Conhecido como "o Pinochet de África", numa alusão ao ditador chileno Augusto Pinochet, Hissene Habre está detido em Dacar, capital senegalesa, desde junho de 2013.
Nessa altura, foi levado da casa onde vivia com a mulher e os filhos no Senegal, país onde se refugiou em 1990, depois de ter sido derrubado do poder.
Após a detenção, Senegal e União Africana criaram a Câmara Africana Extraordinária, que, em comunicado divulgado hoje, acusa o ex-ditador de tortura e crimes de guerra e contra a humanidade, instando-o a prestar contas perante a justiça.
O julgamento, resultado de 19 meses de investigação de um painel de quatro juízes, deverá começar em maio ou junho, no Senegal, e abrirá um precedente na história de África, onde os líderes acusados de atrocidades apenas têm sido julgados por tribunais internacionais.
Hissene Habre, agora com 72 anos, governou o Chade com mão de ferro e recurso à repressão dos opositores e à perseguição com motivos étnicos.
Segundo organizações de direitos humanos, 40 mil pessoas foram mortas durante os oito anos em que esteve no poder.
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