O Primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, disse que o processo politico-governativo em curso no país confere à assistência internacional um papel fundamental de estabilizador, tendo em vista o enraizar e o reforço da «imunidade» do sistema democrático e a capacidade institucional do Estado.
Domingos Simões Pereira fez as declarações durante a sua alocução na cerimónia de abertura da XIII Reunião Extraordinária do Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorre esta quarta-feira, 29 de Outubro, em Bissau, sublinhando ainda que este pressuposto visa assegurar a legitimação social da governação e revitalização a economia nacional.
Simões Pereira voltou a dizer que parte para um desafio de construir uma nova Guiné-Bissau, com consciência clara dos problemas, mas imbuído de um espírito patriótico de mobilização colectiva e de união entre os guineenses, em particular da classe política e dos órgãos de soberania nacional.
«Se é verdade que o processo de estabilização política do nosso país e da normalização do funcionamento das instituições democráticas em curso na Guiné-Bissau dependem de um grande esforço nacional, também é verdade que requer necessariamente um apoio inequívoco e urgente dos nossos parceiros regionais e internacionais, através de uma articulação e coordenação das suas intervenções», sublinhou.
Foi neste sentido que o Chefe do Governo guineense destacou três situações, que se configuram no imperativo da conjugação da comunidade internacional, passando pelas reformas nos sectores de defesa e segurança, extensão da presença do Estado ao nível nacional de forma efectiva, organizada, e a extrema e complexa situação do combate ao tráfico de droga e crime organizado.
«Acreditamos que a Guiné-Bissau poderá ser um caso de sucesso nos processos de consolidação da estabilidade e da boa governação», disse o Primeiro-ministro.
Para a concretização deste processo de consolidação, Simões Pereira disse que a Guiné-Bissau precisa de uma intervenção robusta e de impacto dos seus parceiros de desenvolvimento para alavancar os pressupostos de uma transição para o desenvolvimento do país.
«Acreditamos que a reactivação do Grupo de Internacional de Contactos para a Guiné-Bissau, em perspectiva a partir de Novembro, vai restabelecer um quadro institucional e um espaço de intervenção que vai ainda reforçar o potencial político do país no dialogo com os seus parceiros internacionais», referiu.
Por outro lado, o Primeiro-ministro guineense disse que tem em perspectiva a continuidade de uma força internacional de estabilização, após o período do presente mandato, através de um consenso que envolve actores políticos nacionais e parceiros internacionais.
Neste âmbito, Simões Pereira destacou o papel desempenhado pela força da ECOMIG no país durante o período de transição que terminou recentemente.
Os trabalhos terminam esta tarde em Bissau, com a adopção de uma declaração da reunião dos ministros dos países membros da organização lusófona.
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