COM O TEMPO UMA IMPRENSA CÍNICA, MERCENÁRIA, DEMAGÓGICA E CORRUPTA, FORMARÁ UM PÚBLICO TÃO VIL COMO ELA MESMO
Joseph Pulitzer
sábado, 31 de outubro de 2015
Cabo Verde, assume presidência da Plataforma das Entidades Reguladoras da Comunicação Social da CPLP
Cabo Verde vai assumir, em 2016, a presidência da Plataforma das Entidades Reguladoras da Comunicação Social da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
A cerimónia de tomada de posse deve acontecer no final do quarto encontro da Plataforma, na cidade da Praia, entre os dias 2 e 6 de novembro, sob o lema `O Digital e a Língua Portuguesa na Globalização´.
A Plataforma das Entidades Reguladoras da Comunicação Social da CPLP é uma instância de concertação que reúne as principais reguladoras de conteúdos da comunidade e foi constituída a 22 de outubro de 2009, em Lisboa, «tendo como propósito ser um fórum de discussão e cooperação, de intercâmbio de informações regulares e de investigação em matérias relativas à regulação da comunicação social».
Almada (margem sul do Tejo): "Gaza 2014 - Testemunho de uma Agressão"
A Câmara Municipal de Almada e o MPPM - Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente convidam para a inauguração da Exposição "Gaza 2014 - Testemunho de uma Agressão" que terá lugar na próxima terça-feira, 3 de Novembro, às 18 horas, no Fórum Municipal Romeu Correia.
Esta exposição, que documenta a agressão israelita a Gaza em Julho e Agosto de 2014, com base em fotografias cedidas pela Missão Diplomática da Palestina em Portugal, insere-se no conjunto de iniciativas Almada pela Paz, promovidas pela Câmara Municipal de Almada, e nas Jornadas de Solidariedade com a Palestina 2015, promovidas pelo MPPM.
No decurso da exposição, que encerra a 28 de Novembro, haverá dois debates: no dia 18 de Novembro, às 18 horas, sobre "A Palestina e a Paz no Médio Oriente", com moderação de Jorge Cadima e Delgado Fonseca, e no dia 23 de Novembro, também às 18 horas, sobre "Gaza, Um Ano Depois da Agressão", com moderação de Adel Sidarus.
Esta exposição, que documenta a agressão israelita a Gaza em Julho e Agosto de 2014, com base em fotografias cedidas pela Missão Diplomática da Palestina em Portugal, insere-se no conjunto de iniciativas Almada pela Paz, promovidas pela Câmara Municipal de Almada, e nas Jornadas de Solidariedade com a Palestina 2015, promovidas pelo MPPM.
No decurso da exposição, que encerra a 28 de Novembro, haverá dois debates: no dia 18 de Novembro, às 18 horas, sobre "A Palestina e a Paz no Médio Oriente", com moderação de Jorge Cadima e Delgado Fonseca, e no dia 23 de Novembro, também às 18 horas, sobre "Gaza, Um Ano Depois da Agressão", com moderação de Adel Sidarus.
Timor Leste: Câmara de Contas 'chumba' maior contrato da história do país
A Câmara de Contas timorense recusou o visto prévio ao maior contrato da história do Governo do país, de 720 milhões de dólares, para o desenho e construção da Base de Apoio de Suai, projecto conhecido como Tasi Mane.
Fonte da Câmara de Contas confirmou à Lusa que a decisão foi assinada a 23 de outubro e as partes notificadas a 26, decorrendo agora um período de 15 dias até que transite em julgado e durante o qual pode ser apresentado recurso por parte do autor do auto ou pelo Ministério Público.
A mesma fonte explicou que a recusa de visto prévio se deveu "à não-conformidade com normas fundamentais em vigor em Timor-Leste".
A lei considera que "constitui fundamento da recusa do visto a falta de cabimento orçamental em rubrica apropriada, bem como a desconformidade dos atos, contratos e demais instrumentos referidos com as leis em vigor".
Foi anunciado em junho que a construtora sul-coreana Hyundai Engineering & Construction tinha conseguido o contrato no valor de 720 milhões de dólares (660 milhões de euros) para o desenho e construção da Base de Apoio de Suai, considerada essencial para as actividades de exploração petrolífera no Mar de Timor.
O contrato refere-se ao "desenho e construção da Base Logística de Suai", um dos elementos centrais do projecto Tasi Mane, um dos principais elementos do Plano Estratégico de Desenvolvimento (PED) de Timor-Leste.
A lei orgânica da Câmara de Contas, aprovada em 2011, determinava que o visto prévio era "necessário para despesas e ou quaisquer aquisições patrimoniais superiores a 500 mil dólares", valor que foi aumentado para dez vezes mais, cinco milhões, em agosto de 2013.
Segundo a lei, os contratos sujeitos à fiscalização prévia "só podem produzir quaisquer dos seus efeitos, quer contratuais quer financeiros, após o visto" da Câmara de Contas.
O Tasi Mane é um projecto plurianual que envolve a construção da base de apoio, da refinaria de Betano, da unidade de processamento de Gás Natural Liquefeito (GNL), do porto e aeroporto de suai, do gasoduto até ao campo Greater Sunrise e da autoestrada Suai-Beaçu.
"O projecto envolverá o desenvolvimento de uma zona costeira de Suai a Beaçu e garantirá a existência das infraestruturas necessárias para suportar uma indústria petrolífera doméstica em crescimento", refere o PED.
Este contrato, que foi atribuído pela Comissão Nacional de Aprovisionamento, é o primeiro da empresa sul-coreana em Timor-Leste.
Com base no contrato, explicou a empresa, duas unidades do Hyundai Motor Group - a Hyundai Engineering &. Construction Co e a Hyundai Engineering Co - vão "construir um pontão e infraestruturas logísticas para serem usados para os esforços de desenvolvimento petrolífero em Suai.
A construção do pontão de 3,3 quilómetros e de outros mais pequenos representa 60% do valor do contrato.
Estimava-se que a construção deveria estar terminada até setembro de 2018.
Apesar de várias tentativas não foi possível à Lusa obter qualquer comentário de Alfredo Pires, ministro do Petróleo e Recursos Minerais.
Já Francisco Monteiro, presidente da Timor Gap, escusou-se a comentar.
A culpa é do Governo !!
“As pessoas não produzem nas empresas, a empresa é mal gerida, vai a falência e o culpado é o primeiro-ministro”O primeiro-ministro considerou em São Vicente que há necessidade de “desestatizar a cabeça das pessoas” e as empresas privadas em Cabo Verde, “porque aqui tudo é culpa do Governo”, rumo à criação de “novas atitudes e comportamentos”.
José Maria Neves, que falava quinta-feira, 29, na cerimónia de inauguração do novo Complexo de Pesca da Cova de Inglesa, em São Vicente, deu um rol de exemplos, para depois pedir mudança de atitudes e comportamentos.
“As pessoas não produzem nas empresas, a empresa é mal gerida, vai a falência e o culpado é o primeiro-ministro”, lançou, há baixa produtividade quem é o culpado, perguntou, o primeiro-ministro que é “também culpado”, concretizou, pelos “atrasos sistemáticos” nos voos dos TACV, quando os pilotos e os comandantes “chegam tarde”.
“O primeiro-ministro às vezes está nesses voos, fica lá à espera 45 minutos, pergunta o que se passa e dizem que ‘o piloto ainda não chegou, tivemos que fazer alteração’”, exemplificou o chefe do Governo.
Mais grave, continuou José Maria Neves, é que depois esses mesmos pilotos vão à comunicação social dizer que o Governo “é o culpado” pela situação “desses atrasos sistemáticos”.
“Temos de desestatizar um pouco as nossas cabeças e as empresas privadas e há que criar novas atitudes e comportamentos”, concluiu o chefe do Governo.
Recentemente, os pilotos da companhia área de bandeira TACV mostraram-se “preocupados com a situação da empresa” e exigiram “uma rápida resolução” dos problemas que afectam os trabalhadores.
Também o presidente do Movimento para a Democracia (MpD, oposição), Ulisses Correia e Silva, veio a público, após se reunir com o Sindicato dos Pilotos, dizer que a TACV encontra-se numa situação de “descalabro económico”, com “quebra de imagem” e com o “futuro comprometido”.
Mais grave, continuou José Maria Neves, é que depois esses mesmos pilotos vão à comunicação social dizer que o Governo “é o culpado” pela situação “desses atrasos sistemáticos”.
“Temos de desestatizar um pouco as nossas cabeças e as empresas privadas e há que criar novas atitudes e comportamentos”, concluiu o chefe do Governo.
Recentemente, os pilotos da companhia área de bandeira TACV mostraram-se “preocupados com a situação da empresa” e exigiram “uma rápida resolução” dos problemas que afectam os trabalhadores.
Também o presidente do Movimento para a Democracia (MpD, oposição), Ulisses Correia e Silva, veio a público, após se reunir com o Sindicato dos Pilotos, dizer que a TACV encontra-se numa situação de “descalabro económico”, com “quebra de imagem” e com o “futuro comprometido”.
