Ramos Horta, ex-representante das Nações Unidas incumbido de acompanhar o processo de consolidação da paz e estabilização institucional na Guiné Biassau, acusa a comunidade internacional de «dois pesos e duas medidas», sendo mais dura com a Guiné Bissau do que com outros países.
«Infelizmente, temos de lamentar quatro décadas de golpes de Estado na Guiné Bissau. Mas já não se justificam as sanções contra o País, que realizou eleições na última primavera e vive numa situação de regularidade constitucional. A comunidade internacional não prima pela coerência e usa de dois pesos e duas medias, porque iguais sanções não foram aplicadas, por exemplo, com o que se tem passado no Egipto ou Tailândia», disse no decorrer dos «Diálogos Atlânticos», iniciativa que está a decorrer em Marrocos.
O ex-presidente e chefe do executivo de Timor Leste lamentou ainda que a Guiné Bissau seja apelidada de narco-estado. «A droga é produzida na América do Sul, inicia o seu percurso por ali, é consumida na Europa e a Guiné Bissau é que aparece como uma montra de droga», protestou.
Ramos Horta lamentou ainda a «falta de diálogo interno e com os países vizinhos», referindo-se neste caso a falta de solidariedade, até regional.
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