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Joseph Pulitzer

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Selecionadas as melhores 70 cientistas agrárias africanas de 11 países

À altura do desafio! No Ano da Emancipação da Mulher, as vencedoras do AWARD Fellowship de 2015 querem ter impacto nos pequenos agricultores


“A investigação e o desenvolvimento da agricultura em Moçambique são instrumentos importantes para aumentar a produção e, consequentemente, reduzir a desnutrição e a pobreza das famílias, especialmente das mulheres e das crianças”, afirma a Prof.ª Olivia Narciso Pedro, professora universitária e investigadora na Universidade de Eduardo Mondlane em Maputo, Moçambique. “Na minha perspectiva, o crescimento impulsionado pela agricultura em Moçambique deverá ser sinónimo de concepção de alternativas que permitam mitigar a perda de diversidade genética, garantir a preservação das espécies e, em simultâneo, aumentar a segurança alimentar das famílias.”

A Prof.ª Pedro é uma das 70 excepcionais cientistas agrárias africanas a quem foi atribuída a bolsa de 2015 do programa African Women in Agricultural Research and Development (AWARD, Mulheres Africanas pela Pesquisa e pelo Desenvolvimento da Agricultura) (http://www.awardfellowships.org). As vencedoras foram anunciadas ao público esta semana em Nairobi, no Quénia, onde se reuniram para um workshop de orientação.

“A primeira vez que ouvi falar sobre o AWARD Fellowship foi em 2009, através de uma colega que trabalhava na faculdade de Veterinária e era membro do AWARD. No ano passado, quando me informaram de que tinha ganho, senti-me extremamente emocionada, feliz e entusiasmada por pertencer a um grupo de cientistas africanas tão extraordinário”, afirma a Prof.ª Pedro.

As premiadas deste ano foram seleccionadas entre um impressionante grupo de 1109 candidatas de 11 países africanos. Estas cientistas e investigadoras vão beneficiar do programa de desenvolvimento de carreira do AWARD, com duração de dois anos, que visa sobretudo acelerar os ganhos ao nível da agricultura, através do reforço das competências de investigação e liderança destas mulheres. Os AWARD Fellowships são atribuídos com base no mérito intelectual e na capacidade de liderança de cada cientista, bem como no potencial do seu trabalho com vista a melhorar os meios de subsistência dos pequenos agricultores em África, a maioria dos quais são mulheres.

Os membros premiados do AWARD partilham uma visão em comum: pretendem transformar a sua investigação e conhecimentos em acções tangíveis, que beneficiem os pequenos agricultores — o que é especialmente louvável em 2015, o ano declarado como Year of Women’s Empowerment and Development towards Africa’s Agenda 2063 (Ano da Emancipação da Mulher e Desenvolvimento Rumo à Agenda 2063 de África) pela União Africana.

“Temos um longo caminho a percorrer, pois as mulheres continuam em minoria no ensino superior e na investigação agrária em África. O AWARD está na vanguarda ao trabalhar no sentido de aumentar o número de profissionais do sexo feminino em cargos de tomada de decisões no sector da Investigação e do Desenvolvimento Agrários (IDA) em todo o continente africano. Estamos empenhados em aumentar a prosperidade de África, através da integração da coorte de membros premiados do AWARD deste ano na nossa extraordinária comunidade Pan-Africana, cujo objectivo é aumentar a capacidade das investigadoras africanas para que estas possam contribuir para a segurança alimentar do continente,” afirma a diretora do AWARD, a Prof.ª Wanjiru Kamau-Rutenberg. “Queremos felicitar as vencedoras do AWARD Fellowship de 2015. Neste ano muito especial, em que a emancipação das mulheres em todas as áreas de desenvolvimento está a ser destacada pela União Africana, temos orgulho no impacto que estas mulheres estão a ter nas suas variadas áreas profissionais e no contributo que as bolsas vão ter para acelerar as suas inovações”, refere a Prof.ª Kamau-Rutenberg.

De acordo com um estudo de referência realizado pelo AWARD, a maioria das pessoas que produzem, processam e vendem alimentos em África são mulheres, mas apenas um em cada quatro investigadores agrários é do sexo feminino. Ainda menos — uma em cada sete — detêm cargos de chefia em instituições de investigação agrária em África.

