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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

MP da G-Bissau arquiva processo contra ministro dos Negócios Estrangeiros

"O processo chegou ao fim com o arquivamento definitivo porquanto os elementos que foram apurados permitiram concluir que não houve qualquer intenção criminosa", referiu o advogado, Carlos Pinto Pereira.


 
O Ministério da Administração Interna, que tutela as forças de segurança, anunciou em agosto do último ano a apreensão de um gerador elétrico e equipamento de frio para conservação de pescado que estava em casa de um familiar de Mário Lopes da Rosa.

De acordo com a denúncia de um funcionário do Estado, o governante ter-se-ia apropriado do material enquanto foi ministro das Pescas (no governo de transição, entre 2012 e 2014).

O advogado referiu hoje que a intenção de Mário Lopes da Rosa foi "guardar o equipamento, porque os beneficiários", uma cooperativa de pescadores, "não estavam preparados para o receber".

"A atitude tomada era do conhecimento de toda a equipa do Ministério, do ex-primeiro-ministro, outros membros do Governo e deputados da Assembleia Nacional Popular (ANP)", referiu.

De acordo com Carlos Pinto Pereira, provou-se que "não houve qualquer intenção [do governante] de se apropriar de equipamento do Estado".

"Neste momento não existe qualquer processo contra Mário Lopes da Rosa, ministro das Pescas de então", sublinhou.

Carlos Pinto Pereira falava à porta do Ministério da Administração Interna, em Bissau, que hoje vai entregar o material retido à Cooperativa de Pescadores da Região de Biombo.

O equipamento vai servir para melhorar as condições de conservação do peixe fresco até chegar ao mercado, explicou aos jornalistas o presidente da Cooperativa de Pescadores, Papa Cá, enquanto esperava pela entrega.

Em resposta à agência Lusa, Carlos Pinto Pereira aproveitou ainda o momento para tecer críticas à forma como o processo surgiu.

"Pareceu-me inconcebível que um membro do Governo levantasse acusações contra outro, sem o ouvir. Este processo nasceu mal, mas acabou bem", concluiu. Em agosto de 2014, o Ministério da Administração Interna (dirigido pelo ministro Botche Candé, entretanto demitido) anunciou a apreensão dos equipamentos e um porta-voz referiu que a alegada apropriação se tratava de "um ato vergonhoso para o Estado" guineense.

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