COM O TEMPO UMA IMPRENSA CÍNICA, MERCENÁRIA, DEMAGÓGICA E CORRUPTA, FORMARÁ UM PÚBLICO TÃO VIL COMO ELA MESMO

Joseph Pulitzer

sábado, 31 de outubro de 2015

Equipa técnica recomenda ao Governo timorense comprar acções da Oi na Timor Telecom

Uma equipa técnica criada pelo Governo timorense recomenda que o executivo amplie a sua participação na Timor Telecom comprando a participação da Oi na operadora mais antiga de Timor-Leste, confirmaram à Lusa fontes do executivo.


A fonte explicou que essa foi a "única opção" apresentada pela equipa técnica que apresentou na sexta-feira os trabalhos preliminares de um "estudo de viabilidade" sobre a eventual compra, ou não, da participação da Oi na Timor Telecom.

Esta fonte explicou que a apresentação preliminar foi feita na tarde de sexta-feira, 30 de Outubro, no Ministério das Obras Públicas, Transportes e Telecomunicações em Díli e que o estudo será apresentado em Novembro no Conselho de Ministros.

A análise está a ser realizada por uma Equipa Técnica de Trabalho, liderada pelo ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Gastão de Sousa, pelo seu vice-ministro, Inácio Moreira, e pelo vice-ministro das Finanças, Hélder Lopes.

Documentação obtida pela Lusa confirma que o objectivo é "estudar e elaborar uma apresentação", que terá que estar concluída até final de Outubro, para levar a Conselho de Ministros, sobre a "eventual possibilidade de aumento da participação social do Estado como accionista da Timor Telecom.

Para isso o Governo solicitou já informação detalhada à Timor Telecom em Díli para avaliar exactamente as condições da empresa.

Em causa está a maior fatia de capital da TT (54,01%), controlada pela sociedade Telecomunicações Públicas de Timor (TPT) onde, por sua vez, a Oi controla 76% do capital.

Os restantes accionistas da TPT são a Fundação Harii - Sociedade para o Desenvolvimento de Timor-Leste (ligada à diocese de Baucau), que controla 18% e pela Fundação Oriente (6%).

Na TT o capital está dividido entre a TPT (54,01%), o Estado timorense (20,59%), a empresa com sede em Macau VDT Operator Holdings (17,86%), o empresário timorense Júlio Alfaro (4,49%) e a PT Participações SGPS (3,05%).

Caso o Estado timorense avance na compra da participação da Oi alguns accionistas privados ouvidos pela Lusa indicaram já que estudariam ampliar a sua participação.

Fora de Timor, a compra do antigo capital da PT na Timor Telecom, agora controlado pela Oi - que o quer alienar - suscitou já interesse de pelo menos três candidatos.

Além do Fundo Soberano de Pensões das Fiji, que enviou delegados a Díli em fevereiro para recolher informação sobre a TT (a candidatura mais forte), há pelo menos dois outros candidatos, entre os quais a empresa WebSat Media, com sede em Singapura.

Um outro candidato, também com sede em Singapura, terá manifestado interesse no negócio, desconhecendo-se para já se formalizou ou não uma oferta junto da Oi.

Estimativas sugerem que em 2012, o "melhor ano" da operadora, a empresa (então monopolista no mercado timorense) poderia valer entre 200 e 250 milhões de euros - cálculo feito com base num rácio relativo ao EBITDA (resultados operacionais reais antes de provisões, impostos e amortizações) desse ano, que ascendeu a 41,6 milhões de dólares.

O valor da empresa desceu significativamente nos últimos anos, em grande parte devido à entrada de dois concorrentes no mercado, as empresas estatais indonésia Telkomcel (da Telkom Indonesia) e a vietnamita Telemor (do grupo Viettel).

O EBITDA do ano passado foi de apenas 18,15 milhões de dólares pelo que as estimativas, na actual conjuntura, apontam a um valor total da empresa de entre 55 e 60 milhões de dólares.

Neste cenário a participação que a Oi pretende alienar rondaria os 25 a 30 milhões de dólares.

Valores que têm que ser considerados tendo em conta a dívida da empresa, que no final de 2014 ascendia a 45,4 milhões de dólares, e o que tem a haver de clientes, actualmente cerca de 9,8 milhões de dólares, dos quais a maior fatia corresponde ao Estado que deve à empresa 8,7 milhões de dólares.

Só esta dívida do Estado representa à empresa encargos financeiros anuais de cerca de 700 mil dólares.

Apesar disso a Timor Telecom continua a apresentar contas positivas, o lucro líquido foi de 537 mil dólares em 2014, longe dos anos anteriores, inclusive em 2013 quando foi de 8,12 milhões, mas reflectindo na totalidade o impacto da forte concorrência no mercado.

Situação que levou a uma forte contenção financeira que se evidenciou, por exemplo, na redução de 14,3% nos gastos recorrentes, para 26,8 milhões de dólares.
 
 
 
 

Sem comentários:

Enviar um comentário