O Primeiro-ministro Domingos Simões Pereira disse que parte para um desafio de reconstrução de uma nova Guiné-Bissau com consciência clara dos problemas que o país tem.
«Partimos para o desafio de reconstruir uma nova Guiné-Bissau com consciência clara dos problemas, mas imbuídos de um espírito patriótico de mobilização colectiva e união entre os guineenses e, em particular, da classe política e dos órgãos da soberania, com uma sólida base de confiança», disse o Chefe do Governo.
Domingos Simões Pereira fez estas declarações durante o seu discurso da 69.ª Sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, que decorreu em Nova Iorque.
De acordo com o Primeiro-ministro guineense, este desafio ficou baseado na formação de um Governo inclusivo, integrando todos os partidos políticos com representação parlamentar e ainda a sociedade civil e a diáspora, sendo que essa confiança ficou particularmente reforçada com a recente aprovação do programa do Governo por unanimidade no Parlamento Nacional, algo inédito na tradição da história democrática da Guiné-Bissau.
«Se é verdade que o processo de estabilização política do nosso país e da normalização do funcionamento das instituições democráticas em curso depende de um grande esforço nacional, implicará também necessariamente um apoio inequívoco e urgente dos nossos parceiros regionais e internacionais, através de uma articulação e coordenação das intervenções sempre baseada nas metas do programa do Governo, de modo a que possamos construir bases para mudar de rumo e viabilizar o país», referiu Simões Pereira.
No capítulo da reforma nos sectores de Defesa e Segurança, o Primeiro-ministro disse que este foi marcado por medidas profundas visando uma reorganização, cuja sustentabilidade e irreversibilidade precisa de um concurso internacional.
«O processo de reforma do sector de Defesa e Segurança que temos desenvolvido e que nos últimos dias foi marcado por medidas profundas visando uma reorganização cuja sustentabilidade e irreversibilidade precisa do concurso internacional», solicitou.
A extensão da presença do Estado ao nível do espaço nacional de forma efectiva e organizada, através nomeadamente da descentralização e realização das eleições Autárquicas, em que o Governo irá lançar as bases para operacionalizar o funcionamento dos municípios nos sectores administrativos e, deste modo, adoptar a Política Nacional do Ordenamento do Território.
Em relação às novas autoridades da Guiné-Bissau, o Parlamento, a Presidência da República e o Governo, Simões Pereira disse que estas elegeram o diálogo inclusivo e a concertação política como instrumentos privilegiados nos esforços de consolidação da estabilidade política e criação de largos consensos sobre os principais eixos de governação.
«Além de pretendermos reforçar a legitimidade democrática das instituições políticas queremos, de uma forma clara e inequívoca, dar o passo decisivo para a construção de consensos alargados sobre os principais assuntos na nossa sociedade, ancorado num protocolo político que definiu as grandes linhas de actuação legislativa e governativa, incluindo questões que se prendem com as reformas do Estado, a revisão constitucional e a reconstrução económica», sublinhou.
Acompanhado pelo Presidente do Partido da Renovação Social, Alberto Nambeia, Simões Pereira justificou que a presença deste no encontro demonstra ao mundo que é possível na Guiné-Bissau enveredar pela concórdia nacional.
«Sinal desta visão da partilha de poder para a resolução dos nossos principais problemas, é aqui demonstrada pela presença do líder da oposição que integra esta comitiva, Alberto Nambeia, para juntos demonstrarmos ao mundo que é possível a Guiné-Bissau enveredar pela concórdia e a estabilidade», referiu o Primeiro-ministro, elogiando ainda a comunidade internacional pelo apoio dado à Guiné-Bissau durante os dois anos de transição ocorridos no país.
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