"Estamos a receber mensagens de escolas em zonas remotas, dizendo que os professores já não fumam dentro das salas de aulas. E em junho aprovámos a decisão de proibir o tabaco em todos os locais públicos de trabalho", referiu.
Medidas "positivas", destacou, mas que continuam a ser insuficientes para lidar com o problema do tabaco em Timor-Leste, o país do sudeste asiático com maiores índices de consumo.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que 56% da população adulta e 71% dos homens timorenses consomem tabaco regularmente sendo que entre os jovens a percentagem é especialmente elevada (mais de 42,4%), comparativamente aos restantes países da região, o dobro do segundo valor mais elevado (20,3), que se regista na Indonésia.
O primeiro-ministro timorense falava no arranque da 68ª sessão do Comité Regional do Sudeste Asiático da OMS, que decorre entre hoje e sexta-feira em Díli com delegações de 11 países: Bangladesh, Butão, Coreia do Norte, India, Indonésia, Maldivas, Myanmar, Nepal, Sri Lanka, Tailândia e Timor-Leste.
O combate ao tabaco é um dos temas na agenda de debate e uma das prioridades actuais do Governo timorense que considera o índice de consumo "um valor trágico e inaceitável para uma nação que quer ser prospera".
"O tabaco está presente nas nossas ruas, nas nossas casas, é publicitado e está presente nas nossas escolas. Timor-Leste tem que adotar legislação compreensiva de controlo de tabaco", detalhou.
Segundo explicou a lei que "permitirá tomar medidas concretas para controlar o tabaco em Timor-Leste, está a circular dentro do governo para comentários" e deverá ser aprovada "muito em breve" em Conselho de Ministros.
"Temos que conseguir uma vontade política regional para descer os índices de consumo de tabaco e de produtos de tabaco. Todos estamos preocupados com o aumento de consumo nas gerações mais novas e como isto vai afetar o futuro dos nossos países", afirmou.
Treze anos depois de se tornar o 192º membro da OMS, Timor-Leste recebe os parceiros regionais em Díli para "ajudar a definir as prioridades e a agenda da complexa tarefa do sector da saúde, que afecta a vida de milhões de pessoas".
No caso timorense destacou o renovado esforço necessário para o combate a doenças contagiosas como a dengue e a tuberculose e "o crescente impacto das não contagiosas, como as doenças pulmonares e cardiovasculares".
Rui Araújo sublinhou que a saúde "é prioridade do Governo" que quer criar um setor de saúde "que consiga responder às necessidades eficiente e adequadamente", especialmente no apoio a maioria da população que vive nas zonas rurais.
Hoje, recordou, Timor-Leste já tem mais de mil médicos formados e serviços de saúde "sem precedentes" com programas como o de saúde na família que pretende colmatar o isolamento "levando a saúde às pessoas".
"Até 2030 esperamos ter serviços de saúde compreensivos acessíveis a todos os cidadãos. Uma expansão dos serviços regionais, de serviços comunitários integrados, com investimento na formação e na reconstrução de infraestruturas médicas", disse.
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