Refugiados: Missões da GNR "desgastantes, mas gratificantes"
Gil Cardoso foi um dos dez militares no Centro de Coordenação Internacional em Atenas que entre 1 de junho e 31 de agosto participou na operação da União Europeia na Grécia Poseidon Sea 2015, destinada a detetar e encaminhar, através das autoridades locais, os migrantes para os centros de acolhimento.
Se, por um lado, "estas missões são desgastantes do ponto de vista psicológico", por outro, também "são gratificantes". Contudo, ainda que "estas novas experiências" sirvam para "abrir horizontes", deixam também uma certa frustração.
"É muito gratificante poder ajudar os outros, (...) pessoas que estão em sofrimento e estão a fugir, mas, é muito desgastante vermos pessoas com tantos problemas e nós, praticamente de mãos atadas, não podermos fazer mais do que pura e simplesmente ajudá-los a fazer o resto da viagem", sublinha, recordando a precariedade das embarcações em que imigrantes ilegais e refugiados viajam naquela zona da costa grega.
Embarcações extremamente rudimentares que estão preparadas para 10 pessoas e que, normalmente, nunca transportam menos de 50, indica.
Ao largo da ilha grega de Lesbos, no Mar Egeu, na costa da Anatólia, a sete/oito quilómetros da Turquia, um dos locais de maior fluxo migratório, os militares da UCC da GNR deviam controlar a fronteira. Face ao fluxo de imigração ilegal - de uma média de 300 pessoas por dia que rapidamente ascenderam às 5.000/por dia -, a missão evoluiu para "humanitária", conta.
"Havia necessidade de preservar a vida humana, que é um bem mais precioso" e havia todo o tipo de pessoas, de bebés a idosos, refere.
Dos 83 incidentes detetados (embarcações ilegais), num total de 3.067 imigrantes, socorreram 1.265 pessoas do mar e resgataram da água 318, indica.
Além de algumas confusões, Gil Cardoso recorda episódios que o tocaram, como o de uma senhora, aparentando cerca de 80 anos, que, sem conseguir subir a escarpa da zona montanhosa onde aportou a embarcação que a transportara, teve que ser resgatada e transportada pelas autoridades gregas.
Realizada sob a égide da agência europeia Frontex (European Agency for the Management of Operational Cooperation at the External Borders of the Member States of the European Union), a missão da unidade de controlo costeiro da GNR dispunha de uma embarcação de alta velocidade.
Questionado sobre se os meios portugueses eram suficientes, Gil Cardoso considera que a embarcação portuguesa era "muito equilibrada para a situação, foi muito utilizada e muito prestável".
Ressalva, porém, que, face à dimensão da tragédia que atinge aquela zona grega, "por mais meios que se coloquem no terreno são sempre insuficientes".
"A GNR, nestes últimos anos, tem evoluído muito na atuação e tem dado muita formação aos militares para que possam, cada vez mais, fazer um bom serviço e orgulhar o país que representamos", realça.
O sargento-ajudante admite voltar a fazer uma missão semelhante, embora não esqueça episódios que viveu este ano, como numa manhã de sol muito forte, em que regressavam para terra e tiveram que inverter a marcha da embarcação para analisar uma mancha de combustível que havia no mar, um pouco a norte da cidade de Mitilene, capital da ilha de Lesbos.
Quando se dirigiram à lancha, depararam-se com uma embarcação à deriva, com problemas no motor, sobrelotada de migrantes.
"Tinha cerca de 10 crianças, com 2/3 meses, a bordo, que choravam. Estavam completamente desprotegidas, não tinham chapéu ou agasalho que os protegesse do sol e devido à quantidade de pessoas que estavam a bordo era-nos completamente impossível pô-las na nossa embarcação para as trazer para terra em segurança", narra.
Foram resgatados por uma embarcação da guarda costeira grega, porque a força portuguesa no local só em casos excecionais os resgatava: "Quando eram números assim tão grandes normalmente só recolhíamos as pessoas da água, porque era perigoso transportar tanta gente dentro da nossa embarcação", ficando estes a aguardar por barcos que os pudessem transportar em segurança, conclui.
No âmbito do Poseidon Sea 2015, Portugal tem ainda no local, até 31 de dezembro, oito elementos da Polícia Marítima.
Como conversar com um fascista e reaccionário ??
O autoritarismo é um modo de exercer o poder, mas é também um ideário, uma espécie de regime de conhecimento. Como visão de mundo, ele é fechado ao outro. Ele opera pelo discurso e pela prática sempre bem engrenadas que se organizam ao modo de uma grande falácia, ao modo de um imperativo de alto impacto performativo: o outro não existe e, se existe, deve ser eliminado. Ora, dizemos “regime de conhecimento” pensando na operação mental da negação do outro, mas o conhecimento como gesto na direcção do outro é justamente o que é destruído pelo autoritarismo que se basta como máscara sem rosto do conhecimento transformado em ideologia, ou seja, em ofuscamento da verdade social.
Tudo o que não presta
Nada do que possamos chamar de
conhecimento pode ser concebido fora de seu registo ético-político. Se
o registo do conhecimento funciona pela negação do outro, o
conhecimento nega a si mesmo. Sem o outro, o conhecimento morre. O
enrijecimento é uma prova da morte do conhecimento que se torna cegueira
ideológica. A ideologia é a redução do conhecimento à fachada, como que
sua máscara mortuária.
O conhecimento, que deveria ser um processo de
encontro e disposição para a alterabilidade que o representa, sucumbe à sua
própria negação. Daí a impressão que temos de que uma personalidade
autoritária é, também, burra, pois ela não consegue entender o outro e
nada que esteja em seu circuito.
A propaganda é o método que sustenta a
negação do outro. A propaganda fascista, a propaganda do ódio, que prega
a intolerância, que afirma coisas tão estarrecedoras, como fez o famoso
deputado Heinze ao dizer que “quilombolas, índios, gays, lésbicas”,
são “tudo o que não presta”, é a destruição do conhecimento, como
relação com o outro, que está na base do desejo de democracia. Auto-afirmação de ignorância, assinatura de estupidez. Mas é, ao mesmo
tempo, a destruição da política por um discurso antipolítico de um
agente que deveria ser político, mas que está, contudo, voltado para o
instinto de morte antipolítico.
Em casos como o desse discurso podemos
falar em uma prática discursiva “tanática”, exemplo perfeito da
“tanatopolítica” contemporânea. Típico discurso fascista. Mas a quem
esse discurso convence? Eis uma questão que precisamos nos colocar, até
para poder combater o mesmo discurso ou para criar alternativas para a
sobrevivência de uma política democrática, para uma política melhor,
para um poder da diferença, um poder compreensivo que acolha a tradição
dos oprimidos.
Quem fala o que fala, sem nenhuma
responsabilidade, por um lado deve ser legalmente questionado, por
outro, é preciso colocar em jogo a questão das condições de
possibilidade que, na cultura, fazem surgir falas como a do deputado
citado. Como alguém pode se autorizar ao discurso fascista que é
fomentado por sua propaganda? De outro, quem é suscetível à esta
propaganda? Se a propaganda fascista que é um tipo de discurso – e uma
verdadeira metodologia de alienação social – continuar vencendo, não
teremos futuro. Em que direcção devemos agir diante desse estado de
coisas?
Experimentum Crucis
É neste contexto que podemos nos colocar
a questão da qual proponho que façamos um “experimentum crucis”
teórico-prático: como conversar com um fascista? Digo isso pensando que
podemos avançar para além do discurso da denúncia e da queixa. Quem se
sente atacado nem sempre deve contentar-se com a posição de vítima.
Colocar-se na posição de vítima é um perigo e é muito diferente de ser
sujeito de direitos. É uma péssima estratégia em tempos em que o poder
está em mãos perversas que adoram imolar vítimas no altar do Estado e do
Capital.
A vítima, dizia um sábio alemão que
lutou contra o fascismo, sempre desperta o desejo de proscrever.
Empoderamento é a saída. Contra a posição da vítima, podemos pensar na
posição do guerreiro subtil, aquele que desafia o poder desde a sua
interioridade, desde seu núcleo duro, para desmontá-lo estrategicamente.
Neste ponto, em bases subtilíssimas, podemos falar de diálogo e a
questão “como conversar com um fascista?” se torna um emblema do desafio
democrático.
Quem luta por direitos sabe que a
conversar é impossível. Mas da possibilidade de perfurar a blindagem
fascista depende o recuo do fascismo, infelizmente, a cada dia renovado
pelo fomento da propaganda fascista dos políticos antipolíticos e dos
meios de comunicação de massa. O diálogo é, neste caso, a “metodologia
democrática” básica que poderia operar em situações privadas ou
públicas. O diálogo parece impotente diante do ódio. Ele parece delicado
demais. Mas o diálogo em si mesmo é um desafio. Um desafio
micropolítico, cuja colocação em cena pode nos ajudar a pensar no que
fazer, no como agir em escala macro-política.
