Os trabalhadores da Câmara Municipal de Bissau (CMB) suspenderam hoje uma greve de três dias iniciada na quarta-feira e retomaram os serviços de limpeza da cidade, anunciou fonte camarária.
A suspensão surge em resposta ao apelo do primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, que na quarta-feira, num encontro com sindicalistas, alertou para os riscos de insalubridade associados à ameaça do Ébola, caso persistisse a paralisação.
Hoje todos os serviços da Câmara estão em pleno funcionamento.
Segundo Luís Ntchamá, presidente do sindicato dos trabalhadores da CMB, a greve foi levantada depois de o chefe do governo ter apelado "ao patriotismo dos trabalhadores" da edilidade.
"O primeiro-ministro fez nos ver que devíamos ser patriotas e levantar a greve por causa da ameaça do vírus Ébola que paira sobre o país", declarou.
O sindicato contesta a decisão tomada pelo governo de exonerar 164 funcionários por ausência de vínculo com o Estado.
De acordo com Luís Ntchamá, a greve foi levantada mediante uma recomendação expressa do primeiro-ministro para que seja criada uma comissão entre a direção interina da Câmara e o sindicato para uma análise "caso a caso" de todos os funcionários exonerados.
A Câmara diz ter exonerado os 164 funcionários por terem entrado na edilidade durante o governo de transição (que tomou o poder depois do golpe de Estado de 2012) sem terem cumprido com os requisitos para ingresso na Função Pública, versão negada pelo sindicato.
"Algumas dessas pessoas estão na Câmara há mais de 14 anos e o mais grave ainda é que trabalham em setores sensíveis para a vida humana" como, é o limpeza pública e a manutenção dos cemitérios municipais, defende Luís Ntchamá.
O presidente do sindicato afirma ter dado o "benefício da dúvida" ao Governo, mas alerta que se as orientações de Domingos Simões Pereira não forem cumpridas a greve poderá ser novamente convocada nos próximos dias.
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