O Instituto de Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP) confirmou a existência, nas florestas da Guiné-Bissau, de animais de grande porte, concretamente na região de Quinara, sector de Buba.
Em comunicado de imprensa que a PNN consultou, esta instituição indicou que, em Fevereiro de 2014, a Direcção do Parque Natural das Lagoas de Cufada foi informada da presença de elefantes nas matas de Sintchã Paté, tendo uma equipa do IBAP deslocado-se ao local para confirmar estas informações, onde se observou a presença de elefantes a 6 de Fevereiro, pelas 18.30 horas.
De acordo com os habitantes da povoação de Sintchã Paté e de Samba Só, trata-se de uma pequena manada composta por três animais, dois adultos e uma cria, que se encontram bloqueados numa área restrita com condições favoráveis à sua sobrevivência, dotada de água e alimentos, pois o corredor de migração habitualmente utilizado foi bloqueado devido ao corte de madeira.
Na sequência da presença do primeiro grupo destes animais, a ocorrência foi novamente confirmada em Abril, pelos técnicos do IBAP através da instalação de câmaras de vigilância ultravioleta nas florestas, que conseguiu captar imagens de um casal de elefantes na lagoa de Caruai, Balana, Parque Nacional de Cantanhez.
O instituto informa ainda que esta manada de elefantes parece localizar-se numa zona muito limitada, com frequentes migrações entre a República da Guiné-Conacri e a Guiné-Bissau, em busca de água e alimentos. O elefante africano é o maior mamífero terrestre conhecido.
Está classificado na Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza na categoria de animais ameaçados de extinção e também consta no anexo I da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies de Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas.
Para conservar a presença desta espécie no território nacional, o IBAP já começou a realizar acções de sensibilização junto das comunidades das tabancas mais próximas onde habitam os animais, assim como já estão a ser encetados contactos junto da Direcção-Geral e das representações regionais das Florestas, para uma possível interrupção do abate de árvores nesta zona, durante algum tempo, permitindo assim ao grupo de migrar mais para a zona transfronteiriça (Balana ou Gandembel) onde existe uma Unidade de Conservação Comunitária, com um habitat propício para esta espécie de mamífero.
O Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas é uma instituição nacional com mandato para gerir a biodiversidade e as Áreas Protegidas da Guiné-Bissau, sob a tutela da Secretaria de Estado do Ambiente e Turismo, que desenvolve há dez anos políticas e normas relacionadas com a conservação da biodiversidade em mais de seis Áreas Protegidas ao nível nacional.
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