Estamos no terreno de uma estratégia teórico-prática. Esse desafio tem três tempos:
1- O tempo do outro, tempo apavorante
enquanto o outro é sempre o desconhecido, aquele que ameaça em algum
sentido a “minha” ordem;
2- O tempo da abertura de si que
implica perceber-se como um outro, o que só se dá ao nível do imaginário
e do discernimento, pois jamais teremos acesso ao sentir e pensar do
outro, assim como ele não terá do nosso, senão pela exposição cuidadosa
do que sentimentos e pensamos;
3- O tempo interminável, a saber, o
da permanência na experiência do diálogo, ou seja, a manutenção
qualificada da metodologia. Em outras palavras, permanecer no lugar do
diálogo como insistência no encontro. Não ceder ao ódio, permanecer
tentando entender e, ao mesmo tempo, oferecer certo desentendimento como
oportunidade ao outro de entender, ele mesmo, a diferença para a qual
está fechado. Nesse sentido, o diálogo é resistência.
O diálogo não é a conversa entre iguais,
não é apenas uma fala complementar, mas a conversa real e concreta
entre diferenças que evoluem na busca do conhecimento e da acção que dele
deriva.
Para que o diálogo ocorra é preciso
haver isso que chamamos de abertura ao outro. A abertura existe na
mentalidade democrática, ela está aberta ao outro em função de
experiências cognitivas e culturais. A abertura não existe no caso de
uma personalidade autoritária, fechada ao outro também por motivos
cognitivos e culturais, motivos que incidem na formação da experiência
pessoal e colectiva.
A conversa com a alteridade que vai além
dos argumentos, tem um ponto decisivo no âmbito afectivo. Não do
sentimento apenas, mas do modo como nos “afectamos”, no sentido do que
fazemos uns com os outros. Se o democrata está aberto ao outro, seu
grande desafio pode ser mostrar como produzir essa abertura ao outro em
nossa sociedade. Daí o sentido crucial do lema “como conversar com um
fascista?” que se torna, na contra-mão, um imperativo experimental
democrático que precisa ser antecipado na conduta de quem quer produzir
democracia hoje.
Não podemos apenas nos queixar que essa
abertura não existe, mas pensar em como deve ser produzida. Em outras
palavras, a questão pode ser a de como apresentar a experiência do outro
a quem ainda não o concebeu? Penso nesse caso, em uma didático-política
e em uma estético-política. Infelizmente, não temos as instituições
convencionais agindo nessa direcção. As instituições negam o outro.
Precisamos, portanto, mudar as instituições, ou criar instituições
capazes de contemplar o outro.
Sabemos que nossos povos nativos eram, e
são, abertos ao outro, assim como sabemos que os colonizadores não eram
e que os “ruralistas” de hoje não são. Sabemos que os machistas e
sexistas, que os exploradores e manipuladores em geral, também não são.
Na base de todos eles está o princípio do fascismo como ódio aos
diferentes. Os diferentes que devem ser excluídos. O fascismo produz
opressão de um lado, de outro, seduz para a forma autoritária de viver
garantindo aos que vivem esvaziados de pensamento, acção e afecto, que o
mundo está bem como está. O fascismo cancela, ao nível do discurso
exposto nas mídias, nos púlpitos e palanques que constroem opiniões
públicas e mentalidades colectivas, a chance de pensar no que estamos
fazendo uns com os outros que poderia nos garantir uma vida mais
prazerosa. Precisamos revitalizar esta pergunta como pergunta colectiva
capaz de orientar nosso diálogo. O fascismo também colonizou os prazeres
pelo estético-moralismo que é o consumismo ao qual foi reduzida a
antiga e emancipatória categoria ética da felicidade. Mas não devemos
aderir a isso só porque as coisas se apresentam assim hoje.
Treino para o ódio
Dizemos há séculos “o poder corrompe”
como se tivéssemos sido treinados para essa citação formal, sem que
saibamos muito sobre seu conteúdo. Assim como muitos dizem “tudo o que
não presta” imitando uns aos outros no gesto espectacular de falar por
falar. A fala por imitação se funda na citação. O autoritarismo é
“citacionalista”. Repete ideias lançadas no âmbito da propaganda
fascista, ela mesma viciosa e repetitiva. O autoritarismo depende de sua
repetibilidade, pois ele é uma máquina de produção de subjectividade
pelo discurso. Daí a importância da falação odiosa.
Não pensamos no que dizemos. Para
entender o conteúdo do que dizemos precisamos entender a forma com que
dizemos. E isso é muito complicado. O diálogo o é mais ainda porque não
nos ocupamos em prestar atenção no que pode ser um diálogo, ele mesmo um
modo de conversar cheio de potências. Não fazemos a sua experiência na
microfísica do quotidiano que poderia nos dizer algo sobre nossa potência
de transformação em termos macro-físicos. Precisaríamos pensar mais, é
verdade, mas vivemos no vazio do pensamento, ao qual podemos acrescentar
o vazio da acção e o vazio do sentimento.
Actualmente, como em todas as épocas em
que o autoritarismo é a prática de extermínio da política, os cidadãos
são chamados diariamente ao treinamento do ódio. Sabemos que nenhum afecto é totalmente espontâneo, que nenhum sentimento é natural. O treino
para o amor ou para o ódio se dá pela repetição dos discursos. É
preciso repetir e aderir, copiar, imitar. Falar por falar. Repetir o que
se diz na televisão e nos meios de comunicação. Ficar muito tempo
ouvindo a mesma coisa para dizê-la de qualquer jeito. Ou dizer sem
sequer saber o que se diz. No gesto do mero “compartilhar” sem ler que
se tornou fácil (tanto quanto o “comprar com um clique” pela internet)
sabemos que estamos na mera reprodutibilidade da informação que nada
quer dizer. Fugimos do pensamento analítico. Fugimos do discernimento
que ele exige.
Ora, a fuga do pensamento produz o seu
vazio. Ela o retro-alimenta. Só a interrupção do círculo vicioso do
pensamento vazio é capaz de mudar o rumo auto-destrutivo nos âmbitos
micro e macro-políticos. O ódio é o afecto capitalista que fomenta a morte
diabólica do diálogo. Política é produção simbólica. É sinónimo de
democracia como laço amoroso entre pessoas que podem falar e se escutar
não porque sejam iguais, mas porque deixaram de lado suas carapaças
arcaicas e quebraram o muro de cimento onde suas subjectividades estão
enterradas.
A política como perfuração de muros
ideológicos depende da persistência da resistência. Depende de
aprendermos o que pode ser um diálogo enquanto guerrilha metodológica
que precisa ser mais forte do que o ódio nesse momento. Não acabaremos
com o ódio pregando o amor, mas agindo em nome de um diálogo que não
apenas mostre que o ódio é impotente, mas que o torne impotente.
Então precisamos começar a conversar de um outro modo, mesmo que pareça impossível.
(Por: Márcia Tiburi)
(Marcia Tiburi) |
Aplaudindo a idiotice e o indecifrável
Na vida acelerada do mundo de hoje, todos desejam ser espertos, vivos e astuciosos.
Ninguém quer ficar para trás – quando você está indo, os outros já estão voltando. Ninguém mais diz frases com segundas intenções: dizem coisas com terceiras, quartas e quintas intenções. Frases que, com sorte, um leigo no assunto precisa de várias horas para decifrar e talvez dois ou três dias para imaginar uma resposta à altura.
Em compensação, alguém que diz directamente aquilo que pensa acaba provocando escândalo e mal-estar. É imediatamente catalogado como perigoso e tratado como idiota. A sinceridade parece contrariar as normas da convivência e da boa educação modernas. Assim, as pessoas bem educadas são amáveis, mas nem sempre se deve acreditar no que dizem.
A idiotice é um tema vasto, com muitos aspectos diferentes, e está inscrita com destaque na cultura brasileira. Um exemplo disso são as tradicionais piadas de português. Elas são uma projecção da brasilidade. No fundo, os portugueses idiotas das piadas somos nós. Os episódios que envolvem Manuel, Joaquim e Maria são todos parte da alma do nosso país – tanto é assim que só são conhecidos no Brasil. Em Portugal, ao contrário, circulam piadas de brasileiros.
É certo que, quando examinamos a questão da inteligência e da idiotice, surgem algumas perguntas indiscretas. O que é inteligência? O que é burrice? Quantos tipos há de idiotas?
Idiot__by_azuzephre Podemos dizer que inteligência é a capacidade de perceber o real. Como há realidades muito diferentes no mundo, não existe um tipo único de inteligência. Cada situação da vida requer um tipo específico de percepção, e por isso as inteligências são múltiplas. A idiotice e a burrice podem ser definidas como a incapacidade de perceber o real, e são tão variadas quanto as inteligências. Há, portanto, muitos tipos de idiotas. Alguns deles, inclusive, são espertalhões. Sim, há muitos idiotas que passam por inteligentes, e também grande número de pessoas inteligentes que passam por idiotas.
Além disso, quem é inteligente em uma área da vida pode ser burro em outras. Você é esperto em política e burro na hora de jogar futebol. Sua namorada pode ser menos intelectual que você, na hora de discutir filosofia, mas há aspectos da vida em que ela coloca você no chinelo. Há coisas que seus filhos fazem bem melhor que você, como, talvez, compreender as sutilezas de um videogame ou computador. Felizmente, ter sabedoria não é saber tudo. Ter sabedoria é saber o mais importante – e administrar bem os seus talentos.
