Uma delegação composta pelos ministros da Saúde, da Administração Interna e da Defesa Nacional terminou uma digressão pelo interior do país, nas fronteiras leste e sul da Guiné-Bissau.
A missão teve como objectivo examinar o nível de implementação da medida do Governo no que diz respeito ao fecho das fronteiras, anunciada pelo Executivo na sequência do surto do ébola na Guiné-Conacri.
De região de Gabu à região de Tombali, concretamente nos sectores de Pitche, Quebo e Cacine, a delegação chefiada pela ministra da Saúde, Valentina Mendes, esteve nos vários postos de controlo da fronteira entre a Guiné-Bissau e a Guiné-Conacri, país afectado nos últimos tempos pela epidemia.
Em Fula More, uma das travessias para Conacri, Sedja Alberto da Silva, enfermeiro Chefe do Centro de Saúde de Pitche, região de Gabu, reconheceu a gravidade da doença e apelou ao envolvimento de todos na sua prevenção.
«É uma doença muito perigosa, não pode ser resumida apenas aos agentes da saúde. As autoridades presentes aqui na fronteira devem ajudar a controlar as pessoas que vão entrando por vias clandestinas, portanto, se não houver a colaboração, a doença pode infiltrar-se no país», advertiu.
No posto de controlo de Sangonha, sector de Quebo, região de Tombali, no sul do país, um residente local descreveu a questão da falta de infraestruturas sanitárias para a população, tendo em conta a epidemia do ébola.
Seco Aba Queta, também em Sangonha, disse ser confrontado todos os dias com pedidos de entrada de comerciantes da Guine-Conacri, via marítima, através das pirogas.
«Todos os dias recebemos telefonemas de pequenos comerciantes provenientes de Conacri, que chegam ao nosso país em pequenas embarcações a partir de Sansale. Os nossos populares já não frequentam aquela zona», disse Seco Aba Queta.
Face a esta situação, a ministra Valentina Mendes informou aos populares da região sul que o dever de qualquer Governo é preservar a saúde da sua população, razão pela qual o Executivo e a Presidência da República estão preocupados com o alastramento do ébola em África.
Trata-se de uma doença mortal que ainda não tem a cura, transmitida através do contacto pessoal e da falta de higiene, conforme disse Cadi Seidi, ministra da Defesa Nacional.
Botche Cande, ministro da Administração Interna, também aconselhou a população da fronteira do sul do país sobre o perigo do eventual acolhimento de qualquer pessoa proveniente da Guiné-Conacri.
«Se alguém vos pedir que para dar protecção, deixando entrar aqui, ninguém pode. Se for ao contrário não estão a contribuir para a prevenção do ébola», alertou.
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