Graças à central fotovoltaica, na povoação de Bambadinca, vai ser possível a utilização de electrodomésticos.
Bambadinca, com 6500 habitantes, vai ser a partir de hoje a primeira povoação da Guiné-Bissau a usufruir de energia renovável produzida por uma central fotovoltaica híbrida, 24 horas por dia, anunciaram as entidades promotoras do investimento.
São 1248 painéis solares que mudaram a paisagem rural de Bambadinca e que agora prometem mudar a vida dentro de casa, porque vai ser possível usar electrodomésticos.
As ruas também vão ser diferentes, graças à iluminação pública durante a noite.
A central conta com 216 baterias para "guardar" a energia solar convertida em electricidade e é híbrida porque há ainda três geradores a gasóleo, para garantir fontes de abastecimento alternativo e distribuição de energia em permanência.
A inauguração está marcada para hoje, mas o fornecimento de energia, em regime de testes, começou em novembro para cerca de 100 clientes.
Os habitantes juntaram-se e criaram uma associação, que, a partir de agora, terá pela frente o desafio de gerir todo o sistema e torná-lo autossustentável.
"O Serviço Comunitário de Energia de Bambadinca (SCEB) é uma solução técnica e de gestão inovadora, em que uma associação de base comunitária é autorizada pelo Estado para a produção, transporte e venda de energia eléctrica à população, num modelo de parceria público-comunitária", referiu David Afonso, da Associação para o Desenvolvimento pela Tecnologia, Engenharia, Saúde e Educação (TESE).
Dadas as tarefas, os trabalhos incluíram formação dirigida aos residentes, tanto em áreas técnicas como no âmbito da gestão.
O projecto é promovido pela TESE e o financiamento de 2,2 milhões de euros foi atribuído a 75% pela União Europeia (UE), cabendo 23% ao Camões - Instituto da Cooperação e da Língua e ainda dois por cento à Agência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial.
São parceiros, o Estado da Guiné-Bissau, a organização não-governamental guineense Divutec e a Universidade de Lisboa.
A TESE é uma organização não-governamental para o desenvolvimento (ONGD), de direito português, criada em 2002, que utiliza o conceito de inovação social como âncora da sua actuação em Portugal e em países em desenvolvimento.
A inauguração de hoje deverá contar com a presença do primeiro-ministro da Guiné-Bissau e de outros membros do Governo, bem como do Embaixador da UE em Bissau e do Comissário da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para a Energia e Minas.
Sem comentários:
Enviar um comentário