"É uma candidatura supra-partidária", disse Paulo Gomes à agência Lusa por telefone a partir de Bissau, adiantando que a candidatura será apresentada na quinta-feira num campo de basquetebol abandonado, que o candidato mandou recuperar para depois ser utilizado pelos jovens.
Paulo Gomes disse à Lusa que, da consulta que fez durante três meses
em todas as regiões da Guiné-Bissau e também junto dos guineenses no
estrangeiro, percebeu que havia lugar para uma pessoa com a sua
"experiência e perfil".
"De uma forma unânime as pessoas confirmaram que havia lugar para uma
pessoa da minha experiência, do meu perfil, para liderar o país. A
maior parte das pessoas que consultei queriam ter-me mais numa posição supra-partidária e isso confirma-se", disse.
Sobre as motivações da sua entrada na corrida presidencial de 24 de
novembro, o economista não se quis alongar antes da apresentação oficial
da candidatura, mas adiantou que tem "uma dívida a pagar" à
Guiné-Bissau.
"Tenho uma dívida a pagar em relação a este país que me deu tudo. É a minha vontade de pagar a minha dívida", disse.
A Guiné-Bissau está a ser gerida por um Governo de transição, na
sequência do golpe militar de 12 de abril de 2012 e tem eleições gerais
marcadas para 24 de novembro.
A possibilidade de as eleições não se realizarem na data marcada
devido a dificuldades de preparação do processo eleitoral tem sido
avançada diversas vezes.
Paulo Gomes afirmou hoje que continuará a trabalhar com "o objectivo
de novembro" e mostrou-se esperançado de que tudo seja feito para que as
eleições possam ser realizadas este ano.
"Entendo os problemas de ordem logística, mas penso que haverá uma boa vontade deste governo para fazer as eleições", disse.
O economista, que foi quadro superior do Banco Mundial e do Banco
Africano de Desenvolvimento, regressou recentemente à Guiné-Bissau após
15 anos a residir no estrangeiro.
Formado em economia pelo Instituto de Relações Internacionais (ILERI)
de Paris e com um mestrado pela universidade norte-americana de
Harvard, Paulo Gomes fundou recentemente a Consultora Internacional
Constelore e o instituto Benten, um "think-tank" sobre o desenvolvimento
na Guiné-Bissau.
Entre 1995 e 1998, foi conselheiro do Ministério das Finanças, Planeamento e Comércio da Guiné-Bissau.
Foi um dos fundadores do Partido da Convergência Democrática (PCD) e
por três vezes convidado a liderar governos na Guiné-Bissau, o que nunca
aceitou.
Além de Paulo Gomes, são também candidatos às presidenciais de 24 de
novembro o primeiro-ministro deposto Carlos Gomes Júnior, o antigo
ministro da Educação da Guiné-Bissau Tcherno Djaló e o antigo
diretor-geral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP),
Hélder Vaz.
(in:Lusa)
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