O Governo de Cabo Verde afirmou hoje que, havendo agora um executivo legítimo, já há também condições para retomar o roteiro de cooperação com a Guiné-Bissau delineado antes do golpe de Estado de 2012.
Em declarações aos jornalistas à margem das Jornadas Diplomáticas, que decorrem durante dois dias na Cidade da Praia, o ministro das Relações Exteriores de Cabo Verde, Jorge Borges, indicou que o assunto será analisado com as novas autoridades guineenses após estas tomarem posse.
"Há um Governo legítimo, que sucede ao da transição, e agora pensamos que há todas as condições para relançar as relações de cooperação com a Guiné-Bissau", afirmou Jorge Borges, lembrando a visita efetuada à Guiné-Bissau, entre 26 e 30 de novembro de 2011, do primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves.
"Antes do golpe de Estado, o primeiro-ministro esteve em Bissau e fez-se um roteiro bastante grande, envolvendo as várias áreas de cooperação, as tradicionais, mas fundamentalmente as da cooperação económica. Agora, é preciso analisar com o novo Governo (guineense) e tentar repor o roteiro já acordado", acrescentou.
Além da visita de José Maria Neves a Bissau, o seu então homólogo guineense, Carlos Gomes Júnior, afastado na sequência do golpe de Estado de 12 de abril de 2012 e residente em Cabo Verde há mais de seis meses, efetuara duas visitas oficiais à Cidade da Praia - abril de 2009 e maio de 2010.
Sobre a visita a Bissau, José Maria Neves considerou-a "um marco" importante no reforço das relações de cooperação, após décadas de costas voltadas, que culminou com a assinatura de cinco acordos, na maioria deles de cariz económico e empresarial.
Além de apoio ao fundo de pensões dos militares, o Governo de Cabo Verde mostrou-se então disponível para enviar recursos humanos para ações de formação nas diferentes polícias e nas Forças Armadas.
Por outro lado, a vasta delegação empresarial que acompanhou José Maria Neves a Bissau, sobretudo a ligada às câmaras de comércio cabo-verdianas, assinou também diversos protocolos nas áreas da agricultura, pescas e indústria.
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