Para tornar a agricultura africana num mecanismo de prosperidade e bem-estar, é essencial instruir uma nova geração de líderes africanos relativamente a alimentos e agricultura e, inclusive, no que diz respeito a mulheres confiantes, influentes e competentes a nível técnico.

Os premiados do AWARD deste ano representam uma grande variedade de disciplinas e investigação de ponta ao nível agrário — desde a avaliação da poluição das águas, práticas agrícolas inteligentes tendo em conta o clima, diminuição de aflatoxinas, desenvolvimento das competências e aumento da capacitação das mulheres no meio rural até à biotecnologia.

A Dra. Rashida Abdul-Ganiyu, investigadora, analisa amostras de plantas, utilizando técnicas de biologia molecular para procurar características desejáveis que auxiliem os agricultores no desenvolvimento de variedades de culturas melhoradas. “Tenho como objectivo realizar investigações que permitam resolver os problemas dos agricultores directamente, de modo a aumentar os seus meios de subsistência. Uma vez que a agricultura, enquanto impulsionadora positiva de segurança alimentar, tem o potencial para reduzir a pobreza, promover a sustentabilidade ambiental e oportunidades económicas para os habitantes do Gana, é necessário desenvolver uma forte investigação ao nível da agricultura para satisfazer as necessidades dos agricultores. A investigação agrária também deve aproveitar as tecnologias de ponta, como a biotecnologia, que permite melhorar a investigação e o desenvolvimento agrário”, afirma a técnica de investigação do instituto de investigação agrária CSIR-Savanna Agricultural Research Institute (SARI), no Gana.

Das 70 vencedoras da bolsa deste ano, 10 já tinham tido algum contacto com o AWARD Fellowship, pois tinham sido acompanhadas por mentores de juniores do programa AWARD, e quatro já se tinham candidatado à bolsa, pelo menos, uma vez no passado:

A Dra. Ngozi Edoh, cientista investigadora no instituto National Root Crops Research Institute em Umudike, no Gana, está actualmente concentrada na investigação de bio-segurança e melhoria genética das culturas de raízes e tubérculos.

Por outro lado, a Prof.ª Belinda Kaninga, cientista especializada no solo, está a desenvolver tecnologias de fertilidade do solo apropriadas para aumentar a produção agrícola e os rendimentos dos pequenos agricultores. A Prof.ª Kaninga é Diretora de Investigação Agrária no instituto Zambia Agriculture Research Institute.

A Dra. Catherine Nwokwu, cientista especializada em culturas, é atualmente estudante de pós-graduação na Universidade de Ebonyi State, em Abakaliki. A sua missão de investigação e desenvolvimento agrários consiste em desenvolver, pelo menos, cinco variedades de arroz de alto rendimento, tolerantes a secas.

A Prof.ª Juliana Amaka Ugwu, entomologista, também foi acompanhada por mentores de juniores do AWARD e tem como missão desenvolver abordagens ecológicas e amigas do ambiente para permitir uma produção sustentável de frutos e vegetais na Nigéria. A Prof.ª Ugwu é actualmente professora universitária no instituto Forestry Research Institute of Nigeria.

Distribuído pela APO (African Press Organization) em nome da African Women in Agricultural Research and Development (AWARD).

Para obter mais informações, entre em contacto com:

Judith Olang, assistente de comunicação

jolang@cgiar.org

Sobre o AWARD: (http://www.awardfellowships.org) é um programa de desenvolvimento de carreira que proporciona ferramentas às melhores cientistas agrárias de toda a África Subsariana, com o objectivo de acelerar os ganhos agrícolas, reforçando as competências de investigação e liderança destas mulheres, através da atribuição de bolsas personalizadas. As mulheres premiadas com o AWARD beneficiam de um programa de desenvolvimento de carreira com a duração de dois anos, que se concentra em apoiar parcerias de mentoria, fomentar competências científicas e desenvolver capacidades de liderança. São elegíveis mulheres africanas da Etiópia, Gana, Quénia, Libéria, Malawi, Moçambique, Nigéria, Ruanda, Tanzânia, Uganda e Zâmbia que trabalhem em IDA e que tenham concluído uma licenciatura, um mestrado ou um doutoramento nas disciplinas seleccionadas.
(Fonte: African Women in Agricultural Research and Development (AWARD)




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