Dos inúmeros tipos de idiotas, um dos mais interessantes foi examinado por François Rabelais, o escritor francês do século 16. Ele abordou a imbecilidade doutoral específica dos “eruditos” que usam palavras complicadas para não dizer coisa alguma. Um deles – conta Rabelais – fez certo dia uma longa pesquisa para saber “se uma entidade imaginária, zumbindo no vácuo, é capaz de devorar segundas intenções.” Outro queria saber “se uma idéia platônica, dirigindo-se para a direita sob o orifício do Caos, poderia afastar os átomos de Demócrito”. Um terceiro investigava “se a frigidez hibernal dos antípodas, passando numa linha ortogonal através da homogénea solidez do centro, podia, por uma delicada antiperístase, aquecer a convexidade dos nossos calcanhares”.
Rabelais qualifica tais idiotas eruditos como professores cegos de discípulos cegos, “que tateiam em um quarto escuro à procura de um gato preto que não está lá”. Tais indivíduos eram precursores de Rolando Lero, o grande erudito que iluminou a televisão brasileira nos anos 1990. Não é de todo impossível encontrar esse tipo de pesquisador fazendo teses de pós-doutorado em certas universidades.
Conheço seres humanos que têm tanto medo de parecer burros que aplaudem – ou pelo menos fingem que compreendem – esse tipo de raciocínio longo, difícil, sem significado algum. Mas tal constrangimento é desnecessário: deixando de lado o medo de parecer idiotas, perderemos menos tempo fingindo e seremos mais felizes...................
Conheço seres humanos que têm tanto medo de parecer burros que aplaudem – ou pelo menos fingem que compreendem – esse tipo de raciocínio longo, difícil, sem significado algum. Mas tal constrangimento é desnecessário: deixando de lado o medo de parecer idiotas, perderemos menos tempo fingindo e seremos mais felizes...................
(A.S.)
Equipa técnica recomenda ao Governo timorense comprar acções da Oi na Timor Telecom
Uma equipa técnica criada pelo Governo timorense recomenda que o executivo amplie a sua participação na Timor Telecom comprando a participação da Oi na operadora mais antiga de Timor-Leste, confirmaram à Lusa fontes do executivo.
A fonte explicou que essa foi a "única opção" apresentada pela equipa técnica que apresentou na sexta-feira os trabalhos preliminares de um "estudo de viabilidade" sobre a eventual compra, ou não, da participação da Oi na Timor Telecom.
Esta fonte explicou que a apresentação preliminar foi feita na tarde de sexta-feira, 30 de Outubro, no Ministério das Obras Públicas, Transportes e Telecomunicações em Díli e que o estudo será apresentado em Novembro no Conselho de Ministros.
A análise está a ser realizada por uma Equipa Técnica de Trabalho, liderada pelo ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Gastão de Sousa, pelo seu vice-ministro, Inácio Moreira, e pelo vice-ministro das Finanças, Hélder Lopes.
Documentação obtida pela Lusa confirma que o objectivo é "estudar e elaborar uma apresentação", que terá que estar concluída até final de Outubro, para levar a Conselho de Ministros, sobre a "eventual possibilidade de aumento da participação social do Estado como accionista da Timor Telecom.
Para isso o Governo solicitou já informação detalhada à Timor Telecom em Díli para avaliar exactamente as condições da empresa.
Em causa está a maior fatia de capital da TT (54,01%), controlada pela sociedade Telecomunicações Públicas de Timor (TPT) onde, por sua vez, a Oi controla 76% do capital.
Os restantes accionistas da TPT são a Fundação Harii - Sociedade para o Desenvolvimento de Timor-Leste (ligada à diocese de Baucau), que controla 18% e pela Fundação Oriente (6%).
Na TT o capital está dividido entre a TPT (54,01%), o Estado timorense (20,59%), a empresa com sede em Macau VDT Operator Holdings (17,86%), o empresário timorense Júlio Alfaro (4,49%) e a PT Participações SGPS (3,05%).
Caso o Estado timorense avance na compra da participação da Oi alguns accionistas privados ouvidos pela Lusa indicaram já que estudariam ampliar a sua participação.
Fora de Timor, a compra do antigo capital da PT na Timor Telecom, agora controlado pela Oi - que o quer alienar - suscitou já interesse de pelo menos três candidatos.
Além do Fundo Soberano de Pensões das Fiji, que enviou delegados a Díli em fevereiro para recolher informação sobre a TT (a candidatura mais forte), há pelo menos dois outros candidatos, entre os quais a empresa WebSat Media, com sede em Singapura.
Um outro candidato, também com sede em Singapura, terá manifestado interesse no negócio, desconhecendo-se para já se formalizou ou não uma oferta junto da Oi.
Estimativas sugerem que em 2012, o "melhor ano" da operadora, a empresa (então monopolista no mercado timorense) poderia valer entre 200 e 250 milhões de euros - cálculo feito com base num rácio relativo ao EBITDA (resultados operacionais reais antes de provisões, impostos e amortizações) desse ano, que ascendeu a 41,6 milhões de dólares.
O valor da empresa desceu significativamente nos últimos anos, em grande parte devido à entrada de dois concorrentes no mercado, as empresas estatais indonésia Telkomcel (da Telkom Indonesia) e a vietnamita Telemor (do grupo Viettel).
O EBITDA do ano passado foi de apenas 18,15 milhões de dólares pelo que as estimativas, na actual conjuntura, apontam a um valor total da empresa de entre 55 e 60 milhões de dólares.
Neste cenário a participação que a Oi pretende alienar rondaria os 25 a 30 milhões de dólares.
Valores que têm que ser considerados tendo em conta a dívida da empresa, que no final de 2014 ascendia a 45,4 milhões de dólares, e o que tem a haver de clientes, actualmente cerca de 9,8 milhões de dólares, dos quais a maior fatia corresponde ao Estado que deve à empresa 8,7 milhões de dólares.
Só esta dívida do Estado representa à empresa encargos financeiros anuais de cerca de 700 mil dólares.
Apesar disso a Timor Telecom continua a apresentar contas positivas, o lucro líquido foi de 537 mil dólares em 2014, longe dos anos anteriores, inclusive em 2013 quando foi de 8,12 milhões, mas reflectindo na totalidade o impacto da forte concorrência no mercado.
Situação que levou a uma forte contenção financeira que se evidenciou, por exemplo, na redução de 14,3% nos gastos recorrentes, para 26,8 milhões de dólares.
Presidente são-tomense faz visita a Portugal e Angola
O Presidente são-tomense, Manuel Pinto da Costa, inicia hoje "uma visita privada e de trabalho" a Portugal e Angola, que se prolonga até 13 de novembro, disse à Lusa fonte da presidência.
Fonte da presidência são-tomense disse à Lusa que o chefe de Estado são-tomense fará em Lisboa "alguns exames de rotina" sobre o seu estado de saúde e terá "alguns contactos com entidades portuguesas no âmbito da cooperação entre os dois estados".
Manuel Pinto da Costa seguirá depois para Luanda, onde permanecerá de 10 a 13 de novembro.
Em Luanda, o chefe de Estado são-tomense, a convite do seu homologo angolano, josé Eduardo dos Santos, participa nas celebrações dos 40 anos de independência de Angola, que se assinalam a 11 de novembro.
De acordo com a mesma fonte, os presidentes vão analisar a cooperação entre os dois países à luz da actual situação política de Angola, marcada nos últimos meses pela prisão de 15 jovens acusados de rebelião e tentativa de derrube do Presidente angolano e que tem merecido críticas da comunidade internacional.
Manuel Pinto da Costa seguirá depois para Luanda, onde permanecerá de 10 a 13 de novembro.
Em Luanda, o chefe de Estado são-tomense, a convite do seu homologo angolano, josé Eduardo dos Santos, participa nas celebrações dos 40 anos de independência de Angola, que se assinalam a 11 de novembro.
De acordo com a mesma fonte, os presidentes vão analisar a cooperação entre os dois países à luz da actual situação política de Angola, marcada nos últimos meses pela prisão de 15 jovens acusados de rebelião e tentativa de derrube do Presidente angolano e que tem merecido críticas da comunidade internacional.
Mecanização e aumento de área agrícola para nova campanha
De acordo com um relatório preliminar elaborado pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), a área disponível para o cultivo irá aumentar até final da campanha agrícola 2015-2016 na Guiné-Bissau, tal como um incremento da mecanização da actividade.
O governo guineense e parceiros distribuíram 250 moto-cultivadoras, 130 moto-bombas e 30 novos tractores, para além de dezenas de outros acessórios, tais como pulverizadores e conjuntos de protecção pessoal.
No entanto, a questão essencial prende-se agora com a manutenção dos equipamentos e garantir o fornecimento dos combustíveis, um assunto que está a ser analisado pelo governo, prevendo-se uma comparticipação simbólica à população.
Portugal é um dos países menos violentos do mundo, diz o índice no 11º lugar entre 162 países.
O relatório anual do Instituto para a Economia e Paz coloca Portugal em 11º no que aos países menos violentos diz respeito.
Em causa está o The Global Peace Index deste ano, um índice actualizado todos os anos que recorre a 23 parâmetros para avaliar se um país é mais ou menos violento.
O ranking do IEP está online e mostra Portugal a apenas um lugar de um top 10 que é maioritariamente composto por países europeus.
