O Instituto Camões está a coordenar um projecto para desenvolver a modernização administrativa nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e Timor-Leste e aproximar o cidadão da administração pública, disse hoje a presidente da instituição.
Segundo a presidente do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, o projecto, delegado pela União Europeia e com supervisão técnica da Agência de Modernização Administrativa (AMA) de Portugal, vai apostar no desenvolvimento da governação electrónica nos institutos e serviços públicos de Cabo Verde, Angola, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Guiné Equatorial e Timor-Leste.
"Evidentemente que não vai resolver todos os problemas nos diferentes países, na medida em que estão em diferentes estádios de desenvolvimento em termos de governação electrónica", reconheceu Ana Paula Laborinho, destacando o nível mais avançado na governação electrónica de Cabo Verde, país onde o projeto está instalado.
"Isto revela que Cabo Verde está num ponto muito mais avançado em termos de governação electrónica e outros países estão a caminhar para lá. Este projeto pretende introduzir melhorias no sistema e, eventualmente, fazer o ponto da situação nas áreas que forem identificadas para cada um dos países em termos de prioridades para o desenvolvimento", reforçou.
"Cabo Verde terá um papel importante, tendo em conta o seu desenvolvimento em matéria de governação electrónica. Mas a sua experiência também permite dizer o quão importante é para os países de África e Timor Leste também próprios avancem neste sentido", prosseguiu.
Durante a sua estada em Cabo Verde, Ana Paula Laborinho visitou várias entidades, incluindo o Núcleo Operacional da Sociedade de Informação (NOSi), que tem desenvolvido o sistema de governação electrónica e que desperta o interesse de vários países.
Nas declarações à Lusa, a presidente do instituto Camões disse que outro objectivo do projecto, que terá a duração de três anos, é fazer os países desenvolverem projetos de inovação, como forma de internacionalizar a língua portuguesa.
"Para a internacionalização de uma língua é preciso inovação", sustentou, dizendo que as questões de governação electrónica são também de cidadania, uma vez que ajudam a aproximar os Governos dos cidadãos e facilitar a vida dos cidadãos.
Ana Paula Laborinho disse também "quanto mais próximo os Governos estiverem dos cidadãos, mais desenvolvimento revelam e, do ponto de vista da democracia, revelam os seus avanços. E é isso que todos queremos", salientou.
No próximo mês de abril, indicou Ana Paula Laborinho, o comité de direcção reúne-se para aprovar os projectos de cada país e os seus respectivos orçamentos, para depois avançar com a sua concretização.
Ana Paula Laborinho veio a Cabo Verde à frente de uma missão técnica, que integrou também o presidente da AMA, Paulo Neves, e quadros do Camões - Instituto de Cooperação e da Língua.
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