A ministra da Saúde da Guiné-Bissau, Valentina Mendes, acusou técnicos do setor de provocarem a morte a grávidas e crianças "pelos maus hábitos" durante a assistência medica nos hospitais do país.
"A partir deste novo ano letivo, temos que esquecer aqueles maus hábitos nos nossos hospitais. Nós cometemos, provocamos mortes às mulheres e crianças e ficamos passivos como se fossem galinhas ou um cão", afirmou Valentina Mendes.
A responsável falava na quarta-feira na cerimónia de receção de um conjunto de equipamentos de escritório e uma viatura oferecidos à Escola Nacional da Saúde Publica pelo Fundo das Nações Unidas para População (FNUAP).
Dirigindo-se aos alunos da escola da Saúde, a ministra exortou-os a deixarem de lado "os maus hábitos" e terem compaixão por aqueles que procuram assistência médica. Em caso de morte de um paciente, Valentina Mendes exortou os profissionais da Saúde a fazerem uma pergunta a si mesmos.
"Temos que nos perguntar por que morreu esta mulher durante o meu turno, o que é que não fiz correto, porque é que morrem pessoas durante o meu turno", observou Mendes, dizendo que a morte de qualquer ser vivo deve ser motivo de preocupação.
"Quando me morre um cão na minha casa, fico constrangida", sublinhou a ministra da Saúde, num tom bastante crítico, dirigindo-se aos alunos da escola da Saúde, aos quais lembrou que a escolha da profissão é de responsabilidade de cada um.
"É da nossa livre vontade a escolha desta profissão que é nobre mas que lida com a vida das pessoas", frisou Valentina Mendes.
Na semana passada ao usar da palavra na abertura de um encontro de reflexão sobre a Saúde na Guiné-Bissau, o primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, criticou também o comportamento dos agentes do setor e o secretário de Estado da administração hospitalar, Domingos Malu, ameaçou mesmo "correr com os maus profissionais" dos hospitais.
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