A Islândia surge em primeiro lugar num ranking em que o país de expressão portuguesa pior posicionado é a Guiné-Bissau, que surge no 120º lugar.
A Síria é o país mais violento do mundo, o Iraque surge no penúltimo lugar, o Afeganistão no antepenúltimo e o Sudão do Sul no 159º lugar.
Destaque ainda para o facto de o Brasil não entrar no top 100 de países mais pacíficos (está em 103ª). Os Estados Unidos estão no 94º lugar, pior do que Angola (88º) e Moçambique (80º).
Cartéis de droga utilizam países da África Ocidental para entrada de cocaína na Europa
Uma das conclusões do seminário sobre cooperação policial na luta contra o narcotráfico da rota africana em matéria de controlo marítimo e aéreo, que reuniu especialistas de cerca de 38 países da América Latina, Caraíbas e África Ocidental, reunião que termina esta sexta-feira, na cidade da Praia, confirmou que, nos últimos anos, «cartéis de droga da América Latina têm utilizado países da África Ocidental como rotas adicionais para a entrada de cocaína na Europa».
Durante os cinco dias do seminário, as organizações participantes, tais como a Interpol e a Ameripol, apoiadas pela União Europeia, decidiram reforçar a troca de informações, no sentido de se constituírem como organismos de acção, «não só a nível regional, como global».
Neste seminário destacou-se o fato de Cabo Verde e a Guiné-Bissau serem pontos estratégicos de trânsito do referido estupefaciente, sobretudo na rota do Brasil, não só através dos correios humanos como também através das vias marítimas.
Na semana passada, o director nacional da Polícia Judiciária de Cabo Verde, Patrício Varela, alertou que grupos criminosos estão a recrutar estudantes africanos, incluindo cabo-verdianos, como correios de droga entre Brasil e África.
sexta-feira, 30 de outubro de 2015
Prisão de Zamora Induta agita águas da bolanha
A prisão do C/Alm Zamora Induta, antigo CEMGFA, está a alimentar focos de mal-estar em meios militares. Em geral, considera-se que a medida atendeu predominantemente a interesses políticos; para sua execução terão sido instrumentalizados alguns dos actuais chefes militares.
A prisão foi ordenada pela Procuradoria Militar, em 22.Set, com base acusações (consideradas injustas e desproporcionadas nos referidos meios militares), como terrorismo contra o Estado, tentativa de subversão da ordem constitucional e homicídio. Zamora Induta, um dos chefes militares com mais apurada preparação que a Guiné-Bissau teve desde sempre, exercia o cargo de CEMGFA á data do golpe de Estado de Abr.2012 – encabeçado pelo então vice-CEMGFA, Gen António Indjai, o qual ascendeu a CEMFA e se manteve no cargo até à normalização constitucional de 2014.
Zamora Induta refugiou-se então em Portugal, onde passou a viver, a sua detenção ocorreu no seguimento de uma viagem a Bissau, meados de 2015, por motivos que descreveu como privados. Também se congemina nos mesmos meios militares que a prisão se destinou a tranquilizar António Indjai está retirado (dedica-se à agricultura), mas conserva influencias nas FA, parte substancial das quais de natureza étnico-tribal.
O actual CEMGFA, Gen Biague Na N’Tam, é considerado próximo do Presidente, José Mário Vaz. O risco de ocorrer na Guiné-Bissau uma convulsão de natureza militar é presentemente considerado diminuto devido à presença de uma força de estabilização da CEDEAO, a ECOMIB.
Tudo por metade... Rivalidades e lutas intestinas continuam a minar clima de confiança
1. A situação política na Guiné-Bissau continua a não inspirar confiança; persiste, sem sinais de abrandamento, um clima de lutas de poder, ditas “intestinas”, opondo o Presidente, José Mário Vaz (JMV), ao ex-Primeiro-Ministro e presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira (DSP), mas envolvendo outras entidades do Estado.
JMV é apontado nos países da região (à excepção da Gâmbia) e entre os principais parceiros internacionais da Guiné-Bissau, como “causador” da crise política declarada em Ago; mas igualmente da indefinição que continua a persistir, em larga escala atribuída a um esforço do próprio no sentido de se impor e reforçar a sua posição.
Olesegun Obasanjo diz em privado que na sua última missão a Bissau, meados Out, na qualidade de emissário da CEDEAO, exortou JMV a “corrigir” a linha de afrontamento interno que vinha seguindo - desabafo interpretado como reflexo de convicções ou instituições do próprio como as seguintes:
- JMV fomentou e/ou precipitou a crise política; a sua quota-parte no arrastamento da mesma tem sido determinante.
- Parece decidido a não desistir enquanto não atingir o fim do reforço do seu poder que traçou para as suas disputas com DSP – que quer isolar politicamente.
A missão de Olesegun Obasanjo em Out. foi precedida de perto por outra, em Set. Ambas foram decisivas para a facilitação/ aceleração de medidas que dependiam da capacidade de decisão de JMV, ou nas quais o mesmo poderia interferir decisivamente, tendo em vista ultrapassar situações de impasse.
Em Set. a exoneração do Primeiro-Ministro recém-nomeado, Bacíro Djá, e o restabelecimento da faculdade da constituição do Governo por parte do PAIGC, partido maioritário.
- Em Out, a ultrapassagem de impasses que estavam a prejudicar a constituição do Governo do PAIGC.
2. Em Dez. 60 dias depois da posse, o governo de Carlos Correia terá de se apresentar na ANP para aprovação do seu programa. O processo já deu lugar a iniciativas, muitas das quais de natureza subtil, opondo as partes representadas por JMV e DSP, ambas agindo movidas pela pretensão de colher vantagens do acto.
A parte de JMV, tendo por protagonistas activos figuras com o mesmo conotadas, está aplicada num esforço destinado a dividir as bancadas do PAIGC e PRS e por essa via desprovê-las de condições aritméticas para garantir a aprovação do programa. DSP, ao contrário, tenta assegurar a lealdade/disciplina na bancada do PAIGC.
Informação verificada.
- O alvo principal das acções de captação de apoios na bancada do PAIGC por parte de JMV, é a chamada ala de Braima Camará principal rival interno de DSP; o próprio e outros dois antigos dirigentes do PAIGC, Soares Sambú e Aristides Ocante da Silva, estão activamente envolvidos nas acções de cativação de elementos da referida ala, e outros.
- Paralelamente, dois altos dirigentes do PRS, Artur Nambeia e Florentino Mendes Pereira, desenvolvem iniciativas, igualmente discretas, no sentido de assegurar que a bancada parlamentar do seu partido, pelo menos na sua maior parte, não votará o programa do Governo de Carlos Correia.
O PRS, numa atitude a que não terão sido estranhas influências exercidas pelos mesmos dirigentes, já se escusara antes a integrar o Governo de Carlos Correia. O PRS é o segundo maior partido, mas aspira vir a ter o estatuto de partido principal – objectivo que julga poder ser facilitado por dissensões internas que enfraqueçam o PAIGC. Uma ala identificada com Artur Sanhá é contrária a esta linha. De acordo com informações abalizadas, a parte de JMV está convencida de que o Governo de Carlos Correia não contará com a aprovação da ANP, ficando assim obrigado a demitir-se. Estima-se que as bancadas do PAIGC EPRS se dividirão o suficiente para inviabilizar a aprovação do programa do Governo.
É atribuído a JMV o intento de fazer com que, entretanto, estale no PAIGC um movimento de contestação de DSP e da sua liderança, capaz de levar ao seu afastamento e secundarização política. JMV vê DSP como elemento contrariador da sua reeleição, dado o seu superior prestígio e preparação geral.
JMV é apontado nos países da região (à excepção da Gâmbia) e entre os principais parceiros internacionais da Guiné-Bissau, como “causador” da crise política declarada em Ago; mas igualmente da indefinição que continua a persistir, em larga escala atribuída a um esforço do próprio no sentido de se impor e reforçar a sua posição.
Olesegun Obasanjo diz em privado que na sua última missão a Bissau, meados Out, na qualidade de emissário da CEDEAO, exortou JMV a “corrigir” a linha de afrontamento interno que vinha seguindo - desabafo interpretado como reflexo de convicções ou instituições do próprio como as seguintes:
- JMV fomentou e/ou precipitou a crise política; a sua quota-parte no arrastamento da mesma tem sido determinante.
- Parece decidido a não desistir enquanto não atingir o fim do reforço do seu poder que traçou para as suas disputas com DSP – que quer isolar politicamente.
A missão de Olesegun Obasanjo em Out. foi precedida de perto por outra, em Set. Ambas foram decisivas para a facilitação/ aceleração de medidas que dependiam da capacidade de decisão de JMV, ou nas quais o mesmo poderia interferir decisivamente, tendo em vista ultrapassar situações de impasse.
Em Set. a exoneração do Primeiro-Ministro recém-nomeado, Bacíro Djá, e o restabelecimento da faculdade da constituição do Governo por parte do PAIGC, partido maioritário.
- Em Out, a ultrapassagem de impasses que estavam a prejudicar a constituição do Governo do PAIGC.
