"É fácil uma criança contrair cólera nestas condições. É muito fácil contrariar doenças diarreicas e outras", observou Odete Semedo, numa visita a várias escolas de Bissau, prometendo também deslocar-se ao interior do país brevemente.
Odete Semedo, acompanhada de técnicos das Nações Unidas que trabalham no domínio da Educação, disse estar a constatar a realidade do parque escolar já que o actual governo elegeu o setor como "grande prioridade".
"Estamos a visitar as escolas para constatar [a situação] e levar imagens, vídeos, para que a população, a comunidade internacional, a comunidade à volta da escola vejam" o que se passa, mas sobretudo para que o governo conheça "o que é que temos como escolas", enfatizou Semedo.
O Orçamento Geral do Estado do próximo ano está a ser preparado e Odete Semedo diz que vai propor ao primeiro-ministro que dê "uma atenção especial" ao sector da Educação na dotação orçamental.
Só para o programa de reabilitação das escolas e compra de carteiras a ministra diz que vai pedir cerca de três milhões de euros.
Odete Semedo diz-se preocupada com as condições dos estabelecimentos de ensino a dois meses do arranque do novo ano lectivo.
"Durante os últimos dois anos, os alunos têm estado em escolas que não têm as mínimas condições. São condições degradantes, precárias, que mexem com a saúde das crianças", alertou a governante, revelando situações caricatas que acontecem nas escolas.
"Por aquilo que me explicaram, na época seca, os alunos vão mudando as carteiras conforme o Sol vai entrando sala adentro. Se o Sol apanha num canto, todos os alunos têm que virar a carteira para o lado contrário", contou Odete Semedo.
Nos últimos anos, não houve investimento na reabilitação do parque escolar, mas Odete Semedo culpa também os gestores das escolas por "incúria e falta de responsabilidade".
"É da pura responsabilidade dos gestores resolver alguns problemas. Deixar que a casa de banho se degrade a este ponto também é culpa de quem está como director da escola", defendeu Odete Semedo, que vai operar mudanças ao nível da direcção de várias escolas.
A ministra confirmou que alguns alunos não têm comparecido às provas globais em curso porque consideram o ano lectivo nulo.
Odete Semedo lembrou que o Governo decidiu mandar repetir o ano aos alunos cujas escolas não tiveram 75 por cento de aproveitamento de conteúdos programados.
As escolas públicas guineenses estiveram paralisadas durante longos períodos devido a várias greves de professores.
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