A timorense Eufrasia Monteiro Vieira transformou, com o apoio do cineasta indonésio Les D. Soeriapoetra, as memórias de quando cresceu num país em conflito com as tropas invasoras indonésias no romance histórico "Vittoria: Helena's Brown Box".
O livro, lançado esta semana em Jacarta, conta uma história de amor fictícia repassando vivências reais de Timor-Leste durante os 24 anos de ocupação indonésia, algumas delas vividas pela própria autora e pela família.
"Eu estava lá a enfrentar a realidade, com uma idade muito jovem de dez ou onze anos (...) Eu e minha família passámos por momentos muito negros e intensos", recordou a artista, que escreveu o romance para "tentar comunicar e ajudar" outras famílias que passaram pelo mesmo.
Hoje, Eufrasia Monteiro Vieira quer "ser capaz de dizer: algo pode parecer escuro, impossível ou esmagador, mas a resistência e a força do espírito humano são coisas extraordinárias".
A timorense de 30 anos, que já fez trabalhos como modelo e como cantora em Tétum, não quer abrir feridas, mas antes usá-las para transmitir uma "mensagem de esperança para inspirar os outros" e para ter um "país melhor, um povo melhor e um futuro melhor", disse, recordando o passado: "nós sempre soubemos que havia uma hipótese [de vencer]".
Treze anos após a declaração da independência do país, "muitos dos que foram apanhados pelo conflito ainda estão a tentar curar-se", vincou, em declarações à agência Lusa.
"Creio que ninguém gosta de enfrentar este conflito. Um conflito leva sempre a vingança e a ódio entre os povos. Preocupamo-nos com isso e queremos inspirá-los (os povos dos dois países) com amor e perdão, para construir uma vida melhor no futuro", corroborou Les D. Soeriapoetra.
O livro conta a história de Helena, uma mulher que odeia a Indonésia, por os seus pais terem sido assassinados nas mãos de uma milícia pró-Indonésia em 1975, e que aprende a "controlar e a gerir a vingança e o ódio" com a ajuda de um assistente da sua escola para crianças abandonadas, adiantou o autor.
Helena apaixona-se e engravida de Andrea, um jornalista indonésio que, mais tarde, três dias após o anúncio do referendo que ditou a independência de Timor-Leste, tenta entrar no território para retirar Helena de lá, mas é apanhado na armadilha do caos.
Todo o enredo é contado a partir do ponto de vista de Vittoria, a filha de Helena com 15 anos de idade que faz uma viagem a Timor-Leste para encontrar a sua mãe, de quem nada soube até receber uma caixa com recordações no seu 15.º aniversário.
O nome do romance, que traduzido para português significa "Vitória", remete para "a vitória na luta pela liberdade", segundo o cineasta, que já soma centenas de trabalhos, desde roteiros a documentários, e que é encarado por Eufrasia Monteiro Vieira como "uma lenda".
Os autores começaram por "fazer uma história para um filme" em 2013, mas, como ainda não foi possível produzir a película por falta de verbas, decidiram entretanto transformar a ideia num livro, explicou à Lusa Les D. Soeriapoetra.
A timorense, que já residiu no Reino Unido mas que hoje trabalha e vive em Jacarta, deseja que o romance seja traduzido para outros idiomas e ainda sonha levá-lo para o grande ecrã.
Na sequência da descolonização portuguesa em 1975, a Indonésia ocupou Timor-Leste durante um conflito de 24 anos, que deixou mais de 100 mil mortos, vítimas das hostilidades, da fome e de doenças.
A timorense de 30 anos, que já fez trabalhos como modelo e como cantora em Tétum, não quer abrir feridas, mas antes usá-las para transmitir uma "mensagem de esperança para inspirar os outros" e para ter um "país melhor, um povo melhor e um futuro melhor", disse, recordando o passado: "nós sempre soubemos que havia uma hipótese [de vencer]".
Treze anos após a declaração da independência do país, "muitos dos que foram apanhados pelo conflito ainda estão a tentar curar-se", vincou, em declarações à agência Lusa.
"Creio que ninguém gosta de enfrentar este conflito. Um conflito leva sempre a vingança e a ódio entre os povos. Preocupamo-nos com isso e queremos inspirá-los (os povos dos dois países) com amor e perdão, para construir uma vida melhor no futuro", corroborou Les D. Soeriapoetra.
O livro conta a história de Helena, uma mulher que odeia a Indonésia, por os seus pais terem sido assassinados nas mãos de uma milícia pró-Indonésia em 1975, e que aprende a "controlar e a gerir a vingança e o ódio" com a ajuda de um assistente da sua escola para crianças abandonadas, adiantou o autor.
Helena apaixona-se e engravida de Andrea, um jornalista indonésio que, mais tarde, três dias após o anúncio do referendo que ditou a independência de Timor-Leste, tenta entrar no território para retirar Helena de lá, mas é apanhado na armadilha do caos.
Todo o enredo é contado a partir do ponto de vista de Vittoria, a filha de Helena com 15 anos de idade que faz uma viagem a Timor-Leste para encontrar a sua mãe, de quem nada soube até receber uma caixa com recordações no seu 15.º aniversário.
O nome do romance, que traduzido para português significa "Vitória", remete para "a vitória na luta pela liberdade", segundo o cineasta, que já soma centenas de trabalhos, desde roteiros a documentários, e que é encarado por Eufrasia Monteiro Vieira como "uma lenda".
Os autores começaram por "fazer uma história para um filme" em 2013, mas, como ainda não foi possível produzir a película por falta de verbas, decidiram entretanto transformar a ideia num livro, explicou à Lusa Les D. Soeriapoetra.
A timorense, que já residiu no Reino Unido mas que hoje trabalha e vive em Jacarta, deseja que o romance seja traduzido para outros idiomas e ainda sonha levá-lo para o grande ecrã.
Na sequência da descolonização portuguesa em 1975, a Indonésia ocupou Timor-Leste durante um conflito de 24 anos, que deixou mais de 100 mil mortos, vítimas das hostilidades, da fome e de doenças.
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