2. Em Dez. 60 dias depois da posse, o governo de Carlos Correia terá de se apresentar na ANP para aprovação do seu programa. O processo já deu lugar a iniciativas, muitas das quais de natureza subtil, opondo as partes representadas por JMV e DSP, ambas agindo movidas pela pretensão de colher vantagens do acto.
A parte de JMV, tendo por protagonistas activos figuras com o mesmo conotadas, está aplicada num esforço destinado a dividir as bancadas do PAIGC e PRS e por essa via desprovê-las de condições aritméticas para garantir a aprovação do programa. DSP, ao contrário, tenta assegurar a lealdade/disciplina na bancada do PAIGC.
Informação verificada.
- O alvo principal das acções de captação de apoios na bancada do PAIGC por parte de JMV, é a chamada ala de Braima Camará principal rival interno de DSP; o próprio e outros dois antigos dirigentes do PAIGC, Soares Sambú e Aristides Ocante da Silva, estão activamente envolvidos nas acções de cativação de elementos da referida ala, e outros.
- Paralelamente, dois altos dirigentes do PRS, Artur Nambeia e Florentino Mendes Pereira, desenvolvem iniciativas, igualmente discretas, no sentido de assegurar que a bancada parlamentar do seu partido, pelo menos na sua maior parte, não votará o programa do Governo de Carlos Correia.
O PRS, numa atitude a que não terão sido estranhas influências exercidas pelos mesmos dirigentes, já se escusara antes a integrar o Governo de Carlos Correia. O PRS é o segundo maior partido, mas aspira vir a ter o estatuto de partido principal – objectivo que julga poder ser facilitado por dissensões internas que enfraqueçam o PAIGC. Uma ala identificada com Artur Sanhá é contrária a esta linha. De acordo com informações abalizadas, a parte de JMV está convencida de que o Governo de Carlos Correia não contará com a aprovação da ANP, ficando assim obrigado a demitir-se. Estima-se que as bancadas do PAIGC EPRS se dividirão o suficiente para inviabilizar a aprovação do programa do Governo.
É atribuído a JMV o intento de fazer com que, entretanto, estale no PAIGC um movimento de contestação de DSP e da sua liderança, capaz de levar ao seu afastamento e secundarização política. JMV vê DSP como elemento contrariador da sua reeleição, dado o seu superior prestígio e preparação geral.
Portugal: Destruição de armas
A PSP destruiu nos primeiros dez meses deste ano 24.491 armas e nesta hoje vai eliminar mais de 3.500 armas, numa unidade de eliminação de metais na Maia (Porto), anunciou hoje o Comando Metropolitano do Porto daquela polícia.
A PSP, que tem exclusividade de reunir armas apreendidas em Portugal, informou em comunicado que a operação de destruição de "mais de 3.500 armas" está marcada para as 10:00 de sexta-feira, numa unidade de transformação de metais localizada na área da Maia e vai ser dirigida pelo Departamento de Armas e Explosivos da PSP. A ação é a "sexta destruição do ano", lê-se no comunicado. Em 2014, a PSP destruiu um total de 26.192 armas em nove operações de destruição ao longo do ano, sendo 21.906 armas de fogo, designadamente espingardas, caçadeiras, pistolas, metralhadoras, e 4.286 armas brancas -- navalhas, facas, sabres.
As armas apreendidas não destruídas são reaproveitadas para atividade operacional da polícia, formação ou são enviadas para outras forças de segurança, como por exemplo para a Polícia Judiciária, Polícia Judiciária Militar, Academia Militar, Laboratório de Polícia Científica ou Laboratório nacional de Aviação Civil, explicou à Lusa fonte da PSP. Há ainda armas que são reaproveitadas para serem expostas num museu ou para serem vendidas em leilões.
Nos últimos anos foram sendo acumuladas em depósito no país "mais de 100.000 armas", mas desde 2012 que a PSP está a levar a cabo um "processo de gestão de armas em depósito". Com operações como a desta sexta-feira, a PSP está também a promover a prevenção da "prática de crimes violentos com armas de fogo ilegais", sublinha. "É uma forma de comunicar às pessoas que a PSP está atenta e todas as semanas há apreensão de armas ilegais", refere a mesma fonte.
Exigencia do PM da G-Bissau: Apresentação do relatório de missão aos membros do seu Governo
O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Correia, solicitou aos membros do seu Governo que passem a apresentar relatórios que antecipem as missões de serviço ao estrangeiro.
O pedido de Carlos Correia foi feito na reunião de quinta-feira do Conselho de Ministros e hoje revelado em comunicado do Governo.
O primeiro-ministro comunicou igualmente que as missões ao estrangeiro devem ser anunciadas, previamente, em conselho de ministros para que possam merecer aprovação.
Apenas são dispensadas destas formalidades as viagens no âmbito de reuniões estatutárias de organizações que vinculam os membros do Governo.
Carlos Correia anunciou também que fica proibida a distribuição de documentos para discussão imediata nas reuniões do Conselho de Ministros, sendo necessária uma apresentação antecipada com um prazo mínimo de 72 horas.
Os membros do Governo que tenham documentos ou diplomas que querem ver discutidos em Conselho de Ministros são obrigados a entregar, em formato digital, as suas propostas ao secretariado do Executivo.
Carlos Correia, que é primeiro-ministro da Guiné-Bissau pela quarta vez, é visto pelos seus pares como um político de rigor na gestão dos assuntos do Estado, nomeadamente pelo facto de ser o governante que costuma devolver ao Tesouro Público o dinheiro que sobra das suas viagens em missão de serviço.
Portugal e UE financiam melhorias em jardins-de-infância na G-Bissau
O apoio de Portugal e da União Europeia (UE) ao setor da educação na Guiné-Bissau permitiu melhorar o funcionamento de 18 jardins-de-infância, conforme projecto realizado entre 2011 e 2014, anunciou hoje a delegação da UE em comunicado.
Os estabelecimentos estão situados na região da capital, Bissau, na região vizinha de Biombo e no norte, em Cacheu, abrangendo 2.000 crianças.
O projecto, denominado "Bambaram di Mindjer", serviu para profissionalizar mulheres e melhorar a qualidade da educação de infância através de acções de formação e intervenções nos estabelecimentos ao nível da pedagogia e administração.
Catorze jardins-de-infância receberam inclusivamente "uma certificação após auditoria externa" e espera-se que sirvam de exemplo para outros estabelecimentos no país.
Um total de 57 mulheres educadoras entraram no mercado de trabalho graças ao "Bambaram di Mindjer", que conseguiu melhorar as competências de 166 educadores.
O projecto foi cofinanciado pela UE e pelo Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, com um valor de cerca de 385 mil euros, sendo executado pela Fundação Fé e Cooperação (FEC).
UE e FEC têm ainda em curso um outro projecto de descentralização na Gestão de Dados de Educação, com a duração de 36 meses e um orçamento de cerca de 560 mil euros.
O objectivo consiste em "contribuir para as reformas das políticas educativas, a descentralização e o empoderamento das autoridades locais" através da monitorização de metas educacionais acordadas a nível internacional.
Bissau, 28 de Outubro de 2015
O encerramento do projecto Bambaram di Mindjer - Qualificação das mulheres e profissionalização da educação de infância": cerimónia de entrega dos Certificados de Qualidade em Gestão Pedagógica e em Gestão e Administração Escolar aos Jardins de Infância e dos Certificados da Formação em Gestão Pedagógica de agentes educativos dos Jardins de Infância.
A acção representou um ponto importante da União Europeia no seu trabalho com a sociedade civil: não só na promoção e valorização do sector da educação da infância, visando melhorar a qualidade e as possibilidades de acesso, mas também no contributo à qualificação profissional e inserção no mercado de trabalho, em particular das mulheres.
O evento contou com a participação de representantes das entidades
parceiras, a FEC e a Comissão Interdiocesana de Educação e Ensino, junto
com representantes da Delegação da União Europeia e do Instituto Camões
que entregaram os certificados a representantes dos diferentes jardins
de Infância e aos agentes educativos.
Autoridades detêm 500 estrangeiros sem documentos
As autoridades da Guiné-Bissau detiveram cerca de 500 cidadãos estrangeiros nos últimos dez dias por circularem sem documentos de identificação, disse hoje fonte do Serviço de Migração, Estrangeiros e Fronteiras.
Autoridades da Guiné-Bissau detêm 500 estrangeiros sem documentos.
As detenções foram feitas durante a operação "Poeira Lanta" (Levanta Poeira) destinada a por cobro a actos de vandalismo e assaltos.
De acordo com a mesma fonte, todos "vão ficar encarcerados até que paguem multa" no montante de 2.500 francos CFA (3,80 euros) por pessoa, sendo agravada para quem não tiver a situação legalizada.
A operação "Poeira Lanta" vai prosseguir durante o período festivo de Natal e passagem de ano.
De acordo com a mesma fonte, todos "vão ficar encarcerados até que paguem multa" no montante de 2.500 francos CFA (3,80 euros) por pessoa, sendo agravada para quem não tiver a situação legalizada.
A operação "Poeira Lanta" vai prosseguir durante o período festivo de Natal e passagem de ano.
