O ministro dos Negócios Estrangeiros de Moçambique disse ontem na sede da CPLP, em Lisboa, que a situação na Guiné-Bissau é o "dossier mais preocupante" para a organização, apesar da realização das eleições, que classificou como "surpreendentemente positivas".
De acordo com Oldemiro Baloi, a Guiné-Bissau "vai entrar numa fase ainda mais complicada", porque vai ter de demonstrar que todo o esforço que foi conseguido para a realização da votação "terá valido a pena".
"Isso só se consegue assim que as que instituições que foram democraticamente eleitas assumam funções e comecem a produzir resultados visíveis aos olhos da população", disse Oldemiro Baloi, sublinhando que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) estão a preparar "iniciativas" para aquele país.
"No caso da CPLP, as iniciativas estão em preparação. Nós temos uma missão de observação permanente a alimentar-nos de informação. Houve agora uma ameaça de alguma perturbação face à possibilidade do candidato derrotado não reconhecer as eleições. Neste momento estamos a gerir o dossier eleições. Entretanto, já há uma equipa a trabalhar em medidas de apoio para a fase seguinte na Guiné-Bissau", acrescentou o ministro de Moçambique, presidente em exercício do Conselho de Ministros da CPLP, que esteve reunido hoje com o secretário-executivo da organização, em Lisboa.
O chefe da diplomacia moçambicana destacou a questão guineense como um dos tópicos da cimeira da CPLP que se vai realizar no dia 23 de julho, em Díli, a par dos assuntos relacionados com o financiamento, segurança alimentar e dos novos pedidos de adesão que demonstram, afirmou, a escala da organização.
"Isso só mostra que a nossa organização está a crescer. Está a ter visibilidade e, só por isso, causa esse interesse a países como a Índia, o Japão e outros. Mas, é evidente, que a organização tem de encarar estes pedidos também como realismo, com ponderação, assim como foi com a Guiné Equatorial que se tratou de uma adesão a membro de pleno direito", disse Baloi.
Durante a estada em Portugal, que se prolonga até domingo, o chefe da diplomacia de Moçambique vai encontrar-se com o seu homólogo português, Rui Machete, com quem deverá abordar questões relacionadas com a CPLP e temas bilaterais.
Sem comentários:
Enviar um comentário