O projecto da Gonçalo Lencastre Arquitectos engloba obras no valor de mais de 20 milhões de euros que se destinam a "dotar a Presidência da República de Timor-Leste de um espaço físico com a dignidade e funcionalidade" necessárias.
Da ampliação fazem parte, entre outros, a nova Residência Presidencial e o Museu da Presidência.
Trata-se de introduzir, de forma faseada, novos espaços exteriores e edifícios em terrenos adjacentes a sul e poente do actual complexo, anteriormente usados como heliporto e onde actualmente estão instalações de apoio à Presidência.
Prevê ainda a requalificação e ampliação das estruturas já existentes.
Neste projecto, explica a empresa que venceu um concurso internacional com empresas de todo o mundo, é ainda predominante a «marca histórica de resistência e resiliência que são o traço distintivo do povo de Timor-Leste».
Além de transmitir as ideias de «dignidade, estabilidade e sobriedade», o projeto quer também criar, um «lugar de memória, passada e futura», que reconheça «os acontecimentos que formaram a nação timorense» mas que sirva também como testemunho para as gerações futuras.
Para isso, o projecto incluirá uma Nova Praça Cerimonial de entrada (Praça da Parada), um Memorial, no centro da praça, e um novo Museu da Presidência.
Os jardins, praças e pátios terão espelhos de água, com plantas como a citronela para repelir mosquitos e sistemas para fazer circular a água.
O projecto assenta em dois eixos - norte-sul e nascente-poente - com duas entradas, sendo que na principal, junto à Avenida Presidente Nicolau Lobato, estará a Praça Cerimonial e os novos espaços de acesso mais público: o Memorial e o Museu da Presidência.
A sul estará um novo pátio ajardinado, um grande claustro quadrado e um novo núcleo de edifícios da Presidência sendo que, em torno deste pátio se organizarão a Casa Civil, o Gabinete da Presidência, e o "Observatório da Pobreza", bem como salas de recepção e espaço multiusos.
Na outra entrada estará a Praça Central, com acesso à nova Residência e ao edifício da Casa Militar.
Oferecido pelo Governo chinês, o Palácio Presidencial Nicolau Lobato começou a ser construído em 2005 e foi inaugurado a 27 de agosto de 2009, dias antes do 10.º aniversário do referendo de autodeterminação.
O edifício substituiu o mítico "Palácio das Cinzas", o edifício que durante a ocupação indonésia tinha acolhido os serviços de polícia e de registo de automóveis (o SAM/SAT), que ficou praticamente destruído na onda de violência de 1999 e que foi inaugurado a 28 de outubro de 2002.
Na altura da inauguração, o então Presidente da República, Xanana Gusmão, disse que a escolha do nome de Palácio das Cinzas era «uma homenagem ao próprio processo» de luta pela independência de Timor-Leste.
«É um apelo à contenção de despesas públicas em rubricas pouco relevantes ou menos urgentes. Se não há uma boa gestão do país, as receitas do petróleo serão uma desgraça», disse na altura.
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