Mais de mil cidadãos nacionais e estrangeiros detidos para averiguações
Mais de mil pessoas foram detidas durante a operação denominada "Poeira Lanta" desencadeada por agentes da Guarda Nacional desde o dia 20 do corrente com vista a minimizar os actos de vandalismo e assaltos à mão armada, registados nos últimos tempos na Guiné-Bissau.
A revelação foi feita esta quinta-feira à Agência de Notícias da Guiné (ANG) pelo Comandante Adjunto de Operação e Segurança do Ministério da Administração Interna, José Barai.
Aquele responsável disse que durante a operação foram apreendidos 540 cidadãos nacionais, 433 da Guiné-Conacri que estão a exercer actividades comerciais de uma forma ilegal, 50 senegaleses, seis gambianos, 28 malianos, seis nigerianos, um ganense, sete nigerinos e dois sara leoneses.
“Isso não é possível, as pessoas tem direito de viver em liberdade. Mas também não podem continuar a circular a noite sem nenhuma peça de identificação, sobretudo os nacionais para não dificultar a localização do grupo do pessoal suspeito de actos de vandalismo e assalto a mão armada”, disse José Barai.
Pediu aos cidadãos estrangeiros a respeitarem as normas do país e determinações do Governo, que passa pela aquisição de cartão de cidadão estrangeiro, tendo questionado por outro lado se os assaltos a mão armada são realizados só pelos guineenses.
Segundo José Barai a operação “Poeira lanta” que visa capturar os alegados autores de actos de criminalidade não teve efeito desejado devido a falta de colaboração da sociedade guineense. Por isso, renova o apelo das autoridades as populações no sentido de denunciarem indivíduos que estão a praticar actos de criminalidade e a fazer mal ao povo e ao pais.
O Comandante Adjunto de Operação e Segurança do Ministério de Administração Interna reconhece que sem a colaboração da população, mesmo que as autoridades ponham mais 200 mil agentes nas ruas será difícil localizar os malfeitores por isso reiterou o pedido de apoio a sociedade guineense para minimizar os actos de vandalismo na Guiné-Bissau.
Apesar das dificuldades de meios materiais sobretudo viaturas para o transporte dos suspeitos de actos de vandalismo para esquadras mais próximas, José Barai garante que “Poeira Lanta” vai prosseguir até ao final do ano para garantir segurança ao povo durante o período da quadra festiva, em que malfeitores intensificam as suas actividades.
Acrescentou que o operação não se vai limitar-se apenas à Bissau, mas que chegara igualmente as diferentes regiões do pais , pelo que pede aos cidadãos estrangeiros a se regularizarem as suas situações o mais depressa possível.
Interrogado se os seus esforços em garantir a segurança ao povo guineense irão ter efeito desejado se os cidadãos estrangeiros continuassem a entrar na fronteira sem apresentação de nenhuma peça de identificação José Barai reconheceu a vulnerabilidade da mesma e pediu maior controlo em todas as linhas fronteiriças.
( in: ang)
(foto: ang) |
Câmara de Contas, timorense 'chumba' maior contrato da história do país
A Câmara de Contas timorense recusou o visto prévio ao maior contrato da história do Governo do país, de 720 milhões de dólares, para o desenho e construção da Base de Apoio de Suai, projecto conhecido como Tasi Mane.
Fonte da Câmara de Contas confirmou à Lusa que a decisão foi assinada a 23 de outubro e as partes notificadas a 26, decorrendo agora um período de 15 dias até que transite em julgado e durante o qual pode ser apresentado recurso por parte do autor do auto ou pelo Ministério Público.
A mesma fonte explicou que a recusa de visto prévio se deveu "à não-conformidade com normas fundamentais em vigor em Timor-Leste".
A lei considera que "constitui fundamento da recusa do visto a falta de cabimento orçamental em rubrica apropriada, bem como a desconformidade dos atos, contratos e demais instrumentos referidos com as leis em vigor".
Foi anunciado em junho que a construtora sul-coreana Hyundai Engineering & Construction tinha conseguido o contrato no valor de 720 milhões de dólares (660 milhões de euros) para o desenho e construção da Base de Apoio de Suai, considerada essencial para as actividades de exploração petrolífera no Mar de Timor.
O contrato refere-se ao "desenho e construção da Base Logística de Suai", um dos elementos centrais do projecto Tasi Mane, um dos principais elementos do Plano Estratégico de Desenvolvimento (PED) de Timor-Leste.
A lei orgânica da Câmara de Contas, aprovada em 2011, determinava que o visto prévio era "necessário para despesas e ou quaisquer aquisições patrimoniais superiores a 500 mil dólares", valor que foi aumentado para dez vezes mais, cinco milhões, em agosto de 2013.
Segundo a lei, os contratos sujeitos à fiscalização prévia "só podem produzir quaisquer dos seus efeitos, quer contratuais quer financeiros, após o visto" da Câmara de Contas.
O Tasi Mane é um projeto plurianual que envolve a construção da base de apoio, da refinaria de Betano, da unidade de processamento de Gás Natural Liquefeito (GNL), do porto e aeroporto de suai, do gasoduto até ao campo Greater Sunrise e da autoestrada Suai-Beaçu.
"O projeto envolverá o desenvolvimento de uma zona costeira de Suai a Beaçu e garantirá a existência das infraestruturas necessárias para suportar uma indústria petrolífera doméstica em crescimento", refere o PED.
Este contrato, que foi atribuído pela Comissão Nacional de Aprovisionamento, é o primeiro da empresa sul-coreana em Timor-Leste.
Com base no contrato, explicou a empresa, duas unidades do Hyundai Motor Group - a Hyundai Engineering &. Construction Co e a Hyundai Engineering Co - vão "construir um pontão e infraestruturas logísticas para serem usados para os esforços de desenvolvimento petrolífero em Suai.
A construção do pontão de 3,3 quilómetros e de outros mais pequenos representa 60% do valor do contrato.
Estimava-se que a construção deveria estar terminada até setembro de 2018.
Cabo Verde: subgerente bancário despedido por justa causa
Herberto Rodrigues, ex–subgerente da Caixa Económica de Cabo Verde, na Agencia do Mindelo, foi despedido no âmbito do processo disciplinar que foi-lhe instaurado na sequência do desaparecimento de cerca de 30 mil contos do cofre.
Para além do processo-crime, onde o subgerente foi constituído arguido, foi instaurado um processo disciplinar que agora chegou ao fim. A instituição conclui que a razão estava do seu lado e alegou justa causa para despedir o ex-gerente. Herberto Rodrigues recebeu a nota de culpa na semana passada e os restantes funcionários foram informados do resultado do processo disciplinar através de correio electrónico interno.
quinta-feira, 29 de outubro de 2015
USA oferece aviões e veículos militares ao Níger
Os Estados Unidos doou dois Cessna C-208 aviões de vigilância militares e 30 veículos militares de make indefinido para as Forças Armadas do Níger para ajudar o país do Oeste Africano proteger suas fronteiras contra a infiltração e transfronteiras ataques do grupo militante islâmico baseado no nigeriano Boko Haram.
O equipamento foi recentemente entregue ao ministro da Defesa do Níger MahamadouKaridjo pelo embaixador dos EUA Eunice Reddick que disse que o novo avião, que estão equipados com sistemas de reconhecimento (ISR) Inteligência, Vigilância e, permitirá que as forças armadas para detectar ameaças locais e melhorar a segurança fronteiriça.
De acordo com relatórios do Níger de capital Niamey, a remessa inclui algumas ambulâncias militares. A doação vem poucas semanas depois de os dois países assinaram um acordo de cooperação militar em termos do qual o Exército dos EUA irá fornecer treinamento contra-terrorismo especializada para o exército do Níger.
Níger enfrenta múltiplas ameaças terroristas segurança do Boko Haram na Nigéria e vários grupos terroristas transnacionais do Sahel com base no Mali e Líbia. Níger tem sido repetidamente atacado por Boko Haram desde que entrou para a Força Multi-National Joint Task (MNJTF), que está lutando contra o grupo islâmico torno da área de Chad Basin Lake.
Portugal já formou 60 guardas e polícias da G-Bissau desde Janeiro
Portugal já formou este ano 60 guardas e polícias na Guiné-Bissau no âmbito da cooperação técnico-policial entre os dois estados e deverá ainda terminar a formação outros 120 até final de 2015.
"Foram já concluídas duas acções de formação na Guiné-Bissau para duas turmas de 30 elementos cada", 15 militares da Guarda Nacional (GN) e 15 agentes da Polícia de Ordem Pública (POP), referiu.
Sob a orientação de formadores portugueses, foram realizadas acções sobre "Manutenção da Ordem Pública" e "Patrulhamento e Policiamento Urbano e Comunitário".
Até final do ano estão ainda previstas outras quatro acções de formação, com 30 elementos cada, sobre trânsito, segurança aeroportuária, comando táctico de operações protecção civil, controlo de fluxos migratórios e fraude documental.
Ao mesmo tempo, decorre a formação de oficiais no Instituto de Ciências Policiais e de Segurança Interna em Lisboa, onde se encontram desde 03 de agosto dois agentes da POP.
Ambos frequentam o 1.º ano do Curso de Formação de Oficiais de Polícia, com cinco anos lectivos e formação académica ao nível do mestrado integrado.
