz a responsável, acrescentando que também tem havido colaboração com Moçambique na área da cartografia geológica.
Em Alfragide há ainda 42 colecções de amostras geológicas de antigas colónias. E há, provenientes de estudos do LNEG mas também de prospecções particulares, amostras de petróleo, carvão, calcários, argila, rochas ornamentais ou minerais metálicos (como ouro, cobre ou ferro). E geólogos, e pedra em pó e em lamelas para ver e classificar ao microscópio.
Teresa Ponce de Leão não o diz. Mas como responsável pela entidade máxima na matéria não parece acreditar que lá no fundo no fundo Portugal seja um país rico.
Mas não fala de um filão de qualquer minério, pelo menos com base nas centenas de caixas arrumadas na Litoteca (arquivo de amostragem geológica) do LNEG, em Alfragide. São o resultado de milhares de sondagens, de furos (alguns a mais de quatro mil metros) e levantamentos, começados há 75 anos.
Se postas em fila as pedras chegariam de Caminha a Vila Real de Santo António, por estrada. E não seria olhando-as assim que se obteria um conhecimento do território geológico do país. Para isso estão as quatro dezenas de investigadores/especialistas do LNEG e os seus conhecimentos. "É com isto que as pessoas lavam os dentes", diz um, apontando uma pedra.
O edifício em Alfragide não guarda todo o conhecimento do subsolo. Há outra litoteca em S. Mamede de Infesta, para a zona norte, e está outra em construção em Aljustrel, para guardar o conhecimento geológico da zona sul. Mas é o LNEG "o único repositório do conhecimento do território nacional, a única entidade que tem litotecas", diz Teresa Ponce de Leão.
Além de identificar o potencial de exploração geológica os investigadores detectam também riscos geológicos. E colaboram ainda nas prospecções marítimas. Teresa Ponce de Leão fala por exemplo da "crista central do Atlântico" onde "há uma grande oportunidade para hidratos de metano".
Hidratos de metano são moléculas de metano em cristais de água e para especialistas de vários países serão o combustível do futuro. Teresa Ponce de Leão lembra que esse potencial ainda necessita de investigação e diz que o LNEG participa num grupo de trabalho europeu sobre a matéria.
E participa também, diz, em trabalhos conjuntos com países africanos de língua portuguesa, até pelo conhecimento "herdado" do tempo colonial. Em Angola por exemplo o LNEG está com o Governo de Luanda num projecto de investimento de cerca de 30 milhões de dólares (27,6 milhões de euros) de cartografia geológica.
"Fomos abordados pelo Governo da Guiné-Bissau para com eles colaborarmos quer na área da energia quer da geologia", diz a responsável, acrescentando que também tem havido colaboração com Moçambique na área da cartografia geológica.
Em Alfragide há ainda 42 colecções de amostras geológicas de antigas colónias. E há, provenientes de estudos do LNEG mas também de prospecções particulares, amostras de petróleo, carvão, calcários, argila, rochas ornamentais ou minerais metálicos (como ouro, cobre ou ferro). E geólogos, e pedra em pó e em lamelas para ver e classificar ao microscópio.
Teresa Ponce de Leão não o diz. Mas como responsável pela entidade máxima na matéria não parece acreditar que lá no fundo no fundo Portugal seja um país rico.
Sem comentários:
Enviar um comentário