Dois começam e outros dois, com a patente de alferes, vão regressar a Bissau este ano com destino à polícia e já com o mestrado concluído.
Estiveram ainda em Lisboa, em setembro, dois oficiais superiores da GN e da POP num estágio para oficiais com funções de direcção e chefia, conjuntamente com outros oficiais da CPLP.
No âmbito da cooperação, até final do ano, prevê-se ainda a entrega de 150 conjuntos de fardamento completo para Guarda e Polícia.
As ações fazem parte do Plano Estratégico de Cooperação Técnico-Policial 2015/2018 entre Portugal e a Guiné-Bissau, que pretende "contribuir para apoiar as necessidades globais de formação imediatamente elencadas pelo Ministério da Administração Interna" guineense.
Pretende-se beneficiar um largo leque de "áreas de actuação policial e protecção civil", bem como promover a "integração gradual de elementos já formados pela cooperação portuguesa como formadores", concluiu a mesma fonte.
(PSP - Portugal) |
O português será o 'idioma do futuro' no Reino Unido?
A língua portuguesa assume a sua real importância no Reino Unido e no mundo.Há cada vez mais cidadãos que falam português mundo afora. Seguem para turismo, trabalho, viagens de negócios ou para morar fora dos seus países originais de língua portuguesa, o que não tem sido diferente no Reino Unido.
Tudo isto levou o Instituto Português, com sede em Portugal, ao anúncio, feito neste mês de outubro, de que “pela 1ª vez, o idioma português passa a estar incluso na lista de línguas consideradas ‘essenciais’ em um futuro de 20 anos, dividindo essa responsabilidade com o Espanhol, Francês, Árabe, Alemão, Mandarim, Italiano, Russo, Japonês e Turco”.O Languages for the Future (Línguas para o Futuro), informativo que estuda as necessidades linguísticas mais prementes da Grã-Bretanha, comprova que a imperiosidade e seleção de línguas específicas se baseiam “em fatores de ordem econômicas, culturais, geopolíticas, culturais e também educacionais, o que engloba as solicitações das empresas britânicas no que diz respeito as suas negociações comerciais com os outros países, relações de segurança/diplomáticas que se intensificam e a preponderância de palavras, diálogos e textos em português na Internet”.
Enfim, o Instituto Camões de Portugal destacou a necessidade crescente da utilização do idioma português como língua para trabalho na União Europeia e em outros departamentos e organismos mundiais como, por exemplo, a Organização dos Estados Ibero-americanos, União Africana, a União das Nações sul-americanas e a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral.
Todas estas informações foram ratificadas pelos estudiosos do Reino Unido e aliado ao contexto. Há mais um fator que é o do português se constituir no 5º idioma mais usado no mundo virtual.
O Instituto Camões continuou a se manifestar dizendo que “outros estudos mais novos homologam o crescimento rápido da língua portuguesa muito em função ao aumento de pessoas que falam o português como língua mãe; ao número de nações cujo idioma principal e oficial é o português; ao crescimento na internet; a cultura como um todo, pelo grande volume de tradução de obras originais em português, pelo incremento de artigos em revistas científicas”.
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, S. Tomé e Príncipe e Timor-Leste compõem a Comunidade dos países de Língua Portuguesa (CPLP) e preenchem uma superfície de aproximadamente 10.800.000 de quilômetros quadrados, com uma população que somada chega em 250 milhões de habitantes.
Ministro do Interior timorense diz aos guineenses para aprenderem com as experiências do passado
O Ministro do Interior da República Democrática de Timor-Leste, Longuinhos Monteiro, pediu à classe política da Guiné-Bissau que aprendam com as experiências do passado. No âmbito da IV reunião dos Ministro da Administração Interna e de Interior da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Longuinhos Monteiro foi ainda mais longe afirmando que as lições aprendidas são sempre os melhores ensinamentos e orientações para corrigir os erros e ver o futuro certo que o povo guineense merece.
Neste sentido, o ministro timorense, apelou à classe política, às forças armadas e paramilitares que estejam unidos num caminho certo e que possam diagnosticar o melhor futuro para Guiné-Bissau.
O Ministro e antigo Comandante-geral da Polícia Nacional de Timor-Leste, que considera ser “guineense” de coração, disse também que a Guiné-Bissau pode contar com a ajuda de Timor-Leste e do Governo. “O nosso interesse para Guiné-Bissau é mesmo ajudar o vosso país e as suas forças de seguranças para estas possam executar em conformidade com as leis e operações técnicas a nível policial”, disse.
Por outro lado, o mesmo responsável timorense, confirmou que enquanto Ministro Interior o seu país vai apoiar as forças policiais da Guiné-Bissau com meios, em particular nos fardamentos.
Por fim, Longuinhos Monteiro anunciou que o seu país vai convidar a Guiné-Bissau a participar no curso de formação em Díli. “Já informei o Governo que Timor Leste que através da Polícia Nacional vai convidar a Guiné-Bissau para enviar os seus elementos entre sargentos da polícias e outros das forças armadas em 2016 e 2017 para que possam participar num curso de formação no Instituto de Defesa Nacional”, confirmou o ministro.
Direitos, Liberdades e Garantias ??
O presidente do Sindicato Democrático dos Professores (SINDEPROF), protestou hoje a medida da Polícia da Ordem Pública de suspender a realização de uma marcha dos professores em greve prevista para hoje, em Bissau.
Em declarações à ANG, Laureano Pereira, disse que “este tipo de atitudes não é correcto, porque viola aos direitos humanos, a liberdade de expressão, a liberdade de opinião e de manifestação dos professores”.
Laureano afirmou que no quadro da preparação da marcha que diz que seria pacífica, entregou, segunda-feira, uma nota ao Ministério do Interior e ao Presidente da Câmara Municipal de Bissau, informando-lhes da intenção do "SINDEPROF" de realizar a referida manifestação nas ruas de Bissau, no quadro das reivindicações dos direitos dos “professores lesados”.
“Não recebemos nenhuma carta da parte do Ministério do Interior a informar da impossibilidade de realização da marcha. E esta manhã as forças da ordem chegaram ao local de concentração e bloquearam a manifestação sob ordens do governo”, denunciou Laureno Pereira.
Laureano acusou o executivo de estar a impedir a marcha dos professores “até ao ponto de ameaçar os manifestantes com torturas” .
Conforme o sindicalista, desde que decretaram a greve no sector só hoje é que receberam um convite da parte do governo a manifestar a disponibilidade de privilegiar o diálogo com os professores.
Pereira confirmou o pagamento dos salários em atraso aos professores que fora anunciado há dois dias pela ministra da Educação mas quanto ao subsidio de diuturnidade, disse não ter informação sobre o seu pagamento ou não.
(in:ang)
E SOBRE A FOME ? Índia promete a África 10.000 milhões e ajuda para reduzir fosso digital
"Para adicionar força à nossa cooperação, a Índia vai oferecer crédito de 10.000 milhões de dólares para os próximos cinco anos", afirmou o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, durante a sua participação na III Cimeira Índia-África, que decorre hoje em Nova Deli.
Modi assinalou diante dos chefes de Estado e de Governo e representantes
de 54 países de África presentes no encontro que os créditos anunciados
somar-se-ão aos já aprovados, os quais estimou em 7.400 milhões de
dólares desde 2008, altura em que começou este fórum.
"Trabalharemos para reduzir o fosso digital dentro de África e entre
África e o resto do mundo", prometeu Modi, ao destacar o potencial de um
dos países mais reconhecidos no desenvolvimento de novas tecnologias.
O primeiro-ministro indicou ainda que a Índia vai ajudar no
estabelecimento de "parques industriais e de tecnologias de informação",
colocando o seu conhecimento à disposição dos países africanos.
Em concreto, mencionou a rede de internet Panafricana, inaugurada em
2009 e que une 48 países com a Índia, e ainda que ajudará à criação de
uma universidade virtual para o continente.
"Colocaremos à disposição os nossos activos espaciais e tecnológicos.
Utilizaremos as possibilidades da tecnologia digital para transformar o
desenvolvimento, os serviços públicos, o governo, a resposta a
catástrofes, a gestão dos recursos e a qualidade de vida", acrescentou o
líder indiano.
Além disso, Modi manifestou o compromisso da Índia -- país que tem uma
política de desenvolvimento e uso de patentes de genéricos -- em
facultar a África "medicamentos baratos" e "conhecimento médico".
Destacou também a importância dos recursos energéticos do continente negro para a Índia e o seu desenvolvimento económico
A Cimeira Índia-África foi criada em 2008, em Nova Deli -- e realizou-se
um segundo encontro em Adis Abeba, em 2011 -- como um fórum de
cooperação com o objectivo de "redefinir e revigorar" a histórica relação
entre África e Índia, segundo o documento da sua fundação
Esta terceira cimeira contou, entre outros, com a presença do Presidente
da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, formalmente convidado pela Índia
devido à importância da parceria e da cooperação entre os dois países,
com o Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo; o
vice-presidente de Angola, Manuel Vicente; e os primeiros-ministros de
São Tomé e Príncipe, Patrice Emery Trovoada, e de Moçambique, Carlos
Agostinho